01h40min – 19 de Novembro – Sábado
O Nate está bem misterioso quanto ao que ele fez em sua casa.
Por todo caminho eu tentei tirar alguma informação dele, mas ele se negou a falar. Nathan estacionou o carro da garagem e deu a volta no mesmo abrindo a porta do passageiro para mim.
— Você realmente não vai me dar nenhuma dica? — Nate nega com a cabeça enquanto abre a porta da sala. — Poxa... O que custa?
— É surpresa!
Nathan coloca as mãos em cada lado do meu ombro e me direciona para dentro de sua casa, fechando a porta em seguida. Antes que possa olhá-lo, o Nate tapa os meus olhos.
— Confia em mim? — Nathan pergunta baixinho próximo a minha orelha.
— Tenho escolha? — pergunto risonha e ele morde delicadamente o meu lóbulo.
— Não! — Nate responde. — Vou te guiar, ok? — assinto.
Com todo cuidado o Nate me ajudou a andar pela sala e subir a escada até chegar ao seu quarto. Ele permaneceu com uma das mãos em meus olhos, me impedindo de ver qualquer coisa a nossa volta.
O que esse garoto está aprontando?
— Preparada? — Nate sussurra.
— Não! — digo de forma apressada arrancando uma gargalhada dele.
Nate vagarosamente tira a mão dos meus olhos e assim que olho para o seu quarto, fico completamente boquiaberta.
Meu.Deus!
Eu não fazia ideia que o encosto da cama dele tinha luzinhas de led, o quarto está em um tom avermelhado por conta delas.
Não tinha flores ao redor ou no chão, mas tinham algumas coisas em cima de sua cama. Virei meu rosto para o Nate e permaneci o encarando com desconfiança.
— Vai lá, minha linda! — Nate me encoraja e aponta para a cama.
Me aproximei a passos lentos, observando com cautela tudo que estava em seu colchão, ainda sem entender do que se tratava.
Levei a minha mão até um buquê de morango com chocolate que está no colchão, o peguei e abri um sorriso enorme.
Tem vários detalhes, mas o que mais me chama a atenção é o que está escrito em alguns: "te amo". Não é que Nathan quer mesmo me ganhar pela barriga?
Puxei um morango do palito e levei até a minha boca, apreciando o gosto divino que vinha dele.
— Você é muito esperto! — olhei para o Nate que caminhava até mim e mantinha um sorriso apreensivo no rosto.
Sentei na ponta da cama e resolvi observar algumas fotos que tinham espalhadas em seu colchão. Tinha uma bem antiga, tirada de algum álbum de foto.
Eu e o Nate estamos com cara de poucos amigos nela. Lembro bem desse dia. Foi em um evento, em uma troca de cordões na capoeira. O Nathan até me defendeu nesse dia... Eu devia ter uns 11 anos e o Nate uns 14.
Ele está me encarando de braços cruzados, claramente emburrado e, eu estou mostrando a língua para ele, algo que costumávamos fazer com frequência um com o outro. Viro a foto para poder ver se tem a data e acabo me surpreendendo com o que encontro.
Um recadinho escrito a mão: "Achei que estivesse na hora de você saber que eu só entrei na capoeira para ficar perto de você." Acabei sorrindo que nem boba por conta disso.
Meus olhos se atentaram para a próxima foto. Foi tirada com a sua polaroid, na praia. Provavelmente no dia do meu aniversário. Meu cabelo estava esvoaçado porque eu estava correndo pela areia, e pela roupa, foi no dia do nosso jogo de vôlei. No mesmo dia que eu e o Nate selamos a paz.
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Descobrindo o Amor
RomanceOlivia sempre foi considerada como "duff" no colégio em que estudava. Mas, depois de passar as férias no Canadá, ela voltou para o Brasil mais confiante e com uma aparência totalmente diferente da que tinha antes. Desde a sua volta muitas mudanças a...