Capítulo 134 :

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Alice: Você é a noiva mais perfeita sob a face da terra. — disse ao agarrar Maria Clara.

Todos os convidados e os noivos foram encaminhados para a grande tenda que havia no jardim lateral, que contava com as mesas, a pista de dança e o palco para uma banda que tocava músicas calmas. A decoração estava impecável, seguindo um estilo rústico que combinava perfeitamente com o clima praiano. As mesas dos convidados eram de madeira, assim como as cadeiras e as toalhas, guardanapos e louça eram brancas, seguindo a decoração com as rosas. Velas estavam espalhadas pelas mesas e em pontos estratégicos do salão, deixando um clima romântico.

Maria Clara ergueu os olhos para a amiga e a abraçou com mais força. Como viveria quatro anos de sua vida vendo Alice esporadicamente? Exceto o período que Alice foi para Maranello e ela ficou no Brasil, por poucos meses, foi o único período de sua vida que ficou sem Alice. Ela, assim como sua família, era mais do que importante em sua vida.

Maria Clara: E você a madrinha com o vestido mais incrível que já vi na minha vida. — tocou na renda do vestido dela que deu uma voltinha e caiu na gargalhada.

Alice: Eu não consigo acreditar que você está casada! Clara, você realizou seu maior sonho!

As duas continuaram abraçadas enquanto as duas olharam para frente, onde Victor e Lucas pareciam estar tendo a mesma conversa que elas.

Maria Clara: Você acreditaria nisso que estamos vivendo há três anos atrás? — perguntou com um sorriso.

Alice mais uma vez riu. Não, absolutamente não. Maria Clara era uma criança há três anos atrás enquanto ela ainda estava naquela fase conturbada com Victor, seus pais e o que queria para sua vida. Não. Sem chance alguma de imaginar aquela reviravolta.

Alice: O que dava para imaginar é que nós estaríamos juntas... E estamos. — abriu um sorriso.

Maria Clara ficou com os olhos cheios de lágrimas, afinal, sua melhor amiga não falava muito do que ela sentia.

Alice: E ficaremos até o final assim. — puxou ela e abraçou com força.

As duas atraíram  a atenção de Lucas e Victor, que sorriram e comprovaram que o que estavam falando um minuto atrás era verdade, no final, as coisas se encaixaram. Todas as brigas, confusões, gritaria, momentos felizes e péssimos terminaram do modo correto.

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Beatriz: Ao que parece, terei que aturar sua presença dentro da minha família.

A voz esnobe tirou a atenção de Júnior que conversava com um casal em que o homem tinha sido seu engenheiro quando corria em outra equipe e encontrou Beatriz ao lado de Thaís, que sorria com Daniela nos braços.

Beatriz: Felicidades ao casal e muita sorte e minhas sinceras bênçãos, porque você vai precisar Thaís. — continuou sorrindo.

Thaís revirou os olhos e foi abraçar a mãe. Júnior aproveitou e pegou Manuela dos braços da sogra e ela abriu um sorrisão com os poucos dentes que tinham nascido e o vestido lindo, cor de rosa clarinho e cheio de babados igual ao de Daniela.

Thaís: Mãe, eu me casei, tive filhos, tudo o que você sempre quis para mim. Obviamente, o marido não tinha que lhe agradar, se te obedecesse em tudo, não seria eu. — deu de ombros.

Beatriz revirou os olhos e assentiu, antes de olhar para Júnior e lhe dar uma piscada. Ele abriu um sorriso e ficou feliz por ver as duas se dando bem, ele mais do que ninguém sabia que o que Thaís sempre sentiu falta era ter sua mãe ao seu lado, não para colocá-la para baixo e falar que tudo o que ela fazia estava errado, mas sim como uma amiga, uma conselheira. No fundo ele sabia que Beatriz era uma pessoa maravilhosa e as implicâncias dela com ele, era apenas teatro.

Beatriz: Mesmo não obedecendo a vida inteira, você se tornou a melhor pessoa do mundo, filha. Hoje eu penso que se você fizesse tudo o que eu queria, acabaria sei lá... Como a Sophia. — começou a rir sozinha.

