Capítulo 63 :

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Beatriz: Essa Carla é mesmo uma irresponsável, onde já se viu dispensar o porteiro sabendo que só a Thaís e a Clara vão ficar em casa? — revirou os olhos.

José respirou fundo, vendo que o humor de Beatriz estava terrível hoje. Ela nem esperou ele estacionar e já saiu do carro, pois queria ver com seus próprios olhos que Heitor estava bem sob os cuidados de Thaís e Maria Clara. Subiu as escadas da frente de casa e suas pernas travaram ao ver a porta de vidro completamente destruída, com os cacos espalhados para todos os lados. Engoliu em seco e piscou várias vezes, se lançando rapidamente para dentro da casa.

Beatriz: Thaís? — gritou o mais alto que pode e não ouviu barulho algum. — Maria Clara? — gritou mais alto ainda e novamente sua voz ecoou para o nada.

Deu mais alguns passos e mirou no chão a mamadeira de Heitor jogada no chão e o leite completamente derramado sob o tapete preto da sala.

Beatriz: Zé, me ajuda. — berrou pelo seu marido, correndo para fora de casa e ignorando a dor quando um caco de vidro perfurou seu pé.

José subia as escadas olhou para Beatriz com os olhos arregalados.

Beatriz: Aconteceu uma tragédia!

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Carla respirou fundo pela terceira vez em menos de vinte minutos que estava sentada naquela mesa reunida com todos os funcionários da Ferrari em um tipo de confraternização e comemoração pelas melhoras da equipe. Estava sentada no meio de Lucas e Arthur que brindavam e conversavam com os engenheiros sentados a frente.

Ela não sabia o que estava acontecendo, mas algo não estava bem, seu peito doía de um modo torturante e a falta de ar quase a sufocava. Seu celular começou a tocar no mesmo segundo e ela se desculpou com as pessoas e se afastou um pouco para atender estranhando ao ver o número de Beatriz na tela.

Beatriz: Carla, graças a Deus! — gritou e Carla percebeu que ela estava chorando. Beatriz nunca chorava! — Cadê o Heitor, a Clara e Thaís?

Ao ouvir aquilo, Carla se apoiou na parede, sentindo uma coisa subindo em sua garganta que a impedia de falar.

Beatriz: Invadiram sua casa e mataram o porteiro. — gritou novamente.

Carla derrubou o celular no chão, completamente atônita. Nada, mas nada de tudo que sentiu durante toda sua vida foi pior do que aquela sensação. Se lançou para o salão novamente aos berros, atraindo a atenção. Arthur pulou da cadeira, percebendo o estado que ela estava.

Arthur: O que aconteceu amor? — ao tocar a pele de Carla, ela estava gélida.

As pessoas começaram a levantar de suas cadeiras, indo para perto deles ao perceber o estado que ela estava.

Carla: Levaram meus filhos e a Thaís.

Carla gritou para o marido que congelou, não entendendo o que aquilo realmente significava. Júnior que era o mais próximo, arregalou os olhos.

Júnior: Quem levou eles? — aproximou-se de Carla, entrando no lugar de Arthur e a sacudindo.

Carla: Entraram na minha casa e mataram o porteiro.

Ao finalmente dizer aquilo ela começou a chorar e Júnior olhou para Arthur, que não tinha reação. Victor parou no meio do caminho, sentindo um gosto amargo subindo por sua boca, alguma coisa tinha acontecido com Maria Clara...

Rodolfo: Quem disse isso para você Carla?

Meteu-se no meio da conversa, nervoso com aquela situação. Carla não conseguia falar mais nada, apenas chorava e abraçava o marido.

Arthur: O Piloto III 🎡Onde histórias criam vida. Descubra agora