Carla: Júnior... — sussurrou saindo do lado de Arthur e indo atrás dele, mas a atitude dele fez com que suas pernas se fixassem no chão.Júnior pegou uma taça e ergueu mostrando seus dentes brancos em um sorriso.
Júnior: Eu proponho um brinde. — ergueu sua taça no alto.
O silêncio que todos fizeram foi constrangedor. Ele pegou outra taça e esticou para a loira pálida que Thaís apenas percebeu quando ele entregou a taça a ela. A menina estava com os olhos cheios de lágrimas e Thaís a reconheceu. Era Victoria, a irmã de Júnior.
Júnior: Um brinde à felicidade. — engoliu em seco o nó na garganta que subiu e Thaís ficou sem reação. — Um brinde a família. — falou mais alto.
Todos se apressaram em pegar uma taça. Todos uniram suas taças e desejaram felicidades uns aos outros. Thaís não conseguia se mover, olhou Júnior levando a taça a boca e virando em um só gole. Ele levou a mão na boca e limpou com o antebraço um pouco do champanhe que caiu e logo depois olhou para ela, olhou para os cabelos lisos caindo pelo colo, os olhos incrivelmente belos e o rosto com bochechas muito mais redondas do que ele se lembrava, olhou para a barriga e se recusou a crer que havia uma parte dela e daquele imundo dentro dela. E ela soube, que aquele momento, era o último, era a última vez que Júnior a olharia.
Júnior: Feliz Natal a todos. — disse em alto e bom som, para logo depois largar a taça em cima da mesa, está que se espatifou no chão e um dos cacos, encontrou o pé de Thaís, que logo começou a sangrar.
Júnior deu as costas e todos ouviram apenas o som da porta batendo. Victoria ficou parada, sem saber o que fazer, ou para onde ir. Já Carla, não se importou com o que falariam, muito menos com o estado de Thaís, pediu licença e saiu correndo atrás do amigo, sendo logo seguida por seu marido. Não foi difícil achar Júnior, ele estava parado bem do outro lado da rua, de costas para a casa e com as mãos na cintura, mirando o mar bem à frente.
Quando Carla se aproximou e colocou a mão em seu ombro, Júnior a olhou com os olhos cheios de lágrimas e ela apenas tombou a cabeça sob o ombro dele e Arthur ficou do outro lado, querendo dar a Júnior um tempo depois daquele pesadelo. Olhou para Carla, esperando que a esposa entendesse suas reais intenções. Queria contar a verdade. Não conseguiria conviver com aquela mentira para o resto de sua vida, sabendo o quanto ele sofria.
Júnior: Vocês podem cuidar da minha irmã? Eu a busco amanhã. — a calma com que ele falou, pegou os dois de surpresa.
Carla: Claro que eu cuido, mas aonde você vai?
Júnior: Comemorar o Natal como eu sempre comemorei. — o sorriso dele, fez Carla se lembrar do dia que conheceu Júnior, quando ele ainda era aquele cara insuportável.
Arthur: Júnior tem coisas que você não sabe nessa história que...
Júnior: Que história? — mirou Arthur com um sorriso debochado. — Bom amigos desejo a vocês um ótimo Natal. Deixei os presentes de vocês com a minha irmã. — abraçou Arthur e ao olhar para Carla, ela estava chorando. Engoliu em seco, deu um beijo na testa dela.
Carla: Não faz isso Júnior...
Júnior: Fazer o que? Voltar para minha vida? De todos os males, esse não é nada. — respirou fundo.
Antes que os dois falassem mais alguma coisa, entrou no carro e em dois segundos, saiu em uma velocidade absurda, chegando até a bater em um canteiro de flores ao fazer a curva. Carla e Arthur se olharam sem saber o que dizer e um abraçou o outro.
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Arthur: O Piloto III 🎡
Fiksi PenggemarSinopse: De maneiras muito diferentes, o automobilismo havia determinado quem eles eram: Arthur de piloto a chefe de uma das maiores escuderias do mundo. Lucas filho do maior nome que o esporte já viu, agora mecânico da fórmula 1. Juntos, eles busca...