08h30min – 7 de Março – Domingo
Eu costumo ter bastante dificuldade para acordar cedo, mas quando eu estou viajando parece que meu relógio biológico muda.
Não só acordo quando tenho que acordar como fico mais disposta também. Porém, não posso dizer o mesmo da Malu.
A dificuldade em acordá-la piora a cada dia, por isso chamei os meninos para que pudessem me ajudar com isso, mas não foi uma boa ideia.
Agora, por exemplo, tentei acordá-la com jeitinho e acabei levando um chute na barriga.
— Ai, sua vaca! — resmungo com a mão na região do chute.
— Pensei que fossem cavalos que dessem coice. — murmura o Luca ao meu lado.
— E dão, mas vacas dão coice para todos os lados igual essa coisinha aqui. — aponto para Malu na cama.
— Ela não quer acordar por bem, certo? — cochicha Gui para mim. — Então... Eu tenho uma ideia.
Eu e o Luca o olhamos sem entender, e o Gui apenas fez um sinal para que esperássemos e saiu do chalé.
— O que ele foi fazer? — sussurro para o Luca.
— Não faço ideia, mas coisa boa não deve ser.
Olhamos para a porta assim que o Gui voltou e em suas mãos tinha uma buzina da alegria.
Arregalamos os olhos na mesma hora. Puta merda!
A Maria Luiza vai ter um treco. Gui posicionou o indicador nos lábios para que fizéssemos silêncio, e apertou a buzina.
Vimos tudo acontecendo em câmera lenta.
Digamos que o susto da Malu foi tão grande que ela jogou as roupas de cama pra cima do Luca e se espatifou no chão.
— Ai, misericórdia! — Malu começou a falar em posição fetal.
— Velho, você caiu que nem bosta. — Gui gargalha.
— Por que eu nunca estou filmando nessas horas? Malu teria um repertório de imagens e vídeos só disso. — digo entre risos.
— Agora acordou, amorzinho? — debocha Luca.
— Quer ter outro dedo mordido, Luca? — Malu retruca irritada enquanto se levanta do chão.
— Não amorzinho, eu vou precisar usar eles ainda. — Luca sorriu sugestivamente.
— Cara, essa frase foi muito errada. — digo risonha, mas emendo uma cara de nojo.
Malu caminha lentamente até o Gui, puxa a buzina de suas mãos, aproxima do ouvido do mesmo e a aperta.
Gui cobre as orelhas com as mãos e a olha pasmo.
— É só o começo, cachinhos. — Malu ameaçou ao entrar no banheiro.
Mesmo depois de se arrumar Malu continuou de cara amarrada, mas não me importei.
Eu a conheço o suficiente para saber que isso vai mudar depois que ela for bem alimentada.
— Estão esperando o que? — Malu pergunta impaciente. — Vamos logo! — ela nos empurra para fora do chalé.
Eu olho para o lado e disfarço o riso enquanto caminho de encontro aos pais da Malu. Seguimos com eles até o local onde tomaríamos café da manhã.
O salão era todo revestido com madeira, tinha algumas janelas permitindo a entrada de luz natural, e no teto tinha alguns galhos repletos de folhas.
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Descobrindo o Amor
RomanceOlivia sempre foi considerada como "duff" no colégio em que estudava. Mas, depois de passar as férias no Canadá, ela voltou para o Brasil mais confiante e com uma aparência totalmente diferente da que tinha antes. Desde a sua volta muitas mudanças a...