Arthur: O Piloto III 🎡

Capítulo 32 :

Em Mônaco as coisas estavam agitadíssimas e Carla piscou os dois olhos, assim que viu a imagem de Thaís a sua frente, refletindo nos espelhos do Maison que estavam fazendo a última prova do vestido de noiva dela. Thaís abriu um sorrisinho tímido quando se viu no espelho, sentia-se bem naquele vestido lindo, coberto de seda italiana e cristais, em um corte reto e simples, disfarçando a barriga de quatro meses de gravidez. Obviamente ela estava aparecendo, mas não tanto.

Beatriz estava parada em pé, com as duas mãos juntas embaixo do queixo e os olhos cheios de lágrimas. Era o sonho da sua vida aquele momento. Estavam a vinte e quatro horas do começo de vida que ela sempre desejou a sua filha e por anos, jurou que ele nunca chegaria a acontecer.

Carla continuou a mirando, percebendo os olhos tristes e cansados de Thaís. Sabia que naquele último mês a vida de Thaís não tinha sido nada fácil. Planejou um casamento tão rapidamente e sozinha, enquanto sentia todos aqueles sintomas típicos de gravidez. Não teve apoio nenhum da família, a não ser de Beatriz, que lhe dava tanto apoio, que chegava a sufocar. Aguentou firme e forte sua relação estranha com Rafael e ainda conseguiu levantar todas as manhãs e encarar os jornais e revistas a sua frente, mostrando tudo o que ela queria ver. Júnior sendo demitido da Ferrari e todas as noites sendo fotografado com uma mulher diferente e caindo pelas ruas de Londres.

Não era fácil lidar com aquilo e Carla sabia muito bem que até aquele momento ela estava sendo forte, mas acabaria caindo em algum momento e por mais que os erros de Thaís fossem grandes, ela queria estar ao seu lado para segurá-la. Essa era a ideia de Arthur também, por isso ambos aceitaram serem os padrinhos do casamento, independente de tudo o que estava acontecendo, eram uma família e ela carregava dois sobrinhos que não tinham nada a ver com aquela história.

Thaís: Obrigada por ter vindo aqui. — encolheu os ombros.

Carla levantou, um tanto devagar e lentamente por conta da barriga pesada de oito meses de gravidez. Sentia-se uma bola rolando no asfalto e mal via a hora de Heitor finalmente querer dar as caras no mundo.

Carla: Você sabe que nunca te deixaria sozinha nessa. — segurou o ombro dela.

Thaís deixou que os olhos transbordassem de lágrimas. Carla se aproximou e lhe abraçou, não gostaria mesmo de estar na situação de Thaís, por mais que ela pudesse cair fora quando quisesse, admirava a coragem dela de renunciar sua vida em nome dos filhos.

Logo saíram do Maison para o hotel onde seria realizada a recepção de casamento. Carla via todo o exagero de Beatriz nos tons rosa e dourado da festa e toda a pressão de Rafael em querer mostrar a sociedade quem ele era, ao ver todas as mesas para os quatrocentos convidados espalhadas pelo salão. Nada dali era Thaís. E ela estava lá, perdida em uma das mesas conversando com a decoradora sobre as flores. Flores? Thaís não sabia nem a diferença de uma rosa para uma tulipa. Levava tudo no automático. Sua vida era automática.

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Lucas: Espião azul a posto em frente ao prédio... — fechou os olhos e bufou irritado. — Essa baboseira é realmente necessário Maria Clara? — gritou no walk talk e olhou para trás, vendo sua irmã em outro carro com Victor.

Maria Clara: Isso é coisa do Victor, não reclame comigo, câmbio. — olhou para Victor que revirou os olhos. — Vamos subir agora e você fica paradinho ai ok? Qualquer pessoa conhecida, você, por favor, barre. Quando der o sinal, você liga para o Júnior.

Lucas fechou os olhos e repensou em tudo aquilo. Era loucura total tudo que tinha ouvido nas ultimas horas. Era mais louco ainda de concordar em entrar no plano de Maria Clara e Victor, mas devia tantas coisas a Júnior, que não pode dizer não. Ele merecia saber de toda a verdade e ficar bem. Viu Maria Clara e Victor entrando no prédio e ele desceu os olhos para a foto de Lia e de Júnior, que trouxe com ele para reconhecer ela em qualquer contratempo. Encostou a cabeça no vidro e viu um carro parando logo a sua frente, nada demais, se logo após a chegada, uma garota de cabelos negros corresse literalmente para ele, com duas malas grandes. Olhou novamente a foto e sentiu um frio na barriga. Droga! Lia estava fugindo.