As luzes de Natal acessas em todas as casas em conjunto com os diversos carros parados na rua e o barulho das pessoas, denunciavam que finalmente aquela data muito esperada tinha chegado. Era noite de Natal! Os preparativos dentro da casa dos Picolis estavam a todo vapor, as duas empregadas terminavam de arrumar a mesa do jantar, onde era esperado toda a família e alguns amigos que estavam por chegar. Nos outros andares da casa, todos se apressavam em se arrumar rapidamente, pois dali a alguns minutos a festa começaria.Carla estava no seu quarto terminando de prender o cabelo com alguns grampos. Sentia-se imensamente feliz e redonda. Sua barriga estava cada vez maior a cada dia que passava e com aquele vestido vermelho frente única e com uma caixa de cristais em sua cintura, que evidenciava ainda mais a presença de Heitor ali dentro. E era exatamente o que ela queria, mostrar para todos a presença dele, queria que ele se sentisse parte de tudo aquilo, mesmo sem estar naquele mundo. Colocou os sapatos com um salto bem mais baixo que ela costumava usar e saiu do quarto, atrás de sua família.
Quando desceu a escada e olhou para a sala, mal podia acreditar no quão lindo tinha ficado tudo aquilo. As luzes decorativas estavam por todos os lados da casa, assim como enfeites de Papai Noel que cantavam musiquinhas natalinas e os inúmeros presentes debaixo da árvore. Sua família estava toda reunida na varanda e a primeira pessoa que ela viu assim que saiu da sala, foi Arthur parado com uma calça jeans e uma camisa social preta, lindo como sempre e sorrindo para os filhos que estavam ao lado dele. Assim que chegou perto dos três, foi bem recebida e Heitor começou a ser paparicado.
A campainha tocou e ela como dona da casa, foi prontamente receber as visitas que faltavam. Ao abrir a porta, com um sorriso lindo ela quase o perdeu pelo susto.
Anne: Carlinha! Como a sua barriga cresceu! — prontamente ela pulou para dentro da casa, agarrando a barriga da irmã.
Mas Carla estava realmente sem reação por ver quem continuava parado na porta, segurando algumas caixas e sacolas de presentes. Era Leandro, que o que pelo Carla conhecia dele, não sabia onde enfiar a cara de tanta vergonha. Não era novidade para ninguém daquela família que Anne e Leandro estavam juntos e por isso, talvez que ela tivesse se afastado um pouco de tudo, mas era Natal e aquela data, ela não teria como fugir de passar com a família e por isso, era hora de encarar os fatos. Carla continuou sorrindo e abraçou a irmã, demostrando a saudade que sentia dela.
Carla: Você está tão linda. — comentou ao ver o vestido longo em vários tons de verde que ela usava. Anne sorriu e então olhou para Leandro, que continuava parado na porta.
Arthur: Anne achei que não viesse... — se aproximou abraçando a cunhada e lhe dando um beijo na cabeça, mas ao olhar para frente e ver o médico que ele nunca mais gostaria de ver em vida, perdeu o sorriso. Carla percebeu o clima estranho que se formou e respirou fundo.
Anne: Bom, acho que não preciso apresentar o Leandro né? — olhou para Arthur que assentiu. — Nós estamos namorando.
Anne continuou olhando para Arthur, pois ela já sabia que para Carla não haveria problema algum naquilo, ela estava mais do que feliz com o que vivia, não devia nem se lembrar que Leandro tinha passado por sua vida. O problema era Arthur. Este, que não deixou de perceber o quanto os olhos de Anne brilhavam e o sorriso dela era enorme. Ela estava feliz e ele era grato eternamente a ela por ter lhe ajudado a separar Carla e Leandro. Enfim, a vida era completamente louca e surpreendente.
Arthur: Quer ajuda com os presentes? — tentou ser o mais simpático que conseguiu e Leandro descongelou e aceitou de bom grado a ajuda. — Bem vindo a família, Leandro. — assim que entraram dentro da casa ele disse e o médico apenas assentiu e agradeceu, sem saber muito bem o que dizer naquela situação.
Carla: Muito cuidado com a minha irmã hein. — brincou com ele, que abriu um sorriso e abraçou Anne.
Para Arthur por mais que aquela situação fosse a mais estranha possível, era bem melhor ter Leandro namorando com a irmã de Carla, do que solteiro e oferecendo algum perigo a ele e por saber disso, se esforçou em ser o mais simpático possível com o concunhado, fato que causou estranheza entre Carla e Anne.
