11h05min – 15 de fevereiro – Segunda.
— Olivia. — diz o professor ao bater as mãos na minha mesa.
Assusto-me na hora. E meio perdida sem ao menos saber do que se trata falo a primeira coisa que aparece na minha cabeça.
— Presente! — eu respondo.
— A chamada já foi, flor. — sussurra Malu na cadeira ao lado. — Em que planeta você está?
Suspiro. Em um que eu nem deveria lembrar.
— Responda a pergunta, Olivia! — olho para o professor sem fazer ideia do que ele perguntou.
— Desculpe, pode repetir? — lanço para ele um olhar culpado.
— Qual a lei que eu estou me referindo, Olivia? — ele aponta para a lousa.
Ai, eu odeio Física, quero chorar. Olhei para a lousa, e sério, por que essa matéria existe?
Comecei a analisar o desenho, e fui tentando puxar informações da memória que fizessem algum sentido e que pudessem me tirar dessa enrascada que me enfiei.
— Lei de Snell? — pergunto um pouco receosa.
— Correto! — respiro aliviada.
O vejo caminhar para a sua mesa, e olho para o lado, Malu está me olhando um tanto curiosa.
— Salva por pouco, hein? — ela brinca. — O que tanto te incomoda? — questiona baixo.
Nem queira saber, Malu... Penso.
— Por que acha que tem algo me incomodando? — pergunto de volta.
— Você está inquieta a manhã inteira, avoada e não para de morder a parte interna da bochecha.
Arregalo meus olhos ao olhar para ela e Malu abre um sorrisinho fofo para mim.
— Como você sabe que eu faço isso? — pergunto, chocada.
— Sou sua melhor amiga, isso responde sua pergunta? — aceno com a cabeça. — Então... — Malu começa, mas é interrompida no ato.
— Vocês duas querem dar uma volta na diretoria? — olhamos assustadas para o professor e negamos com a cabeça. — Ótimo... Então caladas.
Ouvimos uma risadinha vinda do fundo da sala, nós duas viramos ao mesmo tempo para o Luca, e ele comprime o lábio para conter o riso.
— Palhaço! — Malu sussurra para ele e ganha uma piscadinha em resposta.
Shippo tanto.
(...)
(Nathan)
09h21min – 17 de fevereiro – Quarta.
Vamos lá, eu prometi para mim mesmo que não falaria com a Olivia. Que iria ignorá-la e que eu ignoraria tudo o que rolou. Porém, eu jamais disse que deixaria de olhar para ela quando a mesma estivesse no meu campo de visão, como agora por exemplo.
Como todos os intervalos, eu estou na mesa dos dito populares do colégio. E daqui eu tenho uma ótima visão da praça do colégio.
Pracinha que a Ivy passa todas as manhãs. Ela está neste momento abraçada ao Gui. Admito que não é agradável ver isso de onde estou.
Não sei os motivos do meu desconforto, mas acho que não me importo com isso. Ou, talvez eu me importe o suficiente para querer, por um momento, que fosse eu no lugar do Gui. Que ela agisse comigo como age com ele e com o Luca. Mas, sei que é impossível de acontecer, até porque, eu não facilito as coisas para ela.
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Descobrindo o Amor
RomanceOlivia sempre foi considerada como "duff" no colégio em que estudava. Mas, depois de passar as férias no Canadá, ela voltou para o Brasil mais confiante e com uma aparência totalmente diferente da que tinha antes. Desde a sua volta muitas mudanças a...