𝓒𝓪𝓹𝓲𝓽𝓾𝓵𝓸 10

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- Z a y a K o c k

É nosso último dia em NY, ontem participamos de mais duas reuniões fora do planejamento, e precisei adiar meus planos de conhecer mais a cidade, porém, acordei decidida a conhecer o máximo de lugares que consigo.

Nosso vôo está marcado para essa madrugada, não sei quando terei oportunidade de voltar a cidade, então fiz um roteiro dos lugares que desejava conhecer, e o primeiro deles foi a estátua da liberdade.

Ela fica em Liberty Island, a cerca de 15 minutos de Manhattan, na divisa entre NY e New Jersey, seria preciso uma balsa para olhar a estátua de perto, mas infelizmente se eu fizesse isso, perderia boa parte da manhã, então me contentei em olhar apenas de longe.

Eu - Sabia que a estátua foi dada pelos Franceses, em comemoração ao centenário da independência do país? - perguntei quebrando o silêncio, atraindo o olhar do meu chefe _ Perdi a conta de quantas vezes meu pai disse isso.

Valentim - Ele é professor de história? - neguei rindo, pelo contrário, meu pai não suporta história, ele diz que perde mais tempo estudando sobre a vida dos outros, do que sobre a própria vida.

Eu - Apenas um curioso - sorri olhando a estátua - O senhor já tinha vindo a NY, sem compromisso de trabalho?

Desde que saímos do hotel, ele apenas falou o necessário, me surpreendi quando o mesmo aceitou meu convite, talvez algo nele tenha mudado durante esses dias.

Valentim - Poucas vezes - respondeu sem muitos detalhes, começamos a nos afastar de onde estávamos, e apesar de estar sol, o vento ainda é gélido - Deveria ter vestido algo mais quente.

Eu - Não estava ventando assim quando saímos - esfreguei minhas mãos na tentativa de me esquentar, percebi Valentim parar de andar e fiz o mesmo, vendo ele tirar o casaco - O que está fazendo? - franzi o cenho.

Valentim - Evitando um resfriado - falou indiferente, o mesmo colocou o casaco sobre meus ombros, e um arrepio percorreu por meu corpo quando seu polegar tocou meu pescoço nu - Preciso da minha secretária bem, ainda temos muito trabalho.

Eu - Obrigada - sussurrei, nossos olhos se encontraram, e não faço idéia de quanto tempo o sustentamos, mas quebramos o contato visual, com uma buzina de carro ao nosso lado.

Ele respirou fundo me dando as costas, precisei de alguns minutos para retomar a consciência, e voltei a andar ignorando o que acabará de acontecer, o cheiro amadeirado de Valentim é presente no casaco, seria impossível confundir esse perfume.

Passamos em frente a uma cafeteria, e entramos ainda em silêncio, com minha empolgação para sair do hotel, acabamos não tomando café, meu estômago está clamando por comida.

Eu - Bom dia - desejei para a garçonete, que respondeu simpática - Me vê um café puro e um waffles, por favor, vai querer algo? - perguntei para Valentim, que negou - É só isso.

Encontramos uma mesa vazia, e nos sentamos um de frente para o outro. Valentim não demostrava reação alguma, as vezes é difícil estar na companhia de alguém assim, nunca sabemos o que elas estão pensando, isso me intriga.

Valentim - Irei começar a cobrar pela minha imagem, senhorita Kock - debochou, erguendo a sobrancelha.

Eu - Deveria cobrar não só a mim, senhor - sorri irônica, apontando discretamente para duas mulheres na mesa ao lado, que não faziam questão de disfarçar os olhares - Nem mesmo em NY o senhor está livre de olhares.

Meu Amado Chefe Onde histórias criam vida. Descubra agora