Capítulo 22 :

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Quando Victor puxou Maria Clara do chão, após incontáveis minutos naquele tapete, ela estava com as pernas bambas e não conseguia formular uma frase com sentido, realmente ele tinha a feito mudar de ideia, pois nem se lembrava de mais o que tinha a feito passar uma semana brigando com ele. Ele estava com aquele sorrisinho irritante dele que a tirava do sério. Prepotência deveria ser o segundo nome dele.

A puxou para o chuveiro e quando ela olhou para o corpo dele, estava cheio de manchas roxas, que ao entrar em contato com a água, começaram a sair, deixando ele em uma coloração meio azul, meio roxo.

Maria Clara: Que porra é essa em você? — arregalou os olhos e ele começou a gargalhar.

Victor: Precisava de provas do seu masoquismo para o seu amiguinho. — balançou os ombros e ela o mirou de boca aberta.

Maria Clara: Você vai desmentir essa loucura, por favor. — segurou a cabeça dele, ficou na ponta dos pés e começou a passar o shampoo.

Victor sorriu e se deu conta da situação em que ele e Maria Clara estavam, ela ali, lavando o cabelo dele era um ato tão carinhoso que ele nunca sentiu algo parecido daquela maneira. Ela o colocou debaixo da água novamente e tirou a espuma.

Maria Clara: Adoro seu cabelo, sabia? — falou enquanto passava o condicionador e Victor fazia uma cara feia, era muito cuidado exagerado.

Victor: Eu sou perfeito demais, pode falar. — suspirou e ela gargalhou, dando um puxão no cabelo dele. — Ainda está brava comigo? — a olhou e ela deu de ombros.

Maria Clara: Eu fiquei com ciúmes, Victor. Pode começar a me atormentar, mas foi isso mesmo; não gostei nem um pouco de ver você com aquela menina, quase beijando ela... — respirou fundo.

Victor: Isso significa que você se importa comigo?

Maria Clara: Isso significa que eu gosto de você. — olhou para ele, com as bochechas coradas e Victor abriu um sorriso e apertou as bochechas dela.

Victor: Se você não fosse tão estressada, apressada e maluca, eu te explicaria que só estava ali, porque a Lia é uma prostituta com grandes chances de estar grávida do Rafael. — cruzou os braços e desfrutou da cara perplexa dela. — O Júnior já me ajudou muito mais que toda a minha família junta, eu quero descobrir o que está acontecendo. Eu vi a Lia e o Rafael se beijando atrás da árvore daqui da frente, tem alguma coisa nessa história, eu tenho certeza...

Maria Clara: Você contou isso para a minha tia?

Victor: Lógico que não, preciso ter provas concretas que comprovem o que eu falo. Se tem uma coisa que meu pai me ensinou, é nunca acusar alguém sem ter provas, além de sempre ter um plano B.

Explicava calmamente enquanto Maria Clara ainda tentava assimilar e encaixar as peças complicadas daquela história.

Maria Clara: Então você tem um novo detetive no seu grupo. — colocou as mãos na cintura e sorriu. — Posso?

Victor: Eu adoraria. — ele a puxou pela cintura e a beijou.

Victor adorava o companheirismo de Maria Clara, nunca em todo esse tempo, não teve uma vez que ela não esteve ao lado dele o ajudando ou apoiando. Terminaram o banho e voltaram para o quarto, visualizando o estrago que Nanda tinha feito no quarto. Ela de bochechas coradas, foi pegando os objetos ainda intactos e colocando em cima da mesa, enquanto a maioria estava em pedaços no chão, assim que se deu conta do quão cansada estava, acabou indo para a cama, onde Victor estava sentado debaixo das cobertas.

Victor: Tenho uma coisa para você. — falou assim que ela deitou ao seu lado.

Ela o olhou com a testa franzida e viu-o tirar debaixo da coberta um estojo de joias na cor vermelha. Levantou-se apressadamente e ele abriu o estojo, mostrando uma linda corrente de ouro branco, com um pingente de coração com uma pedra redonda no meio. Ela abriu a boca surpresa e olhou para os olhos dele.

Victor: Era seu presente de Natal, mas você sabe né... — revirou os olhos e tirou a corrente do estojo. — Abre.

