Capítulo 3 :

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No dia seguinte, pela manhã, Alice passou o maior nervosismo de sua vida quando ao chegar ao aeroporto, esperou quase duas horas para virem lhe buscar, como ele havia falado no telefone pela noite. Ela estava ali, com mais de oito malas, sozinha em um lugar que ela mal sabia perguntar onde era o banheiro.

Cansada de esperar, se enrolou no italiano, mas acabou conseguindo um táxi e por fim estava indo no caminho de casa. Pela janela, pensou em que rumo sua vida estava tomando. Estava indo morar com um desconhecido que era seu pai, após brigar com sua mãe e o pai que mesmo após tudo, não teria como deixar de o chamar daquela forma. Luan era seu pai, viu seu nascimento, a educou e pagou suas contas a vida toda, devia muita coisa a ele, mas infelizmente, não tinha como conviver nem com ele muito menos com sua mãe, que a cada dia que se passava se afundava cada vez mais em sua própria vida.

Enquanto ela estava em busca de uma nova vida e foi frustrante ver em que buraco ela tinha se metido. Nunca tinha ido a Maranello, achava que era uma cidade normal da Itália, mas para sua enorme surpresa, a cidadezinha era um ovo, via logos da Ferrari para todos os lados e quase nenhuma pessoa nas ruas. Quando ela via Rodolfo e Lucas elogiando a cidade, ela se empolgou em morar em um lugar tão legal, mas agora entendia que para eles, o que era "legal" era o que girava em torno da Ferrari, que aliás, não faltava por ali.

O táxi parou em um prédio bonito, não muito alto e com um formato gracioso, assim como toda arquitetura italiana. Pagou o motorista e este a ajudou com as malas, que logo foram encaminhadas para o último andar do prédio. No elevador, ela foi recebida pela governanta de Rodolfo, uma senhora de aproximadamente cinquenta e cinco anos, típica italiana, o rosto redondo e sempre com um sorriso no rosto, se chamava Madalena e a recebeu muito bem.

Madalena: Suo padre sta ancora dormendo. — falou com um sorriso no rosto.

Alice não entendeu completamente nada, mas ao entrar no apartamento ela ficou de boca aberta. Para um homem, solteiro e sem mais ninguém morando com ele, aquele apartamento era enorme, isso porque ela já tinha visto apartamentos grandes. Havia um grande hall de entrada e aos poucos Madalena foi mostrando a casa para ela, duas salas, cozinha, escritório, biblioteca e uma ampla varanda com piscina. Alice estava de boca aberta com a decoração linda, toda em tons de preto e branco. E ao chegar ao segundo andar do apartamento, ela viu o longo corredor, que ficava ao lado de uma graciosa sala de estar. Ao ouvir um barulho estrondoso dentro de um quarto com a porta fechada, ela finalmente entendeu o que Madalena tinha lhe dito. Rodolfo estava dormindo.

Seu quarto era lindo, grande e bem decorado. Apesar de que ela sabia que mudaria boa parte das coisas, por nada ali ter sua cara. Alias aquela cidade não tinha sua cara. Ela gostava de gente, de barulho, de carro buzinando. O máximo que teria ali era os roncos da Ferrari. Seu quarto tinha a vista para a pista de testes da Ferrari e ela quase chorou com aquilo. Porque não tinha pesquisado sobre Maranello antes de aceitar vir morar ali, deixando de lado a perfeita Londres que vivia com Anthony, este que agora, teria que se desdobrar para vir lhe visitar aos finais de semana, por sorte, não era nada muito longe.

No meio de todas aquelas roupas, ela passou um bom tempo arrumando tudo no closet enquanto conversava com o namorado pelo celular, ele, animado e feliz como sempre, dizia que ela iria se acostumar na cidade e que seria bom ela viver uma vida mais tranquila durante um tempo. Perto da hora do almoço e com metade de suas roupas já arrumadas naquele closet grande, que ganhava até do que ela tinha em sua casa, ela ouviu um barulho e ao olhar para trás, encontrou Rodolfo parado a olhando, ele estava sem camisa e de bermuda exibindo suas tatuagens.

 Perto da hora do almoço e com metade de suas roupas já arrumadas naquele closet grande, que ganhava até do que ela tinha em sua casa, ela ouviu um barulho e ao olhar para trás, encontrou Rodolfo parado a olhando, ele estava sem camisa e de bermud...

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Rodolfo: Já chegou? Não disse que era às sete da noite? — bocejou e Alice levantou do chão, o fuzilando com os olhos.

Alice: Da manhã, Rodolfo. — Cerrou os dentes e ele começou a rir, debochadamente da cara dela. Aquilo a irritou profundamente. — Muito obrigada pela recepção calorosa.

Rodolfo: Não há de quê anjinho. — se aproximou e bagunçou completamente o cabelo loiro e liso da filha. Ela abriu a boca perplexa e gritou. — Tenho que ir trabalhar, foi um prazer te ver, se sinta em casa e por favor, nada de bagunça e gritos, esqueci de falar que também você terá que obedecer as regras dessa casa.

Alice: Regras? Você por acaso segue alguma que não seja transar com mulheres ou animais? — franziu a testa e Rodolfo riu. Adorava o senso de humor negro da loirinha.

Rodolfo: Nada de homens na minha casa e quando minhas meninas chegaram, você não ouse sair desse quarto. Não janto em casa, por isso não me espere.

Alice: Não pretendia fazer isso. — revirou os olhos.

Rodolfo: Nada de comidas gordurosas, doces, música alta e risinhos histéricos. E ah, contratei uma professora particular para você, pois carreira de modelo um dia acaba e você tem que ter algo debaixo dessa chapinha ai. — bateu na cabeça dela. — Espero que goste dela, ela é uma professora digamos que... Excelente, por fora e por dentro. — piscou maliciosamente.

Alice olhou para a cara dele sem acreditar. O que ela tinha feito para merecer aquilo?

Alice: Você é nojento, saia do meu quarto.

Apontou a porta para ele e aos risos, Rodolfo fechou a porta deixando ela a princípio completamente irritada, mas aos poucos, lembrando-se de tudo que Rodolfo lhe falou, começou a rir. Ele era doido.

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Arthur: O Piloto III 🎡Onde histórias criam vida. Descubra agora