09h05min – 24 de Outubro – Segunda
Estamos no intervalo e como de costume estamos sentados na pracinha do colégio, aqui tínhamos a visão privilegiada de tudo ao redor, era perfeito.
Ou talvez não tão perfeito assim...
A Malu e o Luca hoje estão mais grudados do que nunca. Sério, o relacionamento deles diariamente se fortalece ainda mais. Gosto de vê-los como casal porque além de namorados, eles mantêm a essência de melhores amigos.
Já eu e o Gui continuamos mantendo a nossa amizade, mas quando estamos carentes aproveitamos a boca um do outro, e só.
É tão estanho uma parte minha achar isso bom, mas a maior parte achar que a cada dia que passa eu só venho me enganando...
E, quanto mais o tempo passa, quanto mais eu os vejo juntos, mais estranha é a sensação no meu peito.
Sinto um incômodo tão grande nos intervalos, um nó na boca do estômago sempre que meu olhar recai sobre alguma demonstração de afeto entre o Nathan e a Sophia. E pra ficar ainda mais desconfortável, eles passaram a ficar com a galera deles na pracinha também.
É tão ridículo e beira a infantilidade o que está acontecendo aqui, é nítido não só o meu incômodo, mas o dele em relação ao Gui também. Por que estou dizendo isso? Fácil! Porque apesar de ele estar há alguns passos de distância e continuar abraçado com a Sophia, ele não tira os olhos daqui.
Ele mantém o punho fechado, mas gira o anel ao olhar minha interação com o Gui. Seu maxilar está visivelmente travado, e avaliando cuidadosamente a sua expressão fechada, percebo o quanto não está gostando do que vê. Realmente não o agrada.
Mas ele não faz nada com relação a isso, assim como, eu também não. Só deixamos rolar...
— Vamos fazer um trato? — volto minha atenção para o Gui que está com um sorrisinho suspeito, e aproveito para disfarçar o sorriso que estava prestes a aparecer em meus lábios.
— O que tem em mente? — pergunto desconfiada.
— Como um dos seus melhores amigos, eu proponho que, se você não souber se cuidar que eu cuide de você para não fazer algo incabível. — ele estende a mão para que eu aperte.
— Mas, e se eu já tiver feito alguma bobagem? — questiono
— Dou um sacode na pessoa que te deixou fazer besteira. — começo a rir do seu argumento.
— Simples assim? — olho para ele com divertimento.
— Sim, dessa forma conseguirei ficar de olho em você — Gui me puxa para um abraço e da um beijo no topo da minha cabeça.
— Tudo bem! Eu concordo com a proposta mesmo sabendo que eu não vou fazer nada do tipo.
— Você diz isso agora, mas eu te conheço muito bem, minha baixinha.
Passo meus braços envolta da cintura do Gui, e sinto uma leve mordida no meu ombro seguido de um beijo no meu pescoço. Afasto um pouquinho a cabeça para olhá-lo, e abro um sorriso fofo quando sinto seu nariz encostar-se ao meu me dando um beijinho de esquimó.
— Acho uma graça quando você faz isso. — deposito um beijo em seu rosto, e distancio um pouco meu rosto do dele para olhá-lo melhor.
— Está me tirando? Eu sou uma graça por inteiro. — ele diz fingindo estar ofendido. — Olha bem pra essa belezura... — Gui aponta para o próprio corpo. — Sou um espetáculo!
Acabo gargalhando do seu convencimento, eu não podia ter amigo melhor. O Guilherme é sensacional. Com a suas gracinhas diárias o Gui consegue com muita facilidade mudar o meu humor.
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Descobrindo o Amor
RomanceOlivia sempre foi considerada como "duff" no colégio em que estudava. Mas, depois de passar as férias no Canadá, ela voltou para o Brasil mais confiante e com uma aparência totalmente diferente da que tinha antes. Desde a sua volta muitas mudanças a...