Capítulo 18: Eles vão sair?

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Dias depois...

08h55min – 12 de fevereiro – Sexta.

Estou em plena aula de Literatura, para ser mais especifica no fim da mesma. E a professora Carmem resolveu que seria interessante formamos trios. Ela disponibilizou alguns livros por grupo.

O meu trio teria que fazer a leitura de trechos da obra Iracema e entregar um resumo para ela.

E, sim. O Luca se enfiou aqui com a gente. E, sim. Ele e o Gui estão andando comigo e com a Malu desde o dia seguinte da palestra.

Os dois não desgrudaram de nós duas. Vez ou outra o Guto passa um tempo com nós quatro, porque também conversa com os meninos. Porém, a maior parte do tempo somos apenas nós quatro.

Os quatro mosqueteiros.

Não tem coisa melhor. Nem acredito que estou me enturmando com outras pessoas e expandindo as minhas amizades.

Espero não me enganar com eles dois como já me enganei antigamente... Não quero passar por aquilo de novo. Não sei se aguentaria outra decepção como aquela.

Com a aproximação dos meninos, foi fácil perceber a conexão que a Malu teve com o Luca. Parece que eles são amigos há anos. Daqueles de infância.

Percebi também certa troca de olhares entre eles... Acho que pode sair alguma coisa boa disso. Espero estar certa. Porque eu sei que shippo, e muito!

— Faz isso direito! — ouço a Malu resmungar para o Luca e encaro ambos.

— Se você ficar reclamando, eu vou fazer você escrever no meu lugar. — ele avisa ao apontar a caneta para o rosto da Malu.

— Me obrigue! — ela rebate ao aproximar o rosto do dele.

— Vou ter que separar vocês?

Os dois olham para mim de imediato.

— Por que estão discutindo, afinal?

— Porque ele está desleixado. Olha isso aqui, flor. — Malu apontou para a folha. Olhei para a mesma e realmente, está um garrancho só. Parece letra de médico.

— Luca do céu. Você quer ser médico? — questiono e tento entender as palavras.

— Não está tão ruim assim e outra, eu estou no fim. — ele argumenta e volta a escrever o que eu digo.

Observei o olhar da minha melhor amiga e comprimi o meu lábio assim que vi o sorriso travesso da Malu.

Ela olhou para mim, olhou para o Luca e com o branquinho fez um desenho de sorriso nas costas da mão do Luca.

Luca por sua vez, pegou a caneta que tinha em mãos e desenhou no braço da Malu. Pelo próximo um minuto, um ficou sujando o outro.

— Está bem, já deu crianças. — zombo e eles me olham com tédio. — Quer que eu termine?

— Só falta a última frase, precisa não. — Luca diz e eu digo lentamente para ele. Quando Luca finaliza a última palavra, o sinal para o primeiro intervalo soa.

— Antes de saírem para o intervalo não esqueçam de deixar os resumos sobre a minha mesa. Vou corrigi-los e semana que vem terá um debate sobre os livros que sugeri para cada grupo.

Depois do informativo, nos levantamos e deixamos o resumo sobre a mesa da professora. Esperamos alguns alunos saírem da sala para podermos fazer o mesmo.

Ao colocar os pés no corredor fui surpreendida com um abraço. Como sabia de quem se tratava, eu retribui.

O Gui tem feito isso rotineiramente.

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