Capítulo 63: Guerrinha D'água

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12h40min – 26 de Agosto – Sexta

Faltando dez minutos para o fim da aula, eu recebi uma notificação de mensagem no celular. Como eu o deixava dentro do meu estojo aproveitei para desbloquear a tela e lê-lo.

Matheus: "Meu bem, não poderei ir te buscar hoje, tive um rolo com umas documentações da faculdade e terei que resolver... E a tarde vou dar um pulo no campo de marte, ok? Nos vemos amanhã à noite. Eu amo você, princesa! Obs: tenho certeza que você ficará linda no vestido."

Não posso dizer que fiquei surpresa com essa mensagem. Admito que eu fiquei chateada, mas o que eu poderia fazer?

Quando o sinal ecoou pelos corredores, eu segui meus amigos até a banca de jornal. Decidimos ficar um tempo ali, até o Gui ser liberado.

Luca e Malu estão no maior dos amores, parece que a relação deles se intensificava a cada dia, era lindo de se ver. Tudo bem que nem tudo era as mil maravilhosas... Assim como muitos casais, eles tinham atritos vez ou outra, mas em minutos eles se acertavam.

Estávamos conversando sobre nossos planos para o final de semana quando fomos interrompidos.

— Que bom que te encontrei, fofinha. — Pam diz aliviada ao olhar para mim.

— Aconteceu alguma coisa? — questiono preocupada.

— Biologia aconteceu! — ela reclama e eu franzo a testa. — Preciso de ajuda para estudar.

— Mas você sempre me disse que era sua matéria preferida e que só tirava notão. — digo confusa e ela enrola alguns fios de cabelo no indicador.

— Desde que mudei de colégio a matéria tem sido uma tortura pra mim. Ao que parece, eu não sou tão boa quanto pensei. — ela murmura frustrada.

— Por que diz isso? — murmuro, curiosa.

— Porque eu me dei mal na última avaliação, tirei 3 de 10. Por favor, me ajuda, fofinha? — Pam me olha suplicante e eu acabo me dando por vencida.

— Tudo bem! Quando quer que eu te ajude?

— Amanhã depois do almoço, na sua casa, pode ser? — Pam sugere apressadamente.

Estranhei o seu pedido, principalmente quando a conversa com o Nate começou a martelar na minha cabeça.

O olhar dela é completamente indecifrável, as expressões dela estão suaves, ela mantém um sorriso gentil no rosto.

Depois de tudo que passamos, resolvi deixar um pouco da mágoa que tinha dela de lado, e por prezar a amizade que um dia já tivemos, eu não podia recusar.

O mínimo que eu poderia fazer era ajudá-la.

— Não vejo problema! — abro um sorriso fraco e ela me puxa para um abraço rápido.

— Obrigada, fofinha! — Pam beija a minha bochecha. — Até amanhã! — ela acena e some da nossa vista assim que vira a esquina.

— Eu não confio nela! — Malu resmunga emburrada e eu acabo rindo baixinho. — Sério... Você não devia dar trela pra ela.

— Não acha que está pegando pesado? — Luca a questiona e recebe um olhar irritado da namorada. — Ok, não está mais aqui quem falou. — ele ergue as mãos em rendição.

— Malu, não preci... — começo a falar, porém ela me interrompe.

— Olivia. — Malu me olha seriamente. E sei que quando ela me chama pelo nome e me encara desta forma é porque a coisa é séria mesmo. — Essa garota não pensou duas vezes antes de falar todos aqueles absurdos para você. Ela não pensou nos seus sentimentos em momento nenhum. Ela fez questão de te diminuir na frente de várias pessoas. Ela deixou claro que por culpa sua tinha conhecido o Felipe e o Nathan. — Malu pontua enojada e em seguida segura a minha mão delicadamente. — Você tem um coração maravilhoso, seu coração é enorme, eu sei. — Malu afirma. — Mas, a Pamela não merece uma posição dentro dele quando a mesma não soube valorizar a sua amizade. Principalmente, quando ela disse com todas as letras que sua amizade era tóxica.

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