Arthur: O Piloto III 🎡

Capítulo 37 :

Pouco tempo depois Thaís foi encaminhada para um quarto e logo que entrou, sua família estava toda reunida ali. Ela viu sentado no sofá Júnior conversando com Lucas e Victor, ele segurava na mão alguns papéis que ela apostaria que era relacionado a armação de Rafael e Lia.

Carla veio até a beirada da cama, deu um beijo em sua barriga e felicitou pelas duas meninas, logo depois a abraçou com carinho e Thaís finalmente pode respirar. Ela estava de volta ao lado de todos que mais amava, por breves momentos, achou que isso nunca mais poderia acontecer.

Arthur veio logo depois dela, sentou-se na beirada da cama, a olhando de modo aliviado. Ela não fazia ideia do quando ele estava feliz por vê-la bem e livre de toda aquela loucura que por pouco não tinha se metido.

Arthur: Vamos começar do zero, tudo bem? — perguntou baixinho, lhe dando um beijo na testa.

Thaís o olhou e não soube como pensou que poderia viver sem seu irmão, Arthur era o homem mais importante em sua vida, ele tinha lhe ensinado tudo que sabia, tinha lhe protegido e dado amor por uma vida inteira. Ergueu os braços e agarrou o pescoço dele.

Thaís: Me desculpa por tudo, eu errei feio. — sussurrou no ouvido dele e Arthur a soltou, apertando as bochechas dela com as duas mãos. — Eu amo você demais, irmão. — falou, ainda com as bochechas sendo apertadas e ele riu, abrindo um sorriso sincero e feliz.

Arthur: Eu também te amo. Amo você e as minhas sobrinhas. — disse com as mãos na barriga da irmã, coberta pela roupa do hospital.

Thaís abriu um sorrisinho e se deixou ser paparicada por todos os outros que estavam no quarto, recebeu flores, balões cor de rosa e alguns outros presentes. Júnior, agora de pé em um canto do quarto, olhava tudo aquilo sem saber muito bem como agir diante daquela situação. Ele não sabia como seria sua vida dali para frente, mas sabia que havia algo que ele devia fazer com urgência.

Júnior: Vou dar uma saída, depois eu volto. — disse alto e todos o olharam. — Querem vir comigo? — mirou Victor e Lucas e os dois assentiram com a cabeça.

Assim que os três saíram do quarto, todos se entreolharam preocupados.

O começo da madrugada proporcionou chegar ao destino que Júnior desejava facilmente, por não ter trânsito como de dia. Lucas e Victor se entreolhavam a todo momento, confusos com o lugar que ele estava indo naquela velocidade absurda. O carro parou bem em frente da delegacia de polícia de Mônaco e os dois arregalaram os olhos, entendendo por fim o que ele estava planejando. Saíram correndo os dois atrás de Júnior, que furou a barreira de imprensa que estava na frente. Claro que aquilo, também seria noticiado logo em seguida.

Dentro da delegacia, ele caminhou sem ser barrado até a sala do delegado, onde entrou com um barulho alto na porta, assustando os homens que estavam lá dentro. O delegado ergueu os olhos de sua mesa, onde realizada o depoimento de Rafael Viana, assim como o escrivão, o advogada da família Viana, Luan e por último, Rafael ergueu os olhos para Júnior.

Delegado: Senhor Cerqueira? Iria procurá-lo logo pela manhã. — o delegado levantou da cadeira e foi até Júnior.

Júnior: Se não se importa, eu tenho alguns assuntos pendentes e tenho que resolver eles hoje mesmo. — focalizou seus olhos em Rafael e ele levantou da cadeira assim que viu Júnior caminhando em sua direção.

Rafael: Que surpresa vê-lo aqui. — abriu um sorriso completamente debochado.

Júnior não respondeu, apenas ergueu a mão e socou a cara de Rafael com toda força que tinha. Ele cambaleou para trás, com a mão na boca. Todos ficaram surpresos com aquela atitude e aos poucos se formou uma enorme confusão.

Luan tentava tirar Júnior de cima do irmão, que estava realmente apanhando feio de Júnior. Nunca tinha apanhado com tanta força de uma pessoa assim, Júnior estava irado e descontava toda sua raiva no rosto e no corpo do rival. Quando dois guardas entraram na sala, ele finalmente soltou Rafael o jogando em cima da mesa do delegado, este que estava boquiaberto com a atitude de Júnior.

Júnior: Verme. — cuspiu em Rafael e se virou para Luan que o segurava pelo braço. — Me solta animal. — deu um chute no peito de Luan, que caiu sentado na cadeira.

Lucas e Victor estavam na porta da sala, boquiabertos. Júnior levantou o braço e limpou o suor que escorria por seu rosto e então olhou para o delegado.

Júnior: Vou ligar para meu advogado antes de ir para a cela.

Delegado: Por favor Sr. Cerqueira. — assentiu e tirou Júnior da sala.

Rafael levantou da mesa, segurando a parte de sua costela que doía como nunca e olhou para Luan, que acariciava seu tórax dolorido. Luan arregalou os olhos ao ver o estado que Júnior tinha deixado seu irmão, o rosto estava completamente cortado e na boca, faltava um dente.

Rafael: Isso vai ter volta. — cerrou os punhos e bateu com ele na mesa, fazendo voar boa parte de tudo que estava ali em cima. Logo depois olhou para Victor e Lucas que continuavam parados na porta. — Vocês e todo o resto daquela família de merda vão pagar por isso.

Lucas: Vai fazer o que dessa vez? Contratar outra prostituta? — olhou debochadamente para Rafael.

Luan ao se dar conta da presença de Lucas na sala, levantou com o rosto transfigurado.

Rafael: Vocês vão morrer... Todos! — começou a gritar essa e tantas outras coisas sem noção, antes de ser carregado à força por dois guardas.

Luan: Some daqui moleque. — caminhou na direção de Lucas, que arqueou a sobrancelha, sarcasticamente.

Lucas: Antes moleque do que mau caráter né Sr. Viana? Como se sente quando o mundo inteiro sabe a verdade sobre sua família? Cuidado, vai que descubram alguma coisa sobre você também. – balançou os ombros.

Luan avançou em cima dele, mas Victor entrou no meio, segurando os dois que rosnavam um para o outro.

Victor: Essa delegacia não tem cela para todo mundo, será que dá para parar com a palhaçada? Concentrem suas forças para linchar o Rafael, não se autodestruir. — falou para os dois.

Luan o olhou boquiaberto com a folga daquele garoto. Logo depois, saiu carregando Lucas para fora da sala.

Pela manhã, a notícia da prisão de Rafael estava espalhada pelo mundo, bem ao lado da que dizia que Júnior também estava preso na mesma delegacia, essa sim, chocou todo mundo. Thaís viu a notícia pela televisão e passou mal, tendo que refazer diversos exames. Não entendia porque Júnior tinha que ter feito aquela besteira.

Antes do meio-dia Júnior já estava solto, graças ao bom advogado e as várias provas que incriminavam Rafael, era óbvio que qualquer homem naquela situação, faria o mesmo que ele fez. Acabou dando seu depoimento para o processo contra Rafael e Lia, esta que estava foragida e foi embora para a casa junto de Arthur.

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