𝓒𝓪𝓹𝓲𝓽𝓾𝓵𝓸 65

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• Zaya D'Amico – Abril

Negativo.

Outro mês que sinto meu coração despedaçar com uma simples palavrinha... Nunca imaginei que doeria tanto tentar e não conseguir algo.

Estamos tentando desde que fomos liberados, no primeiro mês foi frustante, mas como foi a primeira vez, imaginei que ainda poderia estar ansiosa, por isso influenciou.

Mas dessa vez, estava sentindo meu seio mais dolorido, para tentante, obviamente, ignorar o período menstrual era melhor, então fiz outro teste, caindo na realidade de que engravidar é mais difícil do que imaginamos.

Para confirmar, minha menstruação desceu, o buraco que fez no meu coração é inexplicável, mais um mês...

Eu – O que tem de errado... – sussurrei. Ouvi a porta se abrindo, funguei escondendo o teste atrás de mim, vendo Valentim coçar os olhos ainda sonolento, ficando preocupado ao olhar meu estado.

Valentim – Ei... Por que está chorando, amor? Está passando mal? – segurou meu rosto, se abaixando na minha frente.

Tentei segurar as lágrimas, falhando quando o mesmo me tomou em seus braços, fazendo a dor que estava sentindo sair em soluços.

Valentim – Amor, fala comigo – pediu tirando o cabelo do meu rosto, procurando algo pelo meu corpo – Onde está doendo?

Eu – Aqui – apontei para meu peito, vendo ele preocupado por ainda não entender. Valentim sentou comigo em seu colo, sem coragem de falar, entreguei o teste em suas mãos – Nada, não mudou nada.

O mesmo mordeu os lábios, respirando fundo. Sem falar nada, Valentim beijou minha testa e colocou o teste na pia, sorrindo fraco.

Valentim – Está tudo bem – sussurrou, neguei abaixando a cabeça, o mesmo reergueu calmo – Está tudo bem, meu amor, vamos conseguir outra hora.

Eu – O que tem de errado comigo? – solucei – Está tudo certo, era para estar – dói tanto.

Valentim – Nada, apenas não aconteceu, amor – falou calmamente, solucei deitando em seu peito, sentindo Valentim fazer um cafuné – Eu sei que está doendo, queremos tanto ter esse bebê, mas não temos controle disso, não foi a hora.

Eu – Desculpa, meu amor – sussurrei, Valentim fez eu encarar seu rosto, negando rápido.

Valentim – Não peça desculpas, não tem culpa alguma, Zaya – falou firme – Estamos juntos, e não apenas quando der certo, agora também, nunca mais me peça desculpas por aquilo que não tem controle, vamos conseguir.

Suas palavras foram como um curativo, ainda sinto meu coração doer, acho que vai demorar a passar, é agonizante sentir tanta dor por um bebê que não existe.

Valentim – Eu te amo, não fique assim – sorri fraco assentindo. Valentim retribuiu beijando meus lábios – Quer alguma coisa?

Eu – Preciso ficar sozinha – pedi baixo, ele me observou por alguns segundos, assentindo.

Valentim me deixou dizendo que estava aqui caso eu precisasse, e entrei no box, deixando a água tentar limpar esse sentimento.

Não posso conversar com minha mãe, ela tem bons conselhos, mas não sabe que tentamos, dessa vez não posso contar com ela.

Eu – Vai dar certo – sussurrei. Talvez repetir as palavras de Valentim, me faça acreditar que é possível, no momento, só sinto um vazio.

• Valentim D'Amico

Dói.

Doeu vez Zaya chorar, doeu saber que não vai ser dessa vez. Estávamos animados, era como se Zaya tivesse grávida antes mesmo de fazer esse teste, que jogou fora toda animação.

Meu Amado Chefe Onde histórias criam vida. Descubra agora