Capítulo 14

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Théo 💸

- Tem uma doidinha aqui querendo subir pra falar contigo, Príncipe. - Disse pelo raidinho.

Théo: Quem é?

- Ela disse que o nome dela é Joyce e que te conheceu no baile do Vidigal.

Théo: Manda os menor trazer ela pro barraco.

Vesti uma camisa e fui pro barraco ver o que a mina queria comigo de uma vez, ela já tinha ligado umas mil vezes e eu não atendi. Peguei ela uma vez e pá e só pode tá querendo de novo, porque o pai faz gostoso.

Mas eu tô de boa, quero problema não, tô firmado com a Raísaa e não pretendo vacilar dessa vez.

Théo: Manda a idéia. - Disse quando ela entrou e soltei a fumaça do baseado.

Joyce: Quero tomar muito do teu tempo não, te liguei várias vezes e tu não me atendeu, mas a parada é séria.

Théo: Se é séria porque não falou ainda?

Joyce: Tô grávida. - Eu ri.

Théo: Tá de palhaçada com a minha cara né?

Joyce: Eu não ia brincar com um negocio desses.

Théo: Quem me garante que esse filho é meu mesmo? - Ela me respondeu com uma tapa forte no rosto. - Qual é menina? Eu nem te conheço do nada tu brota do inferno dizendo que tá grávida, quer que eu diga o que?

Joyce: Se quiser a gente vai no hospital agora mesmo e faz a porra do teste de DNA pra confirmar, não me importo. Mas a parada é o seguinte, meu pai me colocou pra fora de casa, deixei minhas coisas na casa da minha vó pra vim aqui pra conversar contigo mas eu não posso ficar lá porque o meu avô com certeza vai me expulsar de lá também quando souber que eu tô grávida.

Théo: Pera aí, tu quer vim morar aqui? Tem como não minha amiga, tô namorado agora e isso só vai atrapalhar meu namoro, da não.

Joyce: Seu primeiro compromisso é com o seu filho, depois vem as suas negas!

Théo: Eu vou dar toda assistência a criança pô, vou amar cuidar e pá, mas não dá pra te manter aqui não, Raíssa vai surtar.

Joyce: E você quer que eu vá pra onde? Eu fui expulsa de casa Príncipe, quer que eu vire mendiga?

Théo: Puta que pariu, só problema pro meu juízo. Tu vai ficar em uma casa aqui no morro, já tem móveis, coisas básicas, mas não conta a ninguém sobre essa história, deixa que eu converso com a minha namorada e com os meus pais. - Ela assentiu. - Tô falando sério, se tu contar a alguém eu te deixo careca. - Ela se benzeu.

Deixei ela na casinha e ela começou a reclamar que tava sozinha e que tinha medo de dormir sozinha querendo fazer de tudo pra eu ficar com ela e eu disse que ia chamar um dos moleques pra ficar com ela, o menino era uma criança ainda e ela negou, a pilantra queria era que eu dormisse com ela mas eu não tô afim de vacilar com a Raíssa mesmo sabendo que ela vai ficar putassa com essa história.

Depois fui direto pra casa e subir pra resolver esse b.o com meu pai, porque se eu falasse com a coroa ela ia surtar de um jeito que era capaz de me jogar pela janela.

Ret: Irresponsável do caralho, tu conhece uma parada chamada camisinha? - Falou puto.

Théo: Na hora a gente não pensa direito não pai e a mina também falou que tomava remédio tudo certinho.

Ret: Tu acreditou, babaca? E mesmo se fosse verdade foi tomando remédio que a tua mãe engravidou de tu e da Jade, esses bagulho não são 100% confiáveis não Théo, pensa nas coisas antes de fazer caralho.

Anna: Deixa eu vê se eu entendi direito... O meu menino, o meu bebê, o meu Theodoro, vai ser pai? - Gritou.

Ret: Bebê? Menino? Theodoro? Tá mas pra burro, jumento e irresponsável.

Théo: Vai adiantar de que vocês surtarem e dizer coisa comigo? Temos que arrumar solução para o problema porque a merda já tá feita. - Minha mãe me deu um tapa na cabeça.

Anna: Chama uma criança de merda de novo pra tu ver se eu não te jogo da varanda, seu idiota.

Théo: Mãe, o que eu vou fazer da minha vida?

Anna: Assumir seu filho, cuidar dele, dar tudo que ele precisa, dar amor e ser presente na vida dele ue.

Conversei um bocado com os meus pais que tentaram me ajudar, pelo menos do jeito deles, né? Meu pai sempre me xingando e minha mãe falando coisas do tipo "Meu Deus, o meu bebê vai ser pai" "Eu tô muito nova pra ser avó de duas crianças".

Passei na frente do quarto da Jade e ela soltou um "Tá fodido" sem emitir o som enquanto a Alice que estava morando aqui por enquanto dançava na frente do espelho com o fone no ouvido.

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