Capítulo 40 :

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No fim de semana seguinte, Carla, Thaís e Arthur foram arrumar a nova casa de Thaís que tinha acabado de ser reformada. Por mais que o irmão e a cunhada tivessem pedido a ela que ficasse mais um tempo na casa deles, recusou, pois queria um lugar para ficar sozinha e tentar arrumar sua vida que estava uma bagunça e além do mais, a casa ficava duas ruas acima da de Carla e Arthur, em menos de cinco minutos, estaria lá se algo acontecesse.

Quando entrou na casa, segurando uma caixa de papelão com algumas coisas suas, seus olhos se encheram de lágrimas. Era ali o lugar em que criaria suas filhas e que reconstruiria sua vida. A casa continuava linda, com uma grande sala com piso de mármore dividindo a sala de estar e a de jantar tinha um pequeno murinho de blocos de vidro, do lado direito da sala, havia a grande janela que dava para o jardim todo gramado e com uma piscina retangular no meio deste. Partindo para frente, tinha a escada de madeira que levava ao segundo andar, onde tinha três quartos bem grandes e bem arrumados. Essa arrumação que lhe surpreendeu, a casa além de reformada, estava toda mobiliada e ela não pode deixar de agradecer a Arthur por aquilo. Agora, o problema seria como manter uma casa daquele porte, desempregada e cuidando de duas crianças. 

Arthur: Não seja idiota, você sabe que eu e o papai estaremos com você para tudo que precise, até quando você permitir. — respondeu à pergunta dela e soube que a irmã não aceitou de bom grado aquilo, era orgulhosa e independente demais. — Não pense por você, pense pelas minhas sobrinhas.

Ele abriu um sorriso e tocou a barriga dela, que convencida, deu de ombros e pegou sua caixa, indo para o quarto que foi destinado a ela, já que o do lado seria das meninas, mas nada estava pronto ainda.

Carla: Você precisa descansar Thaís, ainda tem que ficar de repouso por mais um mês, amanhã eu mando a Joana aqui para arrumar a casa e as suas roupas. Ah, esqueci-me de te falar, conversei com ela e a Joana concordou em vir aqui uma vez por semana limpar e fazer comida para você congelar, pelo menos até o fim da gravidez. Você não pode fazer esforço, tudo bem? — dizia enquanto ajudava a cunhada a deitar na cama cuidadosamente pois sabia que ela ainda sentia dores na barriga.

Thaís fez uma cara feia, sentindo-se extremamente dependente, mas novamente apenas assentiu, tinha que pensar no bem de suas filhas.

Carla: Que cama gostosa. — assim como Thaís, deitou-se na cama, mal vendo seus pés por conta da barriga enorme.

Carla abriu um sorriso e virou-se na cama para acariciar a barriga da cunhada. Arthur ficou parado na porta, sorrindo por finalmente as coisas estarem voltando ao seu rumo normal. A campainha tocando, o dispersou dos pensamentos.

Arthur: Primeira visita, diz a lenda que essa pessoa nunca mais saíra daqui. — piscou para a irmã.

Thaís riu enquanto revirava os olhos. Deveria ser o entregador de pizza e ela agradeceria intensamente se ele nunca mais saísse de sua casa, a fome constante na gravidez não era brincadeira.

Carla: Espero que seja da padaria... — fechou os olhos e passou a língua nos lábios. — Estou sonhando com o pão recheado de chocolate da La Mille. — ao ouvir aquilo Thaís começou a rir e jogou uma almofada na cara dela.

Thaís: Estava pensando no entregador de pizza, mas realmente o pão da La Mille é bem mais tentador.

As duas riram e ficaram olhando a televisão, até ouvir os passos batendo no piso de madeira da escada, logo Arthur estava de volta ao quarto. As duas literalmente rolaram na cama, por conta da barriga, para conseguir ver quem estava atrás dele.

Arthur: O Júnior chegou. — anunciou.

Ambas se olharam de olhos arregalados. Thaís conseguiu ficar sentada bem mais rápido que Carla, que ainda ficou feito um tatu bola para levantar. Quando seus olhos miraram o de Júnior, parado bem atrás de Arthur, parecendo um tanto perdido e envergonhado, uma corrente elétrica passou por todo seu corpo.

Arthur: O Piloto III 🎡Onde histórias criam vida. Descubra agora