Capítulo 20 :

419 55 85
                                    


A festa avançava pela noite e a cada hora, ficava mais animada e com mais gente. O mar estava cheio de iates de amigos da família Picoli que atracavam próximo ao deck para se juntar à festa.

Maria Clara e Maria Alice conversaram com algumas colegas filhas de casais amigos da família e do outro lado da piscina, Victor observava a namorada sentado na mesa com seu pai e Patrícia, o papo deles já estava enchendo o saco e por isso pediu licença e foi até o bar, onde encontrou sentado olhando para o mesmo lugar que ele, Henrique. Ao ver o olhar do "Rick" para Maria Clara, ele abriu um sorriso debochado e se sentou ao lado do garoto, pedindo ao barman duas doses de vodca.

Victor: Oi Rick. — debochou e o garoto o olhou com um sorriso. — Gostando da festa? — perguntou cordialmente e ele apenas assentiu, as bebidas chegaram e ele ofereceu o segundo copo para o colega. — Adeus ano velho. — brindou com ele e bebeu de uma vez, vendo a cara de desgosto de Henrique.

Henrique: Como consegue tomar isso tão fácil? — pergunto, tossindo e Victor riu.

Victor: A prática leva a perfeição... Em todos os sentidos. — falou maliciosamente.

Henrique riu. Ao perceber o bom humor dele, Victor resolveu por em prática sua ideia.

Victor: Você está mesmo interessada na Maria Clara né? — respirou fundo e Henrique arregalou os olhos e negou veemente. — Qual é cara, nós nos conhecemos a vida inteira, sabe que pode falar tudo para mim... — passou o braço pelo ombro dele e Henrique assentiu. — Não há nada demais dois homens gostarem da mesma mulher, na verdade, se eu fosse você, correria enquanto é tempo. — suspirou e olhou seriamente para o garoto.

Henrique: Como assim? Por que fugir?

Victor: A Maria Clara é um tanto exótica. — deu mais um suspiro e pediu mais uma bebida para o barman.

Henrique: Em que sentido?

Victor: Nos mais inimagináveis possíveis. — falou baixo e Henrique arregalou os olhos.

Henrique: Ela é perfeita, Victor. É linda, educada, inteligente e tem um ótimo coração.

Victor: Ela é tudo isso mesmo... — balançou os ombros e virou mais uma dose de vodca e ficou quieto por alguns segundos. — Não deveria estar falando disso para você.

Henrique: Por que não? O que há de errado com ela?

Victor: Isso é tão constrangedor... — soltou um soluço e escondeu o rosto com as mãos. Henrique arregalou os olhos e colocou a mão no ombro do amigo. — Não consigo me afastar dela, Henrique.

Henrique: Mas você é Victor Queiroz, você consegue tudo. — disse boquiaberto.

Victor: Não mais, não mais. — levantou a cabeça, olhou para o cara com os olhos lacrimosos e caiu de cabeça no ombro dele, soltando mais um soluço. — Eu sou apaixonado por ela, mas não posso viver do modo como ela quer. Nunca passei por isso em toda minha vida.

Mais um soluço e Henrique não sabia o que falar, estava assustado com o estado de Victor e ele nem estava bêbado!

Henrique: Mas o que ela está fazendo com você?

Victor: É uma longa história, não sei se você está preparado para ouvir. — tampou os olhos e ofegou. — Você quer? — olhou para cima e Henrique assentiu. — Olha o que ela faz em mim.

Victor ergueu a manga de sua camisa branca até o seu bíceps e Henrique arregalou os olhos ao ver uma série de marcas roxas no braço dele.

Victor: Estão em todo o meu corpo. — fez um beicinho e mirou a reação do colega, ele estava chocado. — Eu a achava perfeita, mas não sabia que ela escondia um lado negro. Fui descobrir alguns meses atrás e não consigo mais me livrar dela.

Arthur: O Piloto III 🎡Onde histórias criam vida. Descubra agora