Arthur: O Piloto III 🎡

Capítulo 69 :

Uma semana havia se passado desde aquele tormento e as coisas começavam a entrar nos eixos novamente. Maria Clara não tinha acordado, mas seu estado estava estável, seu corpo lentamente caminhava para uma melhora gradual e torturante por conta da espera. Thaís já estava bem melhor, tendo grandes avanços desde que foi transferida para o CTI, mantinha-se sedada por conta do estresse que ela apresentava quando acordava, gritando por Júnior e pelas meninas, essas que hoje tinham acabado de receber alta, por em questão de dias terem ganhado um quilo a mais cada e crescido dois centímetros.

Júnior chegou cedo ao hospital e após dar uma olhada em Maria Clara e em Thaís, vendo que tudo continuava igual como ontem, partiu para o berçário onde as meninas já estavam há dois dias, após terem saído da UTI neonatal. Elas estavam vestidas iguais, com um vestidinho vermelho e sapatilha branca e mais uma vez ele se perguntou como identificaria quem era quem. Aproximou-se dos bercinhos delas e tocou as duas mãozinhas com um sorriso no rosto. As enfermeiras a ajudaram a coloca-las no bebê conforto e finalmente ele pode se despedir de todas elas e do médico que estava cuidando de sua filha.

Ao ultrapassar a porta do hospital ele respirou fundo e olhou para baixo se dando conta que aqueles dois pedaços de gente precisavam dele mais do que qualquer outra coisa no mundo, em dobro, por conta de Thaís não estar presente. A imprensa estava na frente do hotel para fazer a primeira foto das meninas e ele não se importou muito em escondê-las, apenas evitou as perguntas que lhe gritavam, perguntando de Thaís e da investigação do acidente. Foi direto para o estacionamento ajeitar as meninas no carro e finalmente ele conseguir enxergar uma nítida diferença nas duas. Uma tinha os olhos esverdeados, como os de Thaís e a outra, que julgava que os olhos azuis cinzentos iria clarear, tinha ficado daquela mesma forma, como os de sua irmã Vitória. Bingo! Agora não confundiria suas filhas. Thaís iria ficar feliz de saber aquilo...

Ao chegar em casa sua família inteira estava lá em companhia da família de Thaís, todos afoitos por finalmente poderem ver as gêmeas de perto. A tarde passou rapidamente, com as meninas passando de colo em colo e encantando a todos. Ao final da tarde Júnior foi levar sua família no aeroporto e deixou as meninas com Carla e Sarah, que se disponibilizaram a cuidar delas enquanto ele saia. Quando voltou, encontrou as duas dormindo em apenas um berço e no meio delas estava Heitor, muitos centímetros maior. Carla e Sarah estavam sentadas na cama auxiliar do quarto das meninas conversando.

Júnior: Vou ficar de olho nesse garoto hein. — ameaçou Heitor que estava com os dois braços abertos como se segurasse as meninas.

Carla riu e levantou da cama, vendo Júnior brincando com o pé de Heitor.

Carla: Elas são tão lindas.

Carla sorriu feito uma boba ao se debruçar na grade do berço e pegou na mãozinha de uma das meninas. Júnior estava do mesmo modo, todo abobado com aquele clima de paz que elas criaram naquela casa.

Carla:?Você quer que eu fique aqui para te ajudar com elas?

Júnior: Não precisa Carlinha, eu me viro. — revirou os olhos e Carla arqueou a sobrancelha. — Não me olha com essa cara, eu li vários livros.

Carla: Qualquer coisa você me liga? — olhou para ele que assentiu, sorrindo completamente agradecido por aquela força que Carla estava lhe dando nos últimos dias.

Júnior: Até amanhã. — beijou o rosto dela e bagunçou a cabelo de Heitor assim que Carla o tirou do berço.

Sarah passou por ele e lhe deu um beijo no rosto, antes de irem todos embora. Ele foi fechar o portão e ao voltar, se deu conta que estava realmente sozinho com dois bebês. Nunca em toda sua vida aquela sensação o atormentou tanto como agora. Daria tudo para compartilhar aquele momento com Thaís. Subiu novamente para o quarto das gêmeas e respirou fundo ao pegar a primeira para colocar o pijama, ela se espreguiçou e fez um biquinho que ele sentiu vontade de mordê-la por ser tão fofa.