Capítulo 36: Como isso é possível?

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00h15min – 21 de Março – Domingo.

Encostei a porta ao entrar no meu quarto, acendi a luz e caminhei até o banheiro.

Lavei as minhas mãos, tirei as minhas lentes, lavei o meu rosto, escovei os meus dentes e tirei a minha roupa, colocando-a no cesto de roupa suja.

Assim que volto ao quarto deixo meus acessórios e a minha bolsa na escrivaninha.

Abaixo para arrumar a minha sandália ao lado da cadeira do computador e quando me levanto me assusto com a presença do Nathan.

Como eu não percebi ele entrar? Como diabos eu não ouvi a porta ranger?

Tenho certeza que ele tem uma lista interminável de objetivos e que um dos tópicos é me matar de susto.

Nathan está encostado na porta do meu quarto, com um dos pés apoiado na mesma, e de braços cruzados. O olho seriamente, mas ele parece ocupado demais observando meu corpo para ver a minha cara fechada.

— Essa cor combina com você. — ele fala baixinho e eu arqueio a sobrancelha. — Já vi você com biquíni preto, mas com lingerie fica sexy.

— Eu devo ter jogado pedra na cruz em outra encarnação, não é possível. — resmungo e o encaro.

— Só estou sendo sincero, essa cor realmente lhe cai muito bem. — ele sorriu de canto.

— Olha... Eu compreendo que você tenha o hábito de ficar animadinho com facilidade. — ele ri baixinho. — Então, te darei uma dica muito útil, use suas mãos.

— Alguém está de mau humor. — ele debocha.

— Por que será? — pergunto sarcástica. — Some daqui, cara. — aponto com o indicador para a porta.

— Claro! — ele sussurra em resposta.

Viro de costas para ele e olho para todo o meu quarto tentando lembrar se deixei meu pijama embaixo do travesseiro ou se terei de pegar outro.

Vejo o quarto escurecer e escuto o barulho da maçaneta. Sério que o Nathan apagou a luz antes de sair? Eu tenho que achar meu pijama, cacete!

Lembre-se Olivia, mantenha a calma, você teve uma noite espetacular. Foca nisso!

— É impossível! — sussurro comigo mesma.

Fecho os meus olhos e tento relembrar o que fiz quando acordei.

Onde coloquei o meu pijama? Cesto de roupa suja ecoa na minha cabeça, que bacana! Tenho que pegar outro.

Ouço um suspiro baixinho dentro do quarto e tenho vontade de me jogar pela janela.

— Você ainda está aqui? — falo de maneira ríspida.

E óbvio que o Nathan me ignora.

— O que eu te fiz, hein? Pra quê essa frieza toda, Olivia? — ele questiona em um sussurro.

É sério que o Nathan está me perguntando isso? Eu tenho vontade de falar "nasceu", mas me contenho e solto qualquer outra coisa que faça sentido para o momento.

— Não estou sendo fria. Eu só não sou fofa, Nathan. — respondo no mesmo tom.

Dou de ombros e caminho até o guarda roupa para pegar um conjunto de pijama.

Eu não estava com paciência, na verdade o bom humor que eu tinha assim que cheguei em casa se dissipou no momento em que trombei com ele na escada.

Eu não consigo entendê-lo e também não consigo entender a forma que meu corpo reage ao Nathan. Não deveria ser assim, por isso, para mim o ideal é ficar o mais longe dele que eu puder.

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