Capítulo 37: Estou tendo uma miragem?

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(Olivia)

20h00min – 21 de Março – Domingo.

Depois do que aconteceu entre eu e o Nathan, eu preferi passar o domingo o maior tempo que podia dentro do meu quarto. Apenas saí para comer alguma coisinha na cozinha. Não queria correr o risco de trombar com ele.

Queria sossego.

Não fiz nada de diferente ao longo do dia. Só escrevi um pouco no meu caderno e li muitos capítulos da mediadora, queria tanto o Jesse. Não gosto desse sentimento, mas preciso admitir que eu tenho um pouquinho de inveja da Suzannah. Ela tirou a sorte grande.

Será que um dia eu terei essa mesma sorte? O que será que o futuro me reserva?

Quando me dei conta já havia anoitecido e foi a única hora do dia que me permiti descer para ficar na sala. Eu sabia que estaria segura, uma vez que o Nathan tinha ido embora no fim da tarde.

Minha mãe e meu irmão estavam sentados na mesa do jantar e eu resmunguei um pouco antes de me juntar a eles.

— Resolveu sair do quarto? Achei que ia achar seu cadáver se entrasse lá. — disse meu irmão.

— Tá repreendido! — fiz um sinal da cruz. — Bate na madeira, maninho — ele deu três batidinhas na madeira da mesa.

— Falando sério agora, o que você tanto fez dentro do quarto? Estava tentando hibernar por acaso? — ele questiona.

Não. Estava fugindo do seu melhor amigo mesmo. Penso.

— Estava ocupada no mundinho do Jesse e não vi a hora passar. — dei de ombros.

— Ivy... — olho para a minha mãe. — Marquei a psicóloga para quarta depois da sua aula, tudo bem?

— Claro, mãe! — desviei o olhar para suas mãos na mesa e olhei surpresa para seu anelar. — Olha só quem está com aliança.

— É, o Arthur está amarradão nessa gatona aqui. — Léo disse orgulhoso ao abraçá-la.

— Vocês gostaram? — ela perguntou insegura.

— Se você gostou e está feliz, para mim já é o suficiente. — eu sorrio carinhosamente para ela e volto a comer.

— Minha riqueza... — continuo mastigando enquanto espero a minha mãe continuar a falar. — Eu mostrei para o Arthur aquela sua ressonância de crânio, sabe? — assenti. — Ele disse que realmente pelo tamanho não é algo preocupante, porém por você ter enxaquecas com frequência, o Arthur sugeriu que você fizesse todo ano um exame de rotina para saber se o cisto não está aumentando.

Engulo a comida em seco e noto o olhar apreensivo do meu irmão em mim.

— Tem esse risco? — pergunto em um sussurro.

— Ele falou que sim. Mas, como você fez o último exame antes da sua viagem para o Canadá, o Arthur pediu para que você repetisse a ressonância daqui alguns meses. — Dona Sandra falou com tranquilidade enquanto eu levei um pouquinho de suco até a boca.

— O Arthur vai fazer o encaminhamento? — meu irmão perguntou.

— Isso e também ficará mais atento para as suas dores de cabeça. Principalmente para alguns sinais específicos. — minha mãe me avisou.

— Ah saquei, o Arthur vai ficar de olho por causa daquele lance de: sensibilidade à luz, visualização de flashes luminosos, de pontos, visão distorcida, tontura ou vertigem, né? — pontuei.

— Como sabe de tudo isso? — meu irmão questionou, impressionado.

— Ué, só dei um google, meu anjinho. — expliquei para o meu irmão e minha mãe riu.

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