Capítulo 29: Gruta que chora

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09h30min – 8 de Março – Segunda.

A manhã não foi muito diferente das dos dias anteriores.

Continuamos tendo dificuldade para acordar a Malu, mas desta vez a chantagem emocional funcionou... Nada melhor do que dizer que esse era o nosso último dia nesse paraíso e que queríamos aproveitar o máximo possível.

Depois de ouvir essas palavras ela saltou da cama, se apressou para se trocar, e fomos fazer nossa rotina da manhã.

Tomamos um café da manhã reforçado porque decidimos fazer trilha com os pais da Malu. Havíamos programado essa trilha até a área que poderíamos fazer arborismo. Os instrutores nos aguardariam lá.

E depois da trilha, eu e meus amigos iriamos curti um pouco a piscina.

Os pais da Malu estavam um pouco mais a frente de nós, então eles não perceberam o desespero da filha quando ela começou a levar uma picada atrás da outra.

Digamos que minha melhor amiga atraiu muitos pernilongos e borrachudos, o que não era nada bom.

— Eu vou sair daqui parecendo o personagem coisa do quarteto fantástico. — Malu choraminga coçando a testa e os braços.

— Calma, minha coisinha! — tento confortá-la.

— É picada de borrachudo! Eu sou alérgica, isso vai inchar! — ela aponta para o meio da testa, e para outras partes do seu corpo. — Eu tenho todo direito de não me acalmar, e de surtar com essas pragas que não saem de perto de mim. — Malu diz dando tapinhas no ar e bufando de raiva.

Olho com cuidado para ela, e de fato está bem avermelhado a região das picadas, e está um pouco inchado também.

— Quer um beijinho, Malu? — Luca oferece de forma gentil.

— Um beijinho não vai mudar a deformação que isso vai ficar daqui algumas horas. — ela senta em um tronco de árvore e apoia a mão no queixo. — Por que eu vim fazer trilha de vestido?

Eu tentei avisá-la que não seria uma boa ideia ela vir assim, mas ela teimou dizendo que estava com calor, e que não iria se encher de roupa para passar mal depois.

Malu disse que o repelente spray manteria os insetos longe dela, pelo visto só os atraíram mais.

— Minha avó sempre diz que um beijo pode sarar qualquer coisa. — Luca sorriu e deu um beijo na testa da Malu.

— Obrigada, amorzinho! — Malu se levantou e o abraçou.

— Eu tenho um antialérgico! — diz Gui, e olhamos para ele com a sobrancelha arqueada. — O que? Minha mãe me fez trazer... Se eu não colocasse na mala, ela colocaria. — explicou e olhou para a Malu. — Assim que a gente voltar para a pousada te dou um.

— Eu trouxe polaramine creme, se você quiser pode usar também. — sorrio para ela que ainda está abraçada ao Luca.

— Vocês são incríveis! — ela abre os braços para que déssemos um abraço em grupo.

Nos abraçamos, mas como a conheço bem, sei que o momento fofo não vai durar muito.

— Agora vamos terminar essa trilha logo, eu não aguento mais. — Malu diz impaciente se afastando de nós e caminhando de encontro aos pais.

Eu não disse?

Dou uma risadinha baixa, e caminho até eles.

Chegamos a área de arborismo em 30 minutos. Poderíamos escolher qual percurso seguir. Ao que parecia existiam três. Um para iniciantes, outro para intermediários e outro caminho para quem já está habituado a praticar essa atividade.

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