Capítulo 4: Visitar um amigo

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21h35min – 31 de janeiro. — Domingo

Abaixo o travesseiro devagar e o abraço. Respiro fundo enquanto olho ao meu redor, meu quarto está somente com a iluminação da rua, e vai continuar assim.

Pego meu conjunto de pijama na gaveta ao lado da cama, ele é longo, muito quentinho e cheio de desenhos de pandas, uma graça.

Caminho até o guarda roupa, abro o gaveteiro e pego um par de meias e uma calcinha. Fecho tudo e vou em direção ao banheiro. Preciso urgentemente de um banho.

Tiro minhas roupas e ligo o chuveiro. Ao sentir a água escorrer pelo meu rosto fechei meus olhos, é muito bom tomar um banho quente, se eu pudesse vivia nesse chuveiro o dia inteiro. Eu precisava acalmar meus ânimos e nada melhor que relaxar assim.

Aproveitei para lavar o cabelo e, enquanto ensaboava o mesmo pedi para todo sentimento ruim que sentia ir embora junto com a água. Não eram sentimentos bons para se guardar.

Depois de ter finalizado o banho, abri o box, peguei a toalha, passei pelo meu cabelo e corpo, e vesti o meu pijama.

Parei perto do secador, mas acabei optando por deixar meu cabelo secar sozinho. Se amanhã o meu cabelo estiver com muito volume e minha franjinha estiver uma bagunça, o arrumo melhor antes de ir para o colégio.

Saio do banheiro, sigo para o interruptor do quarto, acendo a luz, e vou até minha escrivaninha. Pego minha mochila, coloco meu caderno, estojo, livros, e o que será necessário para o primeiro dia de aula.

Abro o guarda roupa uma última vez, pego minha camiseta com a logo do colégio, uma calça jeans azul, e um moletom azul marinho.

Não posso me esquecer de pegar o Vans.

Jogo as roupas no encosto da cadeira do computador e saio do quarto.

Assim que chego ao topo da escada ouço a voz da minha mãe e do meu irmão. Desço correndo, e quase caio quando tropeço em um ser peludo que estava esticado no final do primeiro degrau.

— Ozzy! — exclamo enquanto me abaixo e faço carinho no rostinho dele. — Isso é lugar de você dormir? — começo a rir quando sinto suas lambidas da minha mão.

Olho por cima do ombro, e vejo minha mãe e meu irmão sentados na mesa de jantar. O insuportável foi embora, amém.

— Que cheiro maravilhoso! — vou em direção à sala de jantar com o Ozzy tentando comer a barra da calça do meu pijama. — Você vai me derrubar, seu danadinho. — solto a barra de sua boca, olho para a mesa posta, e minha boca saliva só em ver a lasanha de quatro queijos que está esperando por mim. — Boa noite, mãe! — deposito um beijo no seu rosto. — Fala ai maninho! — passo por ele e aproveito para bagunçar ainda mais o seu cabelo.

Puxo a cadeira, sentando na frente da minha mãe e ao lado do meu irmão.

— Estavam me esperando? — os dois confirmam com a cabeça. Estreito meus olhos, eles estão muito quietos. — Aconteceu alguma coisa? — pergunto preocupada.

— Vamos nos servir primeiro e depois entramos nesse assunto. Tudo bem? — minha mãe pergunta ao mesmo tempo em que se servia.

— Por mim... — meu irmão deu de ombros enquanto se servia também.

Eu sou ovolactovegetariana, então uma das coisas que mais amo no mundo, sem dúvidas, é a lasanha de quatro queijos. Peguei uma bela fatia e coloquei em meu prato. Levei o garfo até a boca, estava prestes a sentir o gostinho, mas o parei a comida no ar quando percebi os seus olhares em cima de mim.

— O que foi? — olhei para eles, e eles se entreolham, pareciam muito querer entrar em um assunto específico, mas estavam sem coragem de começar a falar.

Descobrindo o AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora