Capítulo 34: Não se sabote

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12h:45min - 20 de Março – Sábado.

É só ignorá-lo, Olivia.

Tento parecer indiferente a presença dele e caminho até a minha cama.

Meu celular estava jogado ali, era só pegá-lo, colocá-lo na minha bolsa de alcinha e ir me encontrar com a Malu. Seria fácil demais... Porém como sempre, o Nathan tinha que dificultar as coisas para mim.

Depois de ter o celular em mãos, fui até a minha bolsa que estava pendurada ao lado do espelho do quarto.

Ao passar pela cadeira do computador a mão dele delicadamente rodeou o meu pulso, abaixei o olhar para ele, e no mesmo instante o Nathan se levantou ficando a centímetros de distância de mim.

Por conta da nossa diferença de altura precisei inclinar a cabeça para que eu conseguisse olhar em seu rosto, e quando o fiz lhe lancei o meu olhar entediado.

Precisei prender a respiração quando senti seu polegar fazer uma leve caricia nas costas minha mão.

Nenhum de nós parecia disposto a desviar o olhar, só quando o silêncio começou a me incomodar que resolvi falar alguma coisa.

Você poderia me soltar? — peço de maneira impaciente.

Sem protestar, ele fez o que eu pedi. Soltei um suspiro aliviado pelo Nathan ter me ouvido uma vez na vida.

Seu corpo foi para o lado e ele permitiu que eu passasse para poder alcançar a minha bolsa.

Após colocá-la no meu ombro, e por o meu celular dentro de sua divisória me virei para caminhar até a porta, mas fui impedida por uma parede de músculos.

Revirei meus olhos, dei um passo para o lado para que eu pudesse passar, mas não deu certo já que ele colocou o corpo na minha frente outra vez. 

Como eu sou insistente, tentei passar pelo Nathan mais uma vez, porém foi tão inútil quanto às vezes anteriores. Fechei os olhos e respirei fundo.

Deus dai-me paciência, porque se não me der, o chute nos países baixos vêm.

— Nathan, tem como você sair da minha frente? Você está me atrasando! — eu olho irritada para ele.

Que pena. — ele sorriu de canto, colocou as mãos na minha cintura e me puxou para ele.

Merda.

Eu preciso arrumar uma maneira de sair dessa situação, não só pelo fato de ter que presenciar o surto da Malu pelo meu atraso, mas porque eu tinha um encontro essa noite.

Um encontro de verdade!

E desde que eu o conheci, o Matheus tem sido um amor comigo. Super gentil, extremamente cuidadoso e atencioso, muito diferente da pessoa a minha frente; que faz o possível e o impossível para me tirar do sério todo santo dia.

Nathan apertou a minha cintura e isso foi o suficiente para eu perder a minha linha de raciocínio.

Sendo assim, abaixei a cabeça para manter a situação sob controle e por segundos eu consegui.

Ao recuperar um pouco da minha sensatez coloquei minhas mãos em cima das dele e tentei afastá-lo de mim.

Nathan ao perceber o que eu faria, apertou ainda mais a minha cintura. Em seguida ele andou comigo até me encostar gentilmente à parede do quarto e pressionou o corpo no meu.

Enquanto eu olhava seriamente para ele, Nathan alternava o olhar entre os meus olhos e a minha boca.

Assim que se atentou ao meu rosto, Nathan começou a analisá-lo. 

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