Capítulo 58

137 8 0
                                    

Beatriz

Bia: Tia Bruna pelo amor de Deus me dá alguma notícia, eu não aguento mas ficar sem saber de nada.

Bruna: O Ret é forte como uma rocha e resistiu a cirurgia. - Nesse momento todo mundo gritou começando aquela algazarra no posto e a Mayara já olhou pra gente querendo expulsar.

Anna: Mas e então como vai ser daqui pra frente?

Bruna: Amanhã mesmo ele já pode ir pra casa e tem passar no mínimo um mês de repouso, a cirurgia foi arriscada e mesmo após pode haver certas complicações.

Jade: O bom vai ser o meu pai ficar de repouso.

Anna: Mas ele vai ficar nem que pra isso a gente tenha que amarrar ele.

Perguntamos se poderíamos falar com ele e a tia Bruna disse que ele estava dormindo e provavelmente só acordava amanhã.

Depois de todas essas agitações do dia eu vim pra minha casa e sentir meu coração acelerar vendo o vazio que isso aqui ficava sem a Manu, estava sentindo tanta falta dela e o pior é que a gente não tinha notícias de como ela estava e nem se estava viva, fazia tempo que ela não entrava em nenhuma rede social e eu só queria saber o que foi feito da minha amiga e do bebê que ela esperava do filho da puta que estava tentando matar o meu pai e enganou as duas pessoas que eu mais amava nessa vida, minha irmã e minha melhor amiga da vida.

Com toda essa agonia eu tinha deixado o Bernardo na sitio com a vó Ruth e a tia Verinha e como eu odiava ficar sozinha eu chamei o Allan pra ficar aqui comigo e ele não perdeu a oportunidade de dizer que sim.

Allan: Trouxe lanche pra gente comemorar. - Falou mostrando as sacolas.

Bia: Comemorar o que? - Falei vendo ele sentar do meu lado no sofá.

Allan: O teu pai tá vivo aí pra contar história não é motivo pra gente comemorar não, Beatriz?

Bia: Sim, claro que é. - Falei meia triste por ter lembrado da minha amiga.

Allan: Colfoi, galega?

Bia: Nada, só tava lembrando da Manu.

Allan: Tu não tentou ir atrás dela no lugar aonde a Jade falou que era a casa do tal Breno?

Bia: Sim, os meninos foram atrás dele mas ninguém sabe de nada! Ele simplesmente sumiu e a Manuela também, eu só penso que a minha amiga tá morta... - Ele me abraçou e ficou apenas ali mexendo no meu cabelo.

Ouvir a porta sendo aberta e olhei vendo a minha mãe entrando e se assustando ao mesmo tempo.

Anna: Eita, desculpa! Achei que a Bia tava sozinha.

Allan: Precisa pedir desculpas por nada não, patroa.

Bia: Aconteceu alguma coisa, mãe? - Disse me soltando do Allan.

Anna: Vim falar com você mas eu volto depois.

Allan: Fica aqui patroa, eu volto amanhã pô. Eu já tinha que ir mesmo, tá na hora do meu plantão.

Allan beijou minha cabeça e saiu depois de dar um sorriso pra minha mãe.

Anna: Vocês formam um casal tão bonito e ele também me parece gostar demais de você. - Disse sorrindo pra mim. - Por que não dá uma chance ao rapaz?

Bia: Medo, medo que aconteça tudo que me aconteceu a alguns anos atrás. Quero fazer as coisas direito dessa vez e não sair por aí fazendo tudo na base da emoção.

Anna: Prudência, isso é bom mas foi uma coisa que eu nunca tive na vida. Assim que eu me separei do meu ex marido eu fiquei com o seu pai, coisa de um ou dois dias. - Ela deu risada lembrando e eu ri junto.

Bia: Mas o que aconteceu pra senhora vim aqui essa hora?

Anna: Vim te chamar pra dormir na nossa casa, sei que odeia dormir sozinha.

Bia: Verdade, essa casa fica pequena e sem graça quando o Bernardo não está. - Anulei o fato de eu também estar sentindo falta da Manuela, sei o quanto minha mãe amava ela e não quero deixar ela triste.

Peguei umas coisas minhas e coloquei dentro de uma bolsa grande e fui pra casa dos meus pais.

Era tão bom ficar aqui com toda minha família junta, essa casa me trás muita paz e lembranças boas.

Minha mãe nunca deixou mexer nos quartos que eram meu e dos meus irmãos quando éramos pequenos, o meu do unicórnio, o do Théo do dinossauro e o da Jade da Branca de Neve, continuam intactos, ela sempre cuidou de tudo com muito amor.

Crias Da Rocinha Onde histórias criam vida. Descubra agora