(Nathan)
20h50min – 14 de Junho – Segunda
Ando pensativo desde a conversa que tive com a Olivia. Ouvir aquelas palavras saírem da boca dela foram como se eu tivesse levado um soco na boca do estômago.
Eu entendo a relutância que ela tem em relação a mim. Não a culpo por isso. Eu sempre fui um bostinha com ela. Sempre impliquei com ela. Sempre a irritei. Sempre fiz de tudo para que a Ivy estourasse comigo.
Só que eu não sou o que a Olivia pensa... Não o tempo inteiro.
Tudo bem que que eu não saberia dizer a ela se já senti algo a mais por alguém. Nunca parei pra pensar nisso, nunca me preocupei com isso.
O máximo que me envolvi com alguém foi quinze dias e olhe lá.
Jamais me apeguei a alguém. Jamais me apaixonei.
Talvez tenha tido algumas quedinhas durante a minha infância e adolescência, mas nenhuma garota que me fizesse querer ser só dela.
Devido ao meu histórico familiar, eu realmente acho impossível o amor ser pra mim.
Não sei se sou capaz de me apaixonar ou amar alguém.
Eu não me acho merecedor. E sendo bem honesto, não sei se eu seria capaz de pertencer a alguém, no bom sentido, obviamente.
Mas, não posso negar que me deu um pouquinho de esperança.
Embora a Olivia tenha me esculachado, saber que de alguma maneira a Ivy tem essa fé em mim... Me fez achar ser possível. Me fez acreditar que apesar dos meus receios, eu posso em algum momento da minha vida ser de alguém e ter alguém.
E bom... Acho que começar me abrindo com outra pessoa possa ajudar.
Eu nunca mostrei para a Olivia o meu outro lado. O lado que o Léo conhece, a Isa... Tenho esperança de que se eu fizer isso, a Ivy possa mudar de ideia.
Talvez se eu selar a paz entre nós ou erguer a bandeira branca pudéssemos ter uma aproximação e até mesmo uma amizade... Algo saudável.
Eu sei que já transamos, e seria no mínimo uma amizade um tanto quanto curiosa, mas eu quero arriscar. Algo me diz que vai valer a pena.
E é pensando nessa possibilidade que decido aceitar o pedido do Léo e da tia Sandra. O convite para ir à viagem de aniversário da Olivia.
Ficará até mais fácil para eu ficar de olho no Matheus. O Léo não se opõe ao rolo da irmã, mas eu não confio naquele garoto. Ele não me desce, e eu sei que a recíproca é verdadeira, mas estou pouco me fodendo.
Estou parado em frente a uma vitrine enquanto penso sobre isso, observando todos os acessórios através do vidro, e sorrio para um conjunto que me chama a atenção.
Entro na loja e sou recebido por um sorriso bem caloroso de uma vendedora, ela deve ter uns vinte anos.
— Posso ajudá-lo? — pergunta ao se aproximar.
— Adoraria! — abro um sorriso amigável.
— Estou a sua disposição, é só me dizer o que quer. — ela toca no meu braço, e sorri de maneira sugestiva.
Ignoro completamente as segundas intenções em suas palavras, afinal não estou aqui para isso.
Para ser sincero, eu abomino shopping, no máximo venho para comer, ir ao boliche e ao cinema. Mas vejam onde eu estou... Em uma joalheria escolhendo um presente para a Olivia.
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Descobrindo o Amor
RomanceOlivia sempre foi considerada como "duff" no colégio em que estudava. Mas, depois de passar as férias no Canadá, ela voltou para o Brasil mais confiante e com uma aparência totalmente diferente da que tinha antes. Desde a sua volta muitas mudanças a...