𝓒𝓪𝓹𝓲𝓽𝓾𝓵𝓸 32

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• Zaya Kock

Não precisava de apresentação para saber que aquela mulher não deveria estar aqui, em toda minha vida sempre fui racional, para azar dela, ser racional está sendo difícil ultimamente.

Lilian - Amara, minha filha, o que significa isso aqui? Trazer Pâmela depois de tudo que ela já causou? - perguntou irritada com a filha.

Amara - Mamãe, somos adultos, devemos ser maduros para esquecer o passado - falou com maior inocência. Estúpida!

Valentim não falava nada, suas mãos estavam trêmulas e posso perceber sua respiração sem ritmo, ele está tendo uma crise pela aparição e não esperava menos, foi a mulher que acabou com sua vida e feriu seu psicológico por anos.

Eu - Amor, olhe para mim, respira fundo, está tudo bem, estou aqui - segurei a vontade que tomava conta de mim em acabar com aquela mulher, focando no mesmo. Valentim é minha prioridade no momento.

Ele parecia estar fora da realidade, não olhava, nem mesmo respondia meu chamado. Toquei seu rosto fazendo Valentim regredir ao toque, era como se ele pensasse que o machucaria, e dona Angelina se aproximou preocupada.

Angelina - Filho, é sua namorada, Zaya - sorriu fraco tentando chamar sua atenção, o mesmo nos olhou perdido, seu rosto estava pálido e já tinham olhares curiosos sobre nós - Querida, a saída de emergência está livre, por favor, tira o Valentim daqui que cuidamos dela.

Eu - Tudo bem - mesmo assustada, segurei o braço de Valentim afastando o mesmo, estava prestes a virar quando uma mão segurou meu ombro, pela unha vermelha sabia a dona - Sei que pela cara de pau não é burra, então tire as mãos de mim antes que se arrependa - rosnei sem olhar.

Pâmela - Tão bravinha assim? Valentim deixou seu bom gosto escondido - debochou, o meio fio de controle que me restava se esvaiu.

Ri irônica me virando para ela, a mulher sorriu imaginando que havia me afetado, mas o que ganhou foi um belo soco no meio do rosto, eu sei, a D'Amico que me perdoe por dar se mãos beijadas uma matéria dessa, mas não pensei e quando percebi havia reagido.

Jane - Meu Deus do céu - murmurou surpresa e fechei minha mão sentindo doer. Romero se sentou abismado, enquanto todos olhavam, o arrependimento era nítido em mim mas agora era tarde demais.

Eu - Nem pense por um segundo que vai tirar algum proveito dessa aparição repentina, sabe muito bem o estrago que posso fazer... - falei me aproximando da mesma que me encarava raivosa, limpando o sangue - Combinou com a palheta de cor.

Respirei fundo levando Valentim para longe da mesma, meus olhos arderam pelo choro e me xinguei mentalmente, era tudo que ela queria, fazer cena, e consegui lhe proporcionar uma.

Chegamos na saída de emergência, encontrei uma escada e sentei Valentim nela abrindo os primeiros botões do terno, tirando o paletó.

Eu - Amor... estamos sozinhos agora - agachei na frente do mesmo, Valentim não me olhava, mas finalmente respirou fundo soltando todas as lágrimas presas - Oh, meu amor - o abracei - Estou aqui com você! - afaguei seu cabelo, o choro rasgou sua garganta.

Seus braços me apertaram contra ele, parecia querer ter certeza de que era real, Valentim se permitiu desmoronar nos meus braços tirando todo peso que ainda guardava, prendi o choro dando espaço para ele chorar.

Não existem palavras que tirassem a dor dele não tenho noção de como é viver 5 anos com essa mesma lembrança, e agora que decidiu viver e esquecer tudo, ela retorna sem aviso prévio.

Valentim permaneceu chorando durante cinco minutos, apenas agarrado em mim como uma criança que procura segurança. Escutei passos se aproximando, ergui minha cabeça vendo na porta o olhar chateado de Sr. D'Amico.

Meu Amado Chefe Onde histórias criam vida. Descubra agora