Capítulo 29 :

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Alice abriu bem os olhos e a boca quando Lucas estacionou o carro dele no meio fio de uma rua escura e com prédios feios. Sabia que estavam em Maranello, pois viu as placas, mas poderia jurar que estavam em algum lugar do subúrbio do Rio de Janeiro. Ele desceu do carro e esperou ela descer, quando o fez estava olhando para os lados assustada. A rua estava deserta e havia vários carros no meio fio, olhou para cima e viu um prédio de tijolinhos iguais a dezenas de outros na mesma rua.

Lucas a esperava pacientemente do outro lado, desfrutando da cara de surpresa dela, quando finalmente ela foi ao seu lado, ele abriu a porta e deixou que ela passasse primeiro.

Alice: Que lugar é esse? — continuou com os olhos arregalados ao ver o pequeno hall de entrada, com uma escada de madeira bem a sua frente.

Lucas: Minha casa. — balançou os ombros e subiu a escada.

Porra! Ele a levou para a casa dele. Não soube bem como raciocinar sobre aquele fato, como se conseguisse raciocinar alguma coisa a aquela altura do campeonato. Procurou pelos lados o elevador e não tinha nada, apenas parede. Já fatigada, começou a subir os degraus atrás de Lucas. Quando ela finalmente parou em frente a uma porta, estava hiperventilando como nunca em sua vida. Como ele conseguia fazer aquilo todos os dias?

Lucas: Não está a altura da princesa, mas espero que goste... — ao abrir a porta, deu espaço para Alice passar e ela parou na porta, com os olhos arregalados.

Deus! Como iria entrar e não ocupar todo o espaço? Era impossível duas pessoas entrarem ali sem morrer com falta de oxigênio. Lucas riu do espanto dela e entrou, fechando a porta logo atrás de si e foi para a cozinha, pegar água. Alice ainda estava espantada com o lugar que Lucas estava morando; ele, logo ele, enfiado num apartamento como aquele, não era possível. Mas reparando melhor, até que tinha um charme, lembrava os apartamentos de Paris, embora a decoração de Lucas estivesse pecando e muito.

Alice: É bem... Charmoso. — olhou para ele.

Lucas caiu na risada, sabendo que ela estava sendo apenas legal. Ela colocou a bolsa em cima do sofá e já esbarrou na mesinha de centro, que bateu na estante e fez com que a pequena televisão balançasse. Olhou de olhos arregalados para Lucas que apenas riu novamente.

Lucas: Vou lhe mostrar meu Duplex. — a chamou com a mão.

Alice foi tomando cuidado para não esbarrar em nada. Ele mostrou a cozinha, que não tinha como entrar os dois sem ficarem entalados. O banheiro era ainda pior, ela conseguia tocar o teto ao esticar a mão e o modo despreocupado como Lucas estava lidando com aquele apartamento lhe dava vontade de rir.

Lucas: E agora minha suíte. — abriu a porta do quarto e ela não conseguiu conter a gargalhada.

Alice entrou e observou a cama de solteiro encostada na parede, um armário de madeira do outro lado do quarto e os vários troféus de Lucas em uma estante. Tinha uma mesinha, onde a bagunça prevalecia junto de vários papéis, perfumes e um notebook, mas o que mais lhe chamou a atenção foi algumas fotos grudadas na parede, perto dessa mesa. Uma era dele com sua família, outra apenas com Maria Clara com ambos fazendo pose em frente da Torre Eiffel e a outra, era dos dois se beijando na piscina da antiga residência deles, quando ainda namoravam. Ela se lembrava muito bem daquela foto, ela já estava grávida e foi um dos únicos dias que Lucas foi incrível com ela durante aquele curto período. Ao olhar para ele, viu que as bochechas dele ficaram em tom escarlate. Decidiu não tocar naquele assunto e se virou, encarando ele.

Alice: Vamos fazer o que agora? — cruzou os braços.

Ele prontamente a arrastou para a sala, dizendo que veriam um filme que ela gostava. Alice sorriu pela atitude dele, que realmente estava tentando a animar. Disse que ia fazer pipoca e quase queimou o apartamento inteiro antes do filme começar. Quando começou, Alice abriu um sorriso ao ver que era Um homem de sorte, filme inspirado no seu livro predileto. Ele realmente estava se esforçando!

Arthur: O Piloto III 🎡Onde histórias criam vida. Descubra agora