18h21min – 04 de Novembro – Sexta
A semana parece ter se arrastado, sem brincadeira, tive a sensação de que o final da semana não chegaria nunca.
Muitas coisas aconteceram ao decorrer dela, uma delas foi: o Gui e a Sophia estão juntos.
Eles agora são exclusivos e finalmente se declararam um para o outro, e decidiram em conjunto que estão namorando. Ambos me contaram como foi.
Sabe aquela cena clichê do final de "Anne with an E?" Aquela em que a Anne sai apressada da casa que dividiria com as meninas por conta da faculdade e o Gilbert corre ao seu encontro, e acabam coincidindo de se encontrarem ao mesmo tempo?
Pois bem, foi isso que aconteceu com o Gui e a Sophia. Ela estava saindo da casa dela pra se declarar pra ele, enquanto ele estava indo ao encontro dela para fazer a mesma coisa. E bom, o resto vocês já devem imaginar como foi...
Apesar de eu estar na merda por conta do meu coração partido, eu fiquei feliz demais por ele.
O Gui merece uma garota incrível ao lado dele e é perceptível o quanto a Sophia o faz feliz, e vice-versa. O quanto eles são melhores juntos e se complementam.
E quanto a mim e ao Nathan? Bom... Eu realmente levei a sério o que eu disse ao Nathan na casa dele.
Não que eu tenha tido motivos para evitá-lo, ele mesmo fez questão de fazê-lo por mim e, eu só retribui o favor.
Ficando por mais horas no colégio, por mais horas no clube, por mais horas no shopping, por mais horas na pista de skate quando eles não estavam por lá. Fiquei por horas em qualquer lugar só para não ter que esbarrar com o Nathan por aí.
Meu peito doía com essa distância. Doía muito não ter ele comigo, mesmo que sendo só como meu amigo, porém era um mal necessário. Só assim para eu conseguir realmente esquecê-lo. Só assim para tentar diminuir tudo que venho sentindo por ele.
A quarta-feira desta semana foi boa para eu conversar sobre o assunto na terapia. A Dra. Desirée ficou muito orgulhosa por eu ter tido a iniciativa. Ela disse que eu fiz a coisa certa ao colocar pra fora tudo que estava acontecendo dentro de mim, sem usar o meu caderninho pra isso.
Minha psicóloga sempre disse que o meu caderninho era somente uma escapatória, um recurso, mas que eu precisava externar todos os meus sentimentos e frustrações, falando abertamente sobre eles. No caso com os próprios envolvidos.
Ela sempre deixou claro que só escrever não bastaria pra mim. Que aliviaria momentaneamente, porém não colocaria um ponto final. E, que as vezes precisamos fazê-lo para ter paz com nós mesmos. Só que...
Se eu estou certa, se eu fiz o que eu tinha que fazer, então por que me sinto tão fracassada? Por que me sinto rejeitada? Por que me sinto tão indigna da felicidade? E o pior...
Todas as frases que a Pamela me disse nas nossas últimas conversas, voltaram a rondar a minha cabeça com força total, me dando a certeza de que a resposta estava ali na minha cara o tempo todo. Eu que preferi me enganar.
Não enxerguei o óbvio e agora estou sofrendo as consequências por estar tendo que lidar com um amor não correspondido. Com uma ilusão que eu mesma criei... Afinal nós somos tão responsáveis pelo que sentimos, quanto a pessoa que nos faz sentir.
Eu me deixei cativar. Talvez eu pudesse colocar a culpa inteiramente na carência, o Nathan me deu atenção e por eu estar emocionalmente na merda, acabei confundindo os sinais. E deu no que deu.
Ainda bem que eu tinha meus fiéis escudeiros. Meus melhores amigos foram maravilhosos comigo, me apoiando, me escutando. Eles até se revezavam para não me deixar sozinha, eles faziam de tudo para me distrair, para me animar.
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Descobrindo o Amor
RomanceOlivia sempre foi considerada como "duff" no colégio em que estudava. Mas, depois de passar as férias no Canadá, ela voltou para o Brasil mais confiante e com uma aparência totalmente diferente da que tinha antes. Desde a sua volta muitas mudanças a...