Capítulo 25: Caderno de pensamentos

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14h20min – 5 de Março – Sexta.

Por conta da aula que tive hoje pela manhã, aproveitei o resto da noite de ontem para organizar tudo para a viagem. 

Fiz até uma lista para não me esquecer de nada e separei o essencial: minhas roupas, meus acessórios, minhas coisas de higiene pessoal, e mais algumas coisinhas.

Como só teríamos a disponibilidade de um carro, no caso um SUV dos pais da Malu, decidimos usar o jeitinho brasileiro. 

Iriamos pegar a estrada com quatro pessoas no banco de trás. Eu já havia combinado com a Malu de revezarmos o colo uma da outra nas paradas que faríamos para ir ao banheiro.

Era a forma mais segura? Com certeza não!

Mas como o Gui e o Luca estão nas aulas da autoescola e não tem a CNH ainda, essa foi à alternativa mais cabível.

— Já arrumou tudo, pequena? — olho para a porta do meu quarto e vejo meu irmão escorado no batente da mesma.

— Sim, Léo. Arrumei ontem, só estava dando uma última olhada, conferindo se coloquei tudo aqui mesmo. — sorrio para ele.

Ele dá alguns passos para dentro do meu quarto e atrás dele vem o Nathan.

Sério? Não tem um dia que eles não se dão um tempo?

Observo meu irmão caminhar tranquilamente até a minha cama. Léo se senta na ponta da mesma e fica me olhando.

Reparo um pouco em suas roupas, no seu colar, nos brincos, tudo combina perfeitamente com sua personalidade... Eu amo o jeito despojado do meu irmão, o jeito skatista que nunca sai dele. Ele parece extremamente confortável assim, fica nítido o quanto esse estilo lhe cai bem.

— Quero que você aproveite a viagem e não se esqueça de se divertir, ok? — ele diz com um sorriso fofo.

— Pode deixar. — sorrio em resposta. — Como não estarei aqui, aproveite os bloquinhos por mim. — me aproximo um pouco dele e bagunço seu cabelo.

— Vou tirar um monte de fotos com a Isa, fique tranquila. — ele riu enquanto arrumava o cabelo.

— Com as melhores fantasias de casal, por favor. — peço e ele assente animado. 

Claro que meu irmão iria concordar, eles fazem isso desde quando estavam só ficando.

Volto minha atenção para a minha mala, olho para a lista em cima da cama. Está faltando alguma coisa... Mas o que? O que eu estou esquecendo?

— Maninha... — olho para o Léo assim que o ouço. Analiso seu rosto por alguns segundos, ele parece um pouco hesitante, pensativo.

— Diga, lindão! — o incentivo.

— Será que podemos mexer no seu computador enquanto estiver fora? — ele pergunta.

— Nem precisava perguntar, Léo. Você pode usar o quanto quiser. — digo despreocupadamente.

— E o Nate? — Léo questiona e eu arqueio a sobrancelha. 

Ele está realmente me perguntando isso?

Meu olhar desvia do meu irmão por segundos e param no garoto que já me olhava.

O folgado está sentado de maneira largada na cadeira do computador. Está com as pernas abertas, usa uma bermuda preta da nike e uma camiseta branca básica. Os braços estão apoiados na cadeira deixando sua tatuagem mais visível, e seus músculos um pouco mais definidos. Então eu olho para sua mão, e me concentro em um movimento específico.

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