Capítulo 54: Coulrofobia

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(Nathan)

Uma semana depois...

12h50min – 15 de Agosto – Segunda

Não via a hora de a aula acabar.

Já disse o quanto às aulas de história me entediam? Sério! Eu não tenho a menor paciência, mesmo sabendo de sua importância. Talvez, seja culpa da professora que tem uma péssima didática e fala devagar demais.

Só quero dar o fora daqui o mais rápido possível!

Ainda bem que ao concluir a minha linha de raciocínio o sinal tocou. Eu tenho certeza que se eu precisasse ficar mais alguns minutos a ouvindo, a professora faria com que os meus neurônios derretessem.

— Vai encontrar com o seu grude, Nate? — Isa debocha ao lado do Léo.

— Não comecem! — os alerto enquanto guardo o meu material.

— Ué, vocês vivem agarrados pelos cantos, não me culpe por achar isso. — Isa retruca e se aconchega nos braços do namorado.

— Acho que vocês não podem falar muito de mim, viu?

— Por que não podemos, sendo que é a realidade? — Léo se defende.

— Porque na primeira oportunidade que vocês dois têm, vocês fazem a mesma coisa que eu faço ou até pior. — fiz questão de lembra-los.

— Não posso contestar, meu gostosão! Só que é engraçado ver essa melação toda entre você e a Pamela. — Léo ri e eu o olho com tédio.

— Não tem melação nenhuma, cara. Pelo menos não da minha parte.

— Da sua, não tem mesmo... Porém, da parte da Pamela tem e pra cacete. — Isa falou com diversão.

— Isso porquê o Nate insiste em dizer o quanto não gosta de pessoas grudentas e blábláblá. — Léo completa com tom provocativo.

— E eu realmente não gosto, me sinto sufocado. — passo a mão pelo rosto, frustrado.

O problema nem é o grude da Pamela, e sim o fato de parecer que ela só me vê para sexo.

É horrível sair com ela e não poder sequer trocar ideia, porque a garota está mais ocupada tentando tirar as minhas roupas.

A Pam acha que eu sou o quê? A porra de uma máquina de sexo?

Desde quando ela entrou no colégio e resolvemos nos curtir que a Pamela só pensa nisso. Às vezes tenho a impressão que a Pamela tenta me prender a ela assim. Com sexo! E eu não quero isso.

O que custa assistir um filme de boa? O que custa jogar conversa fora? Não queria me basear só em algo carnal. Ok, mesmo eu não curtindo muito o lance do sexo toda hora, ainda a satisfaço da forma que ela quer.

Mas, até quando eu vou aguentar ficar nessa? É bom? Óbvio! Quem não curte sexo? Só que eu não vivo pra isso, não como antes.

E talvez esse seja o problema.

Há dois anos atrás, quando eu e ela nos envolvemos pela primeira vez, isso tinha muito valor pra mim, mas não tem mais. Apesar de todas as tentativas dela, às vezes meu pau nem sobe. É, ele nem dá sinal de vida.

E isso me fez questionar inúmeras vezes se o problema não está em mim.

— Pensei que curtisse toda essa atenção, quero dizer, todo mundo te endeusa por não desapontar na hora H. — Léo zomba e eu acabo lhe dando um tapa na nuca. — Qual foi, mané? — ele resmunga acariciando o local.

Descobrindo o AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora