Capítulo 48

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Jade

Jade: Tia Manu ficou lá porque ela quis, quando eu quebrei o vaso na cabeça do Breno ele caiu e dava muito bem pra ela ter fugido, assim como eu fiz.

Miguel: Eu tô passado com essa história, o cara comia a tia e a sobrinha, quer se vingar do Ret por causa de uma coisa que aconteceu a uns vinte anos atrás e agora engravidou a Manuela, que rolo doido do carai.

Samuca: Essa família de vocês tem algum momento de paz?

Anna: Parece que não meu amigo.

Jade: Mãe volta pra casa por favor, eu vou ficar bem aqui, eu não quero ver a senhora nem meu pai separados.

Anna: Eu não vou voltar pra casa até o seu pai deixar de se comportar como uma criança mimada.

Jade: Meu Deus, eu acabei com tudo! - Comecei a chorar. - Como eu fui tão burra, acabei com a minha vida, com a relação com meu pai, com a minha família, meu Deus! - Coloquei a mão no rosto.

Miguel: Tu só tem dezesseis anos Jade, tá na idade de fazer besteira mesmo. Quem nunca fez besteira aqui que atire a primeira pedra, todo mundo aqui já fez e coisas bem piores do que você, inclusive o seu pai.

Bia: Principalmente o meu pai né...

Jade: Mas ele querendo ou não eu vou falar com ele, amanhã mesmo eu subo o morro!

Anna: Pra quê isso? Fica quieta que é melhor, Jade.

Jade: O Breno quer se vingar do meu pai, se ele não conseguiu através de mim e já sabe que eu contei tudo a vocês ele vai arrumar outro jeito de se vingar e eu preciso alertar o meu pai.

Bia: Deixa que eu vou e conto tudo a ele. - Percebi que ela e minha mãe queriam evitar o meu encontro com meu pai provavelmente pelo jeito que ele vai me tratar, mas eu não estou nem aí eu vou falar com ele, ele querendo ou não querendo.

Jade: Não Bia, quem vai falar com ele sou eu, já tá decidido.

Bia: Você que sabe! - Deitei no colo dela e ela ficou fazendo cafuné nos meus cabelos e eu acabei dormindo.

(...)

Anna: Bom dia filha! - Falou assim que cheguei na cozinha com todos reunido na mesa.

Jade: Bom dia mãe, porque não me acordaram? Até o Bernardo tá de pé.

Bernardo: Não sou preguiçoso feito uma certa titia chamada Jade.

Jade: Me respeita moleque abusado. - Fui pra cima dele e comecei a fazer cócegas.

Comi umas coisinhas rápido só pra minha mãe não ficar falando mas eu não estava nem com fome, me arrumei e fui direto pra Rocinha, sozinha!

Os meninos que estavam na contenção disseram que meu pai proibiu a minha entrada aqui, fiquei mal mas não podia fraquejar e nem ia bater boca com os moleques porque sabia que eles só estavam fazendo o trabalho deles e que se eles desobedecessem meu pai as cabeças deles iriam rolar.

Liguei pro Théo que desceu logo e liberou a minha entrada, falei a ele o que eu descobri e ele ficou já bolado querendo matar o Breno.

Entrei na sala do meu pai que tava fazendo carreira de pó pra cheirar, coisa que ele não fazia antes.

Ret: Quem te deixou entrar aqui? - Gritou. - Eu disse aqueles dois otários que tu tava proibida de entrar na Rocinha.

Jade: Foi o Théo que liberou a minha entrada e eu espero que o senhor não tenha a capacidade de descontar nos meninos isso! Que porra é essa pai? O senhor nunca foi de usar essas coisas, tá querendo se matar?

Ret: Fala o que tu quer e vai embora. - Me ignorou e eu achei melhor não insistir.

Jade: O senhor conheceu um tal de Major Expedito?

Ret: Aquele verme, conheci por quê?

Jade: Breno é filho dele e só se aproximou de mim pra conseguir se vingar do senhor por ter matado o pai dele, precisava te falar isso porque eu sei que ele vai tentar outro meio de vingança e vocês precisam ficar em alerta.

Ret: Então que dizer que aquele homem feito é aquele moleque que a Anna me impediu de matar a vinte anos atrás? Cresceu igualzinho ao pai, um verme. Ser filho da puta deve tá no sangue!

Jade: Precisava vim te avisar isso pessoalmente, mesmo você não querendo me receber.

Ret: Era só isso? Pode ir embora agora! - Assenti e sair como ele preferiu.

Falei com meu irmão que ficou puto porque meu pai continuava sem querer falar comigo e depois desci o morro sendo parada na saída.

JP: O patrão disse que não era pra tu sair daqui. - Cruzei os braços olhando pro nada sem entender que porra era aquela agora.

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