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Victor: Eu vou matar ela, não estou brincando.
Aquela frase fez com que Alice e Lucas caíssem na gargalhada novamente, após tantas outras que já tinham dado com Victor. Ele estava prestes a esganar o pescoço de Maria Clara por vários motivos, desde a briga por causa de Lia, o começo foi quando ela acordou e mal olhou na cara dele, fingia que ele não existia e falava o mínimo necessário. Tinha passado o dia inteiro ajudando nas coisas de Natal e logo pelo começo da noite sumiu, para aparecer a alguns minutos com um micro vestido todo em renda preta, ganhando até mesmo do comprimento de Alice, que era a rainha dos micros vestidos, Victor que nunca tinha visto ela vestida daquele modo, aceitou aquilo como uma provocação. Ainda mais depois que ela passou a ficar do lado de Henrique, filho de Alonso e Raquel que tinha chegado logo no final da tarde com os pais. Ele claro, não escondia a satisfação de receber a atenção da garota. Restava a Lucas e Alice, aguentar os ataques de ciúmes reprimidos dele, que via de longe a namorada sentada ao lado de Henrique enquanto dava risadas e conversavam baixinho.
Lucas: Finalmente minha irmã mostrou pra que veio ao mundo. — começou a rir ainda mais, quando Maria Clara levantou ajeitando os vestido e o cabelo, que caia todo enrolado até a cintura.
Alice: O castigo vem a cavalo hein. — bateu no ombro de Victor que apenas cruzou os braços e bufou pela enésima vez naquele dia.
Victor: Vocês se merecem, idiotas.
Victor empurrou Alice pelo ombro e ela se desequilibrou nos saltos e caiu em cima de Lucas e ambos continuaram rindo dos ciúmes de Victor, era algo completamente inédito.
Victor: Então, o que vocês tanto falam? — assim que alcançou onde Maria Clara e Henrique conversaram. Ela olhou para cima, com uma cara de cínica e Henrique, apenas sorriu.
Henrique: Ela estava me contando do trabalho voluntário dela e eu falando que eu também faço várias visitações a orfanatos e asilos.
Henrique parecia animado em saber algo em comum com Maria Clara, já Victor apenas revirou os olhos.
Victor: Mas que lindo, estão se achando quem Angelina Jolie e Brad Pitt? — debochou e Maria Clara o olhou sorrindo falsamente enquanto Henrique coçou a cabeça e ficou tímido. — O máximo que vão conseguir é pegar hepatite e piolhos.
Maria Clara: Não liga para o Victor, Rick, o máximo que o QI baixo dele permite, é tirar dinheiro da carteira para dar para o pedólogo dele. — abriu um sorriso imenso ao ver a cara de pamonha que Victor ficou. — Antes eles, do que um retardado cheio de DST. — cruzou os braços e Victor abriu a boca, ofendido.
Victor: Rick. Rick. Fica com seu Rick, Calcutá. — cruzou os braços assim como ela e Maria Clara deu um passo à frente, o desafiando com o olhar.
Maria Clara: Vamos passear na praia, Rick? — desviou o olhar de Victor e abriu um sorriso para Henrique, que abobado com a discussão dos dois, achou que era o melhor meio de sair dali.
Victor: Cuidado hein Rick, posso ter passado DST para ela também.
Piscou para o garoto que assustado se deixou ser levado por Maria Clara, essa que antes de ir embora, olhou para trás e mostrou o dedo do meio para o namorado. Victor ao se ver sozinho, pegou a primeira taça de bebida que passou em sua frente e a bebeu em um gole só. Aquela garota o tirava do sério.
A festa estava divertida e a música animava a todos. Na sala, alguns casais dançavam ao som de uma música mais lenta enquanto do outro lado, Carla conversava com as irmãs e Thaís, que naquela noite em especial, estava ainda mais quieta do que estava costumando ser. Em todo aquele tempo, tinha dito duas palavras e apenas tratava de ajeitar o vestido todo solto, evitando que marcasse alguma parte da sua barriga já saliente. Aquele dia marcaria o resto de toda sua vida e ela sabia todo o peso que aquilo traria a ela.
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Arthur: O Piloto III 🎡
FanficSinopse: De maneiras muito diferentes, o automobilismo havia determinado quem eles eram: Arthur de piloto a chefe de uma das maiores escuderias do mundo. Lucas filho do maior nome que o esporte já viu, agora mecânico da fórmula 1. Juntos, eles busca...