Capítulo 62: Você não atrapalha

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(Nathan)

14h10min – 22 de Agosto – Segunda

Depois da aula resolvi dar um pulo na pista de skate com o Léo, mas não fiquei muito tempo por lá, eu estava com fome, e queria muito aproveitar a minha casa.

Minha mãe ainda não havia voltado do resort, sendo assim, tinha a casa inteira só para mim.

Falando na Dona Ana...

Depois de seguir os conselhos da Olivia, minha aproximação com a minha mãe está sendo mais fácil do que pensei. As amigas têm a ajudado bastante também, assim como o grupo de ajuda. Minha mãe anda o frequentando corretamente desta vez, e eu sinto que agora tem tudo para dar certo.

Torço por sua recuperação, torço demais para que ela passe por cima disso e volte a ter a alegria de antes, que volte a amar a vida como sempre amou. Depois de tudo pelo que passou, a Dona Ana merece todas as coisas boas. Eu sei que quando ela se der essa chance, tudo voltará para os devidos trilhos. Quando minha mãe se reencontrar, nada poderá a parar. Tenho certeza disso.

Inclusive, a Dona Ana vem me perguntando todo o dia sobre a Olivia e, toda oportunidade que ela tem, minha mãe coloca a Ivy no meio do assunto. Seja quando está falando com a tia Sandra, seja quando encontra o Léo e a Isa em casa...

Enfim, ela está contando os dias para poder conhecer a Olivia. Não que ela não a conheça, até porque de vista minha mãe já a viu, porém nunca conversaram. E é exatamente o que minha mãe quer fazer. Quer trocar ideia com a Olivia o quanto antes.

Chega a ser engraçado a facilidade que a Olivia tem de cativar as pessoas sem precisar fazer esforço. Tenho certeza que isso tem relação com o seu sorriso fácil e a personalidade foda que a Olivia tem. Sério, essa é a característica mais admirável nela e a mais marcante.

Acabo rindo sozinho por estar com o pensamento nela.

Quem estiver me olhando agora, deve achar que eu estou doidão. Mas não. Gosto desses momentos em que consigo organizar meus pensamentos, mesmo que o caminho não seja longo até a minha casa, é bom me sentir em paz em minha própria companhia.

O fato de o farol estar fechado para pedestres ajudou na minha reflexão. Ele é tão demorado, e o fluxo de carros nessa avenida é tão absurdo, que mesmo que estivesse tranquilo e eu tentasse atravessá-la, seria capaz de aparecer uma moto do nada, só pra me atingir.

Mantenho minhas mãos no meu bolso da calça, e observo o outro lado da rua.

Quando meus olhos focam em um ponto específico, eu acabo fazendo uma careta enojada para a cena que presencio.

É muito sem noção!

Pamela está em cima do capô de um carro, e o cara de boné que está com ela parece não se importar com o horário, nem mesmo com o atentado ao pudor que estão fazendo.

Tudo bem que eu não sou nenhum santo, mas se fosse pra fazer isso, prefiro fazer as escondidas ou dentro do próprio carro. Seria mais prazeroso do que com uma plateia me olhando.

Mas... Tem gente que se excita com a exposição, o caso deles, sem dúvidas.

Ela joga a cabeça para trás quando ele desce os beijos para o seu decote, e ela acaba se assustando quando me vê. Pamela sorri cinicamente para mim e tira o boné do rapaz, deixando o seu rosto completamente a mostra.

Cerro meus punhos assim que vejo de quem se trata. É, ela não mentiu quando disse que ele estava sabendo aproveitar. Seu olhar para a Pamela é confuso, mas quando o garoto resolve olhar para o mesmo lugar que ela, ele parece empalidecer.

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