Entregou para ela que colocou a mão no pingente e o abriu com as pontas da unha. Dentro estava escrito do lado esquerdo o nome dele, e do outro o nome dela. Ainda boquiaberta, olhou para ele sem entender.

Victor: Acho muito brega essa ideia de aliança de compromisso. — ao ouvir aquilo, o coração dela deu um salto.

Maria Clara: Com...Compromisso? — arregalou os olhos e ele franziu a testa, não entendendo a surpresa dela. — Achei que nossa relação não era tão séria assim.

Victor: Estou te aturando há sete meses, é lógico que é sério.

Tirou o colar da mão dela e subiu na cama, indo atrás dela. Abriu o fecho e o colocou no pescoço dela, que estava completamente surpresa com aquela atitude fofa dele.

Victor: Eu não sou de ficar fazendo pedidos de namoro, muito menos declarações de amor, mas eu estou levando a sério isso.

Maria Clara: Eu sei que está. — olhou para trás e acariciou a bochecha dele. — Eu adorei Victor, de verdade. — girou o corpo para frente dele, segurou o rosto dele com as duas mãos e lhe deu um beijo.

Era muito louco pensar que ela e Victor realmente estavam dando certo, aprendendo a aturar o outro com muito respeito. Ele era sem dúvidas, a pessoa que fazia sua perna tremer e seu coração quase saltar pela boca. Ele. Justo ele. Era um maluco, prepotente e egoísta, mas era o cara que estava com ela em todos os momentos, lhe fazendo rir e também fazendo ela morrer de amor por pequenas atitudes, pequenos gestos que indicava o quanto ele se importava. Victor era assim, não demonstrava tudo de uma vez, mas a cada surpresa, cada palavra, ele mostrava muito melhor do que se falasse milhões de eu amo você, todos os dias.

Maria Clara: Espera, eu tenho um compromisso com você e o senhor não tem nenhum comigo? — cruzou os braços e ele abriu um sorriso, dando os ombros. — Não me venha com a frase eu sou Victor Queiroz. — apertou o nariz dele, fazendo com que ele gargalhasse.

Ela sentou sob seus pés e levou a mão ao fecho de outra corrente que ela carregava todos os dias consigo, era um pequeno medalhão, com o monograma da sua família. Não havia nada mais significativo para ela do que aquele colar. Quando a viu colocando em seu pescoço aquilo, foi a vez de Victor ficar de boca aberta.

Maria Clara: Bem vindo a família Picoli. — abriu um sorriso.

Ela esperou uma reação dele, que obviamente não veio. Assim como ela , ele também sabia o significado daquilo.

Maria Clara: Não vai falar nada? — arqueou a sobrancelha e ele balançou a cabeça, como quem se livrasse dos pensamentos.

Victor: Estou me sentindo realmente honrado com isso. — olhou para o pingente e ela riu e o abraçou. — Como que você conseguiu fazer isso comigo? — perguntou, passando a mão pelo rosto delicado e quente dela. Ela abriu um sorriso e o olhou.

Maria Clara: Isso o que?

Victor: Eu estou apaixonado por você.

Victor mordeu os lábios ao dizer aquela frase que ele jurou nunca dizer para ninguém, mas que naquele momento, era a mais pura verdade de sua vida. Maria Clara o olhou sem acreditar e seus olhos no mesmo segundo ficaram com um tom cristalino.

Victor: Estou me sentindo um idiota.

Maria Clara: Você não é um idiota, é o namorado mais perfeito do mundo. — se jogou em cima dele, que caiu sob o colchão e o encheu de beijos.

Aquele momento era realmente um marco na história dos dois e ela estava se sentindo nas nuvens ao saber que era amada, na mesma intensidade do que sentia. Ele a colocou de volta no lugar dela e se deitou abraçando a cintura dela e apagaram os abajures ou o que restou dele e fecharam os olhos. Dois segundos depois, ela os abriu e olhou para trás.

Maria Clara: Eu amo você, Victor. — disse e voltou a fechar os olhos, deixando dessa vez, ele de olhos abertos e um sorriso bobo perdido no rosto.

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Arthur: O Piloto III 🎡Onde histórias criam vida. Descubra agora