Capítulo 38 :

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Aos poucos, a situação ficava melhor. O episódio do casamento começava a ser esquecido pelas pessoas e a família Picoli podia voltar com suas vidas.

Thaís continuava no hospital após quatro dias e deveria ficar por mais alguns, não estava sendo tão ruim como poderia ser, Carla e Maria Clara passavam boa parte do dia com ela, assim como sua Mãe Beatriz, por mais chocada e envergonhada que estivesse com toda aquela história resolveu que era hora de ajudar a filha e não colocar mais pressão em cima dela.

Júnior, nesses quatro dias, apareceu em todas as noites. Chegava timidamente e se aproximava da cama para acariciar a barriga dela, fazia várias perguntas aos médicos e pouco falava com Thaís, o que a deixava mais angustiada ainda. Em um dos dias, ele apareceu lá com Victoria, sua irmã e a garota abriu um sorriso enorme ao ver Thaís, aquela reação deixou Thaís feliz e animada, a garota realmente estava feliz com a notícia da gravidez e fazia com que Júnior falasse muito mais do que ele falava quando estava apenas ele e ela. Mas de resto, continuava a tratando de modo frio, fazendo Thaís às vezes se sentir apenas como uma barriga de aluguel. Ele estava mesmo apenas interessado nas filhas, se preocupava com seu estado de saúde, claro, mas com o resto, apenas ignorava.

Cerca de uma semana depois, Thaís teve alta do hospital, mas foi obrigada a continuar seguindo vários tipos de recomendações, desde o repouso absoluto até redobrar pessoas para ficar cuidando dela. Já que estava fugindo de Beatriz, aceitou o convite de Carla e Arthur, para voltar a casa deles, pelo menos até quando a casa que alguns meses atrás Arthur deu a ela, estivesse com a reforma completa. De certa forma, foi bom para ela e também para Carla, que no final da gravidez, também precisava de companhia, já que Arthur estava constantemente na fábrica da Ferrari.

Dois dias depois que Thaís retornou do hospital, Maria Clara e Victor embarcaram rumo à Somália, na viagem que ganharam de Arthur e Carla, carregando com eles, uma boa quantidade de comida comprada com o dinheiro e mais um pouco, de outras doações. Ele pensou duas vezes antes de embarcar no avião, assim como Arthur pensou três antes de soltar a mão de sua filha, mas quando ambos viram o sorriso dela e toda a esperança que ela estava botando naquele projeto, deixaram de lado seus temores.

Maria Clara: O que você tem? Nunca te vi tão quieto.

Ela perguntou ao namorado assim que o avião decolou. Em duas horas que estava do lado de Victor, se ele tinha dito duas frases completas foi muito. Estava extremamente diferente.

Victor: Não sei se fiz certo de vir. Sei lá, eu não sou igual a você... — a olhou de um modo que fez o coração dela se apertasse. Ele estava realmente com medo da realidade?

Maria Clara: Você não precisa ser igual a mim para querer ajudar. Não estou te levando para virar o melhor homem do mundo, nem o mais solidário, você está indo, porque quero que vá, quero que veja com seus olhos o mundo de verdade. Pode acreditar, você vai ser outra pessoa quando voltar. — acariciou o rosto dele e Victor deu um sorrisinho de lado.

Victor: Você já reservou o hotel? — olhou para ela com um sorriso no rosto.

Maria Clara arregalou os olhos, para logo depois cair na gargalhada. Onde tinha arrumado aquela pessoa desajustada do mundo?

Maria Clara: Te amo, Victor. — o abraçou, sem nem responder a pergunta ridícula dele. Victor franziu a testa e também a abraçou.

Era final da tarde em Maranello e Lucas se preparava para sair da fábrica, cansado por mais um dia de trabalho pesado. Trocou de roupa no vestiário e pegou o celular, agradecido por ter ficado o dia todo lembrando que hoje era aniversário de Alice e ele tinha que ligar e desejar parabéns, já que ela andava tão sumida. Saiu do vestiário e foi direto para o estacionamento procurando com os olhos seu carro. Para sua surpresa, encostado nele estava Rodolfo de braços cruzados.

Arthur: O Piloto III 🎡Onde histórias criam vida. Descubra agora