Capítulo 4 :

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— Chegamos! — assim que colocou o pé para fora do carro, Maria Clara berrou, finalmente aliviada por chegar a Arraial do Cabo após tantas horas de voo.

Atrás deles, mais três carros paravam próximos a entrada da bela casa de praia da família Picoli. Aos poucos, todos começaram a sair dos carros. Carla, que passou boa parte da viagem dormindo, se espreguiçou e desceu do bando do passageiro, mirando a bela paisagem à sua frente. Arthur a abraçou e juntos entraram na casa.

Do segundo carro, desceu Beatriz já reclamando do calor fora do comum que fazia em Arraial do Cabo e pedindo a José suas malas rapidamente, pois queria seu protetor solar, ele já acostumado com as frescuras da mulher, apenas ria. Mais cansada do que todos ali, desceu do banco de trás uma Thaís abatida, sonolenta e visivelmente mais gordinha, como a própria mãe tinha falado ainda em Nice quando se encontraram no aeroporto, mal sabia ela da metade da história. Ao seu lado, Rafael estava sério, carregando uma mochila e já indo buscar as malas no porta malas.

Thaís sabia que ele estava completamente perdido ali e que ninguém da sua família estava entendendo absolutamente nada daquele namoro repentino e no fundo ela preferia assim, era mais fácil e mais prático ninguém perguntar porque ela estava morando com Rafael em Mônaco em um belíssimo apartamento comprado por ele desde o dia que saiu da casa de Carla e do irmão, apenas aceitavam mais uma das loucuras dela, como se já esperassem a próxima insanidade dela. Nem o dia lindo que fazia em Arraial do Cabo, nem a casa cheirosa e que era seu lugar preferido do mundo, fez com que ela se sentisse mais feliz ou menos cansada.

Estava vivendo no automático, ouvia as pessoas falarem, aceitava o que Rafael lhe propunha, vivia presa em um apartamento sozinha, mas não ligava mais para nada, se tivesse mesmo que passar por tudo aquilo, passaria sem reclamar. Se tivesse que viver pelo resto de sua vida da dessa forma, viveria. Nada mais lhe importava do que uma boa vida para seus filhos. Pegou sua pequena mala e subiu a escada, indo em direção ao quarto que sempre ficava. Estava da mesma forma como se lembrava e ela não conseguiu fazer outra coisa a não ser se jogar na cama e fechar os olhos novamente. Não esperava mais nada de bom daqueles dias que passaria ali.

A sala de estar estava uma baderna com tantas malas e pessoas passando por todos os cômodos. Carla estava feliz e sorridente, sendo saudada pela cozinheira por sua gravidez. Via já Boninho e José trazendo as caixas com decoração natalina que ficava em um galpão no fundo da casa, para Maria Clara, Mara e Beatriz que já estavam ávidas para começar a decoração. Arthur estava na grande varanda, falando no celular com quem Carla julgou ser Rodolfo, que estava perdido na estrada. E toda aquela baderna, era tão comum, tão familiar, que lhe fazia sorrir. Os filhotes de Maya, que agora já estavam verdadeiros monstros, enormes e peludos, abanavam o rabo e derrubavam as malas com a bagunça deles. A música alta já começava a ecoar na caixa de som, ela sorria ao combinar com a cozinheira as comidas que fariam parte da ceia. Não havia como não sorrir, não se divertir e ser feliz com sua família reunida e mais o resto que estava chegando.

Na hora do almoço, quando todos já se esbaldavam em uma refeição deliciosa, ouviram uma buzina e rapidamente, adentrou na casa um Victor pálido e atrás dele Alice toda descabelada. Todos se entreolharam ao ver Victor atacar o bife que Maria Clara estava prestes a colocar na boca e logo em seguida, veio Alice pegar o delicioso suco de melancia que estava no copo da amiga.

Maria Clara: O que aconteceu com vocês? — perguntou com os olhos arregalados para os dois.

Alice: Não sei como aquele Rodolfo trabalha na Ferrari, ele não tem a mínima noção de carro! — gritou alto, com a intenção de Rodolfo ouvir. Este que já entrava na casa, começou a rir. — Ele se perdeu, o carro quebrou, ficamos debaixo desse sol de quarenta graus mais de duas horas, até ele se lembrar de que não abasteceu a droga do carro antes de sair da locadora de carros. — revirou os olhos e a família viu Rodolfo entrando, todo suado e sem camisa.

Arthur: O Piloto III 🎡Onde histórias criam vida. Descubra agora