Capítulo 50: Você tem medo?

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(Olivia)

12h50min – 01 de Agosto – Segunda

— Flor? — Malu chamou minha atenção. Olhei para ela enquanto continuava guardando o meu material. — Como o Matheus vem te buscar, eu vou aproveitar pra ir embora com os meninos, tudo bem?

— Sem problemas, minha coisinha. — sorri para ela que me abraçou e saiu rapidamente pela porta.

Coloquei as alças da mochila no meu ombro e caminhei para fora da sala, aproveitei para dar uma passada no banheiro, e assim que sai percebi que o corredor estava praticamente vazio.

Eu nem demorei.

Desci as escadas tranquilamente e antes de chegar até as catracas fui puxada para trás pela cintura.

Meu coração errou as batidas na mesma hora, me senti empalidecer pelo susto, e ao olhar para baixo, eu vi uma mão em cada lado da minha cintura e me atentei especificamente aos anéis.

— Bu! — ele sussurrou contra o meu ouvido e ouvi sua risadinha logo em seguida. Minha resposta para ele foi simples: dei uma cotovelada na barriga do indivíduo. — Caralho, não precisava me agredir. — Nathan resmungou ao me soltar e passou a mão sobre seu abdômen.

— Ninguém mandou me assustar. — resmunguei de volta ao me virar totalmente para ele.

— Ok, você tem um ótimo argumento. — ele me olhou com atenção enquanto mantinha um sorriso de orelha a orelha no rosto.

Pai amado, o que esse doido fez?

— Vai me dizer porquê me puxou? — cruzei os braços e olhei para ele desconfiada.

— Sabe o que é, pinguinho de gente... — Nathan está com o olhar de quem aprontou ou vai aprontar e eu tenho medo.

— Fala logo, cara! — cutuquei seu braço e ele sorriu com diversão.

— Vamos lá pra fora que eu te conto.

Nathan espalmou a mão nas minhas costas e me direcionou para a catraca.

Ao colocar os meus pés na calçada o mesmo me segurou pelos ombros me colocando em sua frente, e eu inclinei levemente a cabeça para o lado, completamente confusa.

— O que foi que você aprontou, Nate? — perguntei receosa.

— Lembra a nossa conversa de ontem a noite? — confirmei com a cabeça. — Eu consegui! — ele abriu um sorriso enorme para mim.

— Suponho que tenha sido no intervalo. — constato.

— Fui com ela no terceiro andar... — imediatamente arregalei meus olhos por entender exatamente o que isso queria dizer. Nate nem precisa citar a salinha, eu sei que foi lá que ele levou a Pamela, porque é onde a Malu e o Luca vão para se pegar com mais vontade e privacidade. — Demos uns beijinhos no intervalo para relembrar os velhos tempos. — ele relata e eu acabo rindo baixinho por saber que não foi isso que rolou. — Mas... O melhor mesmo ficou para mais tarde. — ele sorriu maliciosamente.

— Você teve esse culhão logo de cara? — indago pasma.

— Não. A ousadia veio dela! — pisco algumas vezes para absorver a informação enquanto ele ri. — A Pamela disse que quer dar mais alguns beijos e fazer outras coisinhas mais. — ele explica e eu faço uma careta.

— E você, dado do jeito que é. Topou, não foi? — falei risonha.

— Treinar nunca é demais... — ele deu de ombros.

— Ai, me poupe dos detalhes sórdidos, por favor. — pedi com diversão.

— Somos amigos agora, pinguinho de gente. Não tenho porquê esconder nada de você, então, está tudo certo. — Nathan sorriu e me puxou para um abraço.

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