• Zaya Kock
Nenhum sentimento é tão ruim quanto o medo, medo daquilo que não tem controle. Eu nunca tive uma crise de ansiedade, até ontem, e não pelo carro, bem material se consertar, compra outro se preciso, mas sim por saber que tinha intenção de me atingir.
Precisamos depor, recolheram as imagens das câmeras de segurança na tentativa de ver um suspeito, ou de onde aquela bala veio, mas foi em vão quando perceberam que não pegaram a direção certa.
O atirador estava no ponto cego da câmera, e como não tinham outras câmeras na rua, nada foi feito, a não ser instalar câmeras por todo o meu apartamento, mas Valentim não quis me dizer todo o real motivo, disse que era melhor prevenir, sei que esconde algo.
Encostei meu corpo na parede observando os técnicos instalarem a câmera na sala, vai estar na direção da porta e outra no meu quarto, já que essa é 360° e consegue pegar uma parte do corredor.
Valentim cuidou de tudo enquanto ficava com meus pais, estaria mentindo se dissesse que a noite foi boa, não consegui dormir muito pois toda vez que cochilava, sonhava com o carro e acordava assustada.
Estava tão distraída que me assustei quando a mão de Valentim tocou meu ombro, suspirei o olhando, forçando um sorriso.
Valentim – O que tanto pensa, ein... – segurou minha mão, olhando cada parte do meu rosto, procurando alguma resposta.
Eu – Em tudo que aconteceu, está indo longe, longe demais – ele assentiu me abraçando, ter
seus braços ao meu redor trazia uma proteção que não estava mais sentindo.Valentim – Vamos ficar bem, estou cuidando e garantindo que ele seja encontrado – falou, fiz carinho em suas costas sentindo um beijo em minha cabeça – Tomou café? – não respondi – Amor...
Eu – Não estou com fome, como alguma coisa mais tarde – Valentim respirou fundo, parando com o abraço – Precisa trabalhar – sorri fraco – O corretor está vindo às 14h com o contrato.
Valentim – Vou trabalhar aqui, não vou deixar você sozinha – falou cruzando os braços, nem com seiscentas orações eu convenceria ele de ir para a empresa.
Neguei rindo do pequeno beiço que formou e selei nossos lábios vindo para a cozinha, nada abria meu apetite mas admito que se não ver algo agora, passaria mal por não comer desde ontem a tarde.
Por fim resolvi comer um pedaço de bolo que minha mãe havia comprado, eles ficaram aqui até a equipe das câmeras chegarem, me senti uma criança com todo cuidado que meus pais estavam tendo comigo.
Comi em silêncio apenas ouvindo os homens, eles testavam as direção da câmera, som, foco e como ficaria no modo noturno. Quando tudo estava ok, foram instalar no quarto.
Não demorou muito, em meia hora tudo ficou pronto e agradecemos vendo eles irem, sentei no sofá deitando em Valentim que me ajeitou, me fazendo ficar no meio de suas pernas.
Eu – Quer almoçar o que, amor? – perguntei, o mesmo começou um carinho em meu cabelo, capaz de me deixar sonolenta.
Valentim – Não precisa cozinhar, posso pedir – neguei, posso cozinhar ainda – Está com sono, amor, enquanto descansa a comida chega.
Eu – Vai comprar sobremesa? – fiz manha me virando, abraçando sua cintura, Valentim riu e me animei quando ele assentiu, enchendo seu rosto de beijo – Seu lindo.
Valentim – Só precisava confirmar para ganhar beijos assim? Poderia ter me contado antes! – brincou unindo nosso lábios em um beijo.
Eu – Nunca me perguntou – fingi inocência – É meu segredo – pisquei fechando os olhos.
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Meu Amado Chefe
RomanceZaya dedicou a vida ao trabalho, sem histórico de relacionamentos, sempre imaginou que romances não eram para si. Valentim foi marcado por um relacionamento abusivo, que mudou por completo sua vida, depois de anos fugindo de tudo que o lembrava do o...