09h00min – 3 de fevereiro - Quarta.
Observo os cálculos na lousa, e não vejo a hora do sinal bater para eu comemorar o fim dessa aula.
Eu não suporto matemática. Aulas de cálculo me estressam.
Não sou boa, e sei disso. Também sei que não é algo do qual eu possa fugir.
Para ser sincera eu perdi as contas de quantas madrugadas passei acordada só para não pegar recuperação.
O sinal do intervalo finalmente toca, e eu agradeço mentalmente.
Vejo os alunos saindo, me levanto logo depois, caminho até a saída da sala e espero pela Malu.
— Você adoraria dar um grito agora, né? — ela diz assim que para ao meu lado.
— Seria a realização de um sonho. — sorrio de maneira brincalhona.
— Flor, cálculo não é um bicho de sete cabeças. — Malu fala ao mesmo tempo em que seguimos pelo corredor.
— Pode não ser para você. — toco em seu braço. — Assim como biologia não é para mim.
— Essa matéria não é de Deus. — Malu resmunga. — Vamos mudar de assunto. — diz emburrada.
— Quer falar sobre algo mais interessante? — olho para ela e ela assente. — Como o que?
— Sobre a sua festa de boas-vindas. — ela fala animada.
Malu faz alguns gestos comemorativos com as mãos o que me faz sorrir enquanto passamos pela quadra.
Cara, ter amiga doida não é fácil não...
(...)
(Nathan)
09h09min – 3 de fevereiro - Quarta.
Me afasto minimamente da Rebeca, e passo o dedo no canto dos meus lábios. É bom ter um lugar isolado no colégio para poder aproveitar com alguém de vez em quando nos intervalos.
Rebeca é uma garota do primeiro colegial, que caiu matando em cima de mim desde que me viu pela primeira vez.
Mas, assim como todas as outras ela é só um passatempo.
Alguém que sempre está disponível quando eu quero me divertir. E ela também só busca isso, diversão.
— Você realmente tem problemas com relacionamento não é? — ela diz com os braços ao redor do meu pescoço.
— Por que diz isso? — questiono e aperto a sua cintura levemente.
— Nunca vejo você levar nada a sério. É o que... Trauma familiar? — Beca arqueia a sobrancelha e eu travo o maxilar.
Não é um assunto que gosto de falar. Não é algo que eu costumo falar com qualquer pessoa. É pessoal demais, intimo demais.
Não deixo ninguém atravessar essa barreira, só o Léo conseguiu, e talvez a tia Sandra porque é amiga do minha mãe.
Eu tenho sim problemas com relacionamentos. Dificuldade em me apegar a alguém.
Sempre foi muito mais fácil manter uma distância segura de todas as garotas que já me envolvi. Desta maneira, meu coração não correria risco. Desta maneira, eu não ficaria vulnerável como muitas vezes vi a minha mãe ficar.
O amor pode sim ser ótimo para algumas pessoas. Mas, eu não cresci vendo isso. Eu cresci vendo o quanto o amor pode destruir alguém.
O quanto o amor pode trazer os demônios de alguém para a realidade.
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Descobrindo o Amor
Любовные романыOlivia sempre foi considerada como "duff" no colégio em que estudava. Mas, depois de passar as férias no Canadá, ela voltou para o Brasil mais confiante e com uma aparência totalmente diferente da que tinha antes. Desde a sua volta muitas mudanças a...