19h30min - 5 de fevereiro – Sexta.
Reconheço que estou um pouco apreensiva olhando para o cara a minha frente.
Minha mãe está abraçada ao Arthur no sofá da sala e eu estou no puff, olhando dos dois para o Léo.
Meu irmão está com um sorriso relaxado, já a minha mãe me olha com expectativa, e o Doutor bonitão, porque sim, o homem é bonito, e tem sorte por estar com a minha mãe; que é uma Deusa.
O Arthur está me olhando com curiosidade.
Eu sou péssima para puxar assunto quando não me sinto confortável ainda com a pessoa, quando não criei certa intimidade.
Respirei aliviada quando o próprio Arthur resolveu quebrar o nosso silêncio.
— Sua mãe me disse muitas coisas sobre você Olivia. — ele me lança um sorriso tranquilo e eu semicerro os olhos para a Dona Sandra.
— Espero que ela tenha dito coisas boas, porque eu sou um anjo. — garanto e ele ri baixinho.
— Ah, ela me disse que você aprontava muito na infância. Que só faltava ser sócia do ortopedista de tanto que se machucava. — Arthur zombou.
— Sabe o que é? — me ajeito no puff. — Eu me doava cem por centro nos campeonatos do colégio, nas educações físicas, e isso me causava algumas lesões. — falo sem graça.
— Eu praticava esportes também, fazia basquete na época do colégio.
— Isso eu não sabia. — minha mãe olhou para ele com atenção. — Você era bom?
— Ah, meu amor. Eu sou excelente em tudo o que eu faço, você já deveria saber. — Arthur disse e lançou um sorriso convencido.
Eu arregalei meus olhos e olhei para o Léo que estava rindo do meu constrangimento.
— Por favor, me poupem dos detalhes. — digo baixinho e os dois acabam rindo também.
— Deixaremos isso de lado então. — Arthur zombou.
— Você competia? — pergunto interessada.
— Sim. Eu até cheguei a fazer parte da atlética quando eu estava na faculdade, mas não consegui acompanhar. — ele admitiu baixinho.
— Medicina não é um curso fácil, deve ter roubado muito do seu tempo, se você levou a sério mesmo. — falei e o Léo sorriu para mim. Ele parecia feliz por eu estar tentando.
Coisas novas tem uma tendência a me assustar com facilidade, por isso prefiro me manter dentro da minha zona de conforto. Quando preciso sair dela, eu fico mais introspectiva, fico mais receosa.
— Sua mãe também me disse que você tem muitas crises de enxaqueca, é verdade? — Arthur me olhou com aquele típico olhar de médico e eu apenas assenti. — Estresse e ansiedade podem desencadear isso, noites mal dormidas...
— Eu sei. — suspiro baixinho. — Só que meu caso é outro, eu acho.
— De qualquer maneira, quero que saiba que se precisar eu estou aqui e posso te ajudar com isso, ok? — ele sorriu amigavelmente e eu reparei no brilho nos olhos da minha mãe.
Ela olhava para o Arthur admirada e parecia genuinamente feliz. Feliz como há anos não se sentia. Meu coração se encheu de amor por vê-la assim. Por vê-la com alguém que a respeita e que se importa.
— Obrigada. — sorrio calorosamente para ele. — Você já foi casado? — resolvo perguntar porque sou curiosa.
— Sim. Mas, como a sua mãe, sou viúvo. Minha falecida esposa teve câncer no útero, e infelizmente deu metástase. Em poucos meses ela me deixou. — Arthur sorriu fraco e ao olhar em seus olhos pude ver um vestígio de tristeza.
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Descobrindo o Amor
RomanceOlivia sempre foi considerada como "duff" no colégio em que estudava. Mas, depois de passar as férias no Canadá, ela voltou para o Brasil mais confiante e com uma aparência totalmente diferente da que tinha antes. Desde a sua volta muitas mudanças a...