Capítulo 24: Ubatuba

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Dias depois...

13h00min – 4 de Março – Quinta.

Para mim eu podia admitir o quanto me afetava esses pequenos momentos que eu tinha com o Nathan. Me afetava tanto que me deixavam aérea por dias.

Eu tinha o corpo presente, mas minha cabeça parecia não estar da mesma maneira e era horrível ter que ficar dando desculpas. Era horrível não estar conseguindo prestar atenção nas coisas que estavam acontecendo a minha volta.

Me dei conta de que os dias estavam voando quando o feriado do carnaval chegou e eu ainda não fazia ideia do que fazer.

Sei que em casa não gostaria de passar.

Tenho a opção de ir para os bloquinhos, isso já me ajudaria a manter distância do Nathan.

Por que preciso fazer isso? Simples. Porque minha saúde mental pede, ou melhor, grita por isso.

E nada mais justo do que obedecê-la.

Principalmente depois do que aconteceu no nosso último "encontro".

Dias atrás

Domingo. Tem dia mais sem graça? Não passa nada de interessante na TV, não tem nada de interessante para fazer. Apenas tédio.

Meus amigos assim como meu irmão estão no clube, mas eu não quis ir para lá, preferi ficar em casa mesmo.

Minha mãe saiu com o Arthur e não faço a menor ideia de que horas voltam.

O Ozzy está se refrescando na frente do ventilador e parece que não vai sair da posição que está tão cedo.

A única alternativa que eu tenho é aproveitar que estou sozinha, aproveitar esse calor, e ir para a piscina.

Subo para o meu quarto. Separo meu biquíni preto básico e me troco. Prendo meu cabelo em um coque deixando apenas a franjinha solta, coloco um chinelo, pego uma toalha e caminho para a área externa da casa.

Deixo minhas coisas em cima da espreguiçadeira, coloco no celular uma playlist para tocar e me aproximo da piscina colocando meus pés na água.

A temperatura está realmente agradável. Caminho até a escadinha e entro.

O sol estava batendo no lado mais fundo da piscina, não me importei e fui até lá.

Encostei a barriga na parede, cruzei meus braços na borda para poder sustentar meu corpo na água e apoiei meu rosto nos braços.

Sossego.

Era tudo o que eu queria.

Não sei por quanto tempo fiquei assim. Apenas me concentrei na música e aproveitei o sol nas minhas costas.

Estava bom demais.

Calmo demais.

Eu estava tão relaxada, que só percebi que não estava mais sozinha quando senti o calor de outro corpo atrás de mim e a respiração na minha nuca.

Não me intimidei com a aproximação, porque mesmo sem olhar eu sabia exatamente de quem se tratava.

— Você não deveria estar no clube? — pergunto meio sonolenta.

— Sim.

Sinto meu corpo ficar tenso quando ele espalma a mão nas minhas costas e faz círculos lentos na minha pele com o polegar.

Descobrindo o AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora