Capítulo 77: Não quero mais

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(Nathan)

10h40min – 29 de Outubro – Sábado

Não, eu não fui para lugar nenhum com a Sophia na noite passada. Acabei ficando em casa mesmo e não consegui pregar os meus olhos por estar com o pensamento fixo na Olivia.

Toda vez que eu fechava os meus olhos imagens dela com o Gui vinham na minha cabeça e isso me deixava puto. É foda ter que admitir que eu estou com um ciúme do caralho daqueles dois.

O pior é saber que não é algo que começou agora. Esse sentimento não me agrada e ele vem crescendo dentro de mim desde o lance que ela teve com o ex. Sim, sinto esse incomodo dentro do meu peito desde o namoro dela com aquele imbecil. Depois do término deles só se intensificou.

Mas, isso é normal, certo? Afinal, eu e a Ivy nos tornamos amigos. A construção dessa relação vem sendo ótima, e eu acho que sentir ciúme pode estar incluso no pacote, não é? Que outra razão eu teria pra esse incomodo? Nenhuma, obviamente!

— Bom dia, meu amor! — saio do meu devaneio assim que ouço a voz da minha mãe preencher o meu quarto.

Viro a cabeça para o lado, vejo Dona Ana abrir totalmente a porta e caminhar a passos lentos até a ponta da minha cama, se sentando em seguida.

Reparo rapidamente nela e noto que ela está vestindo roupas esportivas.

— Vai sair? — questiono com curiosidade.

— Sim, combinei com a Sandra, com o Arthur e com o Marco de irmos ao Ibirapuera correr um pouquinho. — minha mãe diz com empolgação e eu acabo sorrindo com isso.

É tão bom vê-la assim, vê-la se recuperar, vê-la apreciar novamente as pequenas coisas. Vê-la lutar contra os seus próprios demônios e amando a vida como antigamente.

É gratificante ver a minha mãe se permitindo viver um novo amor. Sim, deu certo o lance dela com o Marco, eles estão namorando. Eu nunca vi minha mãe tão cheia de vida como nos últimos tempos. Ele trouxe cor para a vida cinzenta da Dona Ana, e eu sou imensamente grato a ele por isso.

— Eu amo ver você feliz, mãe. Sério, é bom demais! — a olho com carinho. Logo depois ela se arrasta pela cama até ficar mais próxima de mim e toca suavemente o meu rosto.

— Percebi que você também anda diferente, teria algum motivo especial? — ela me encara sugestiva e eu acabo rindo baixinho.

— Não que eu saiba. — respondo com um sorriso pequeno.

— Pois eu acho que a razão é uma garota. Uma garota que tem um metro e cinquenta de altura. Uma garota de franjinha que você vive grudado nos últimos tempos. — minha mãe ajeita o meu topete e eu a encaro com a testa franzida.

— Está falando da Olivia? — indago e ela assente com um sorriso enorme no rosto. — Somos só amigos mãe. — explico.

— Será mesmo? — Dona Ana me olha com desconfiança.

— Sim, mãe! Por que você pensaria o oposto? — inclino a cabeça para o lado e a olho com cautela.

— Por causa dos seus olhos. — ela me encara com atenção e eu gesticulo com as mãos para que ela fale mais. — Eles brilham de uma maneira diferente quando fala dela, quando vejo você com ela. — Dona Ana explica. — É semelhante ao daquela foto. — ela aponta para o porta-retratos.

Olhar pra ele me faz sorrir, não pelo que ele representa pra mim, mas porque me recorda o dia em que a Olivia esteve nesse quarto, segurando aquela foto e do dia que eu levei a Olivia a mesma praia do porta-retratos.

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