Descobrindo o Amor

Capítulo 17: É hoje que eu morro

(Nathan)

10h35min – 8 de fevereiro – Segunda.

Precisei sair de perto da Olivia porque eu já havia extrapolado. Eu fui muito além dos limites considerados aceitáveis. É algo que costuma acontecer com frequência quando estou perto dela.

Já fiz tanto isso que depois de um tempo parei de contar. Às vezes nem é por mal, acaba sendo automático.

Olivia me tira do sério com uma facilidade absurda e isso me faz falar mais do que devia.

Agora eu estou me lamentando pelo o que eu disse como se pudesse reverter de alguma forma.

Esquece, já foi Nate. Não tem como voltar atrás, não tem mais como desfazer.

Maria Luiza se deu bem. Ah, corta essa... Ela pode até ter falado na ingenuidade, o que não duvido, é típico dela.

Só que a Olivia tinha mesmo que falar isso? Não nego, o Gabriel é um cara bonito, mas não é para tanto, né?

— Então, como eu ia dizendo sobre a festa... — vejo a boca da Sophia mexendo enquanto conversa com as meninas, mas admito que não estou prestando atenção em nada.

Não faço ideia do que a Sophia e essas garotas estão falando, parei de ouvir no momento em que ela me puxou para cá.

— Sexta então, né? — a Giovana questionou.

O que elas estão falando sobre sexta? Ah, quer saber? Pouco me importa... Não é como se eu não fosse saber depois.

Olho para as quatro garotas a minha volta e não penso muito.

— Preciso resolver uma parada. — aviso e não espero por resposta, só meto o pé.

Procuro a Olivia pela pracinha e não a vejo. Porra!

Olho para todos os lugares do refeitório. Eu passo os olhos por todas as mesas, por todas as pessoas e nada.

Então, desvio o olhar para o lugar que a Malu está. Ela está encostada na escada que dá para o laboratório de robótica, abraçada ao Gabriel, mas a Olivia também não está lá.

Cadê você garota?

Começo a passar por entre as pessoas, eu estava prestes a sair do refeitório e ir para a quadra para procurá-la, mas antes que conseguisse isso senti uma mão tocar o meu braço.

— Fala ai cara! — Léo e eu fizemos o nosso toque de mãos habitual. — Você viu a minha irmã por ai? — o Léo pergunta.

Ele não me viu na pracinha com a Olivia porque estava aproveitando o tempo livre com a namorada em outro lugar.

— Não vi. — minto. — Ela não estava com a Malu? — me apresso em falar.

— Estava, mas não está mais.

— Já perguntou para a Malu? — paguei de sonso.

— Eu ia, mas como pode ver ela está ocupada. — ele aponta com a cabeça e logo entendo o que ele quer dizer.

— Posso perguntar pra ela se quiser. — dou de ombros, fingindo indiferença.

— Pô cara, faz isso sim! — Léo colocou a mão no meu ombro. — Eu vou aproveitar que estou com a Isa para ela ver se encontra minha irmã no banheiro feminino enquanto eu dou uma olhada na sala de aula.

Ele correu até a namorada, a abraçou de lado e seguiram para o corredor das salas. Me virei colocando minhas mãos no bolso da calça e caminhei até a Malu.