Thaís ficou parada. Ela estava entendendo bem o que sua mãe estava dizendo? Ela estava a elogiando?

Thaís: É... Me casar cinco vezes e aplicar botox toda semana realmente nunca foi meu sonho de infância.

Beatriz: Graças a Deus. — puxou Thaís pelos ombros e a abraçou com um carinho que Thaís até estranhou, pois fazia anos que não recebia um daqueles dela. — Eu amo você filha e amaria mesmo se vestisse roupa de loja de departamento.

Thaís: A maioria das minhas roupas são dessas lojas. — olhou para ela que certamente quis enforcar a filha ali mesmo.

Beatriz: Para você ver como amor de mãe é forte. — deu um tapinha no ombro dela e corrigiu a postura e direcionou o olhar para Júnior. — E você, se fizer alguma coisa com a minha filha ou minhas netas, pode ter certeza que pagará por isso. — ameaçou ele em um tom falso e o fez começar a rir de novo.

Júnior: Vai me colocar numa cadeira e fazer um strip na minha frente? Pode ter certeza que isso já me faria pagar por todos meus pecados. — debochou e viu a senhora ganhando um tom avermelhado na pele.

Ao contrário de todas suas expectativas, Beatriz deu dois passos à frente e o abraçou. Thaís começou a rir da cara de Júnior e tirou Manuela do braço dele, ficando agora com as duas meninas em cima dela.

Júnior com o abraço de Beatriz começou a pensar em algo que nunca tinha passado por sua cabeça. Ele amava sua família, mas não tinha passado com eles metade das coisas que tinha passado dentro da família Picoli, viveu situações horríveis com eles, cometeu alguns erros, viu eles cometendo os deles, mas o mais incrível era que independente de tudo, eles sabiam perdoar. Eles sabiam aceitar as pessoas independentemente de seus defeitos e talvez por esses motivos que ele se sentisse parte da família Picoli. Finalmente ele tinha encontrado o seu lugar.

Arthur: Hoje é a noite dos milagres, não? — perguntou a Thaís assim que alcançou a irmã, ela riu e abraçou Carla que chegou logo depois pela cintura.

Beatriz: Noite da caridade, você quis dizer. — soltou Júnior e lançou um olhar debochado para ele e logo depois seguiu em direção de Carla. — Já disse que tudo isso é culpa sua, sua peste? — sussurrou para a nora.

Carla arregalou os olhos e abriu um sorriso logo depois. Sim, ela já tinha falado e na época Carla tinha achado a coisa mais sutil que já tinha saído da boca de Beatriz.

Beatriz: E foi a melhor coisa que fizeram, te colocar naqueles trajes indecentes na frente do meu filho. — terminou de dizer com um sorriso e então olhou para Arthur, que estava pasmo.

Ver Carla e sua mãe se dando bem era já de se estranhar, mas agora ver sua mãe se declarando para sua esposa era digno de espanto. Thaís começou a rir e se aproximou deles, seguida por Júnior.

Beatriz: Olha, eu ainda devo estar sob efeito da tequila de ontem, mas eu queria dizer que eu amo vocês, não apenas os meus filhos, mas também as duas pessoas que desde que conheço sempre lutaram para colocar a ordem nessa loucura, não importando as condições. Eu... Bem, eu... Queria dizer... Para nunca mudarem. Vocês quatro são perfeitos da maneira como são.

Ela limpou a lágrima que escorreu pelo canto do olho enquanto via os quatro paralisados após sua fala.

Beatriz: E Júnior.. Só te coloquei nessa fala para que você não se sinta rejeitado, mas nada do que eu falei se aplica a você, queridinho. — deu um tapinha nas costas dele que começou a gargalhar no mesmo minuto.

Júnior: Montinho da Bibi!

Ele gritou e pulou em cima dela, sendo seguido por Thaís, Carla e Arthur que abraçaram Beatriz forte e deixaram ela no meio da rodinha, para desespero dela que diziam que eles iam acabar com seu penteado e sujar seu Dior Haute Couture.

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Arthur: O Piloto III 🎡Onde histórias criam vida. Descubra agora