Zaya dedicou a vida ao trabalho, sem histórico de relacionamentos, sempre imaginou que romances não eram para si.
Valentim foi marcado por um relacionamento abusivo, que mudou por completo sua vida, depois de anos fugindo de tudo que o lembrava do o...
Março se iniciou trazendo consigo um pouco de mudanças, grande parte delas em Valentim. Ele começou com as consultas no psicólogo, mesmo em pouco tempo, conseguimos notar a mudança em seu comportamento, mudanças essas significantes.
O desfalque na conta bancária era um problema com o banco, logo foi feito a devolução, fechando assim o problema com eles, no fim foi algo rápido. Mas como nem tudo nessa vida são flores, o proprietário do meu apartamento está me repreendendo há uma semana por algo que nem mesmo sei.
Não compreendo o porquê, meus dias, se não minha vida, se resumem a ficar no escritório exercendo meu trabalho, isso vem me estressando pois o tempo que tenho para descansar, estou tendo que perder com receber reclamações, todas sem um fundamento.
Estou com pilhas de relatório na mesa tampando minha visão, afim de achar um único que pelo visto evaporou dos arquivos e do mapa, preciso dele para a próxima reunião, Valentim está com três seguidas para hoje.
Eu – Não é possível! Esse relatório não pode ter criado pernas e sumido desse jeito – resmunguei impaciente. Tati me encarou franzindo o cenho para todas aquelas pilhas, segurando seu café.
Tatiana – Por que está mexendo nessa pilha? São todos de janeiro – bebeu do café, parei estática. Não acredito que estou procurando por horas nos relatórios errados – Zaya?
Eu – Poderia ter dito antes, pouparia o meu tempo – choraminguei afastando os relatórios, ela negou confusa dando o copo para mim, que bebi um longo e necessário gole.
Tatiana – Está tudo bem, amiga? Estou te achando aérea – perguntou e neguei, vendo sua preocupação.
Eu – É o proprietário do apartamento, o mesmo insiste que estou fazendo algo de errado – suspirei apoiando minhas mãos no queixo, preciso relaxar urgentemente.
Tatiana – Tentou conversar com ele? - assenti. Sempre que posso ligo, mas ele desliga, isso quando atende minhas ligações – Estranho, você não faz nada de errado.
Eu – Pelo visto estou fazendo – sorri fraco – Vou procurar esse relatório – me levantei, dando um último gole no café, vindo até a sala dos relatórios, e procurei pelos de fevereiro dessa vez me certificando de ser o certo.
Apoiei os relatórios na perna foleando um por um, para minha sorte não tive dificuldade em achar, guardei tudo e sai da sala batendo contra a parede de músculos que pelo perfume, não tinha como não reconhecer.
Valentim – Cuidado para não cair pelos corredores, senhorita Kock – falou baixo em meu ouvido, segurando meu pulso de maneira que ninguém visse, dando um passo para trás, só assim pude ver melhor seu rosto com a barba feita.
Poucas pessoas sabem sobre nós, aqui na empresa preferimos manter tudo o mais discreto possível, pelo menos até decidirmos sobre nossa relação, ainda não nomeada.
Eu – Estou um pouco distraída, mas de toda forma tomarei cuidado, senhor! – usei meu tom profissional arrancando um sorriso cafajeste dele que varreu o olhar por meu corpo, parando no meu busto exposto pelo decote.
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