Arthur: O Piloto III 🎡

Capítulo 133 :

Maria Clara: Pai... — disse assim que se virou e encontrou ele parado com o rosto molhado de lágrimas na porta do quarto.

Ele levantou a cabeça e deu apenas um sorriso. Maria Clara correu até ele e parou em sua frente, esperando que ele assimilasse e não se chocasse com a imagem dela vestida de noiva, afinal, ela sabia que seu pai não lidava muito bem com essa história do casamento dela e o que não queria fazer era assustá-lo.

Arthur: Eu não consigo nem falar nada...— abriu um sorriso e ela riu. — Mas você está linda, meu amor.

Maria Clara: Obrigada pai. — limpou uma lágrima e então esticou o braço e ele a abraçou forte. Carla e Thaís se olharam e apenas sorriram. — Por favor, nunca se esqueça que mesmo longe, eu estarei sempre com você e a mamãe. Eu não quero que pense que eu estou te abandonando, eu prometo que eu vou voltar, pai. Eu não quero que nossa família fique incompleta. — disse baixinho.

Arthur sentiu um nó ainda maior crescer em sua garganta.

Maria Clara: Eu nunca te disse isso, mas eu morro de orgulho de ser filha de você e da mamãe. Se eu não tivesse visto todo o amor de vocês em todos esses anos, eu não estaria aqui. Obrigada por tudo e... Eu te amo muito, pai. — terminou de falar com um sorriso e ao olhar para o pai ele estava chorando.

Carla ficou parada vendo seu marido chorando e se lembrou da última vez que Maria Clara tinha o feito chorar tanto, há muitos anos atrás, quando tinha acabado de nascer. E Carla sabia o que se passava na cabeça de Arthur, pois ela estava no mesmo dilema.

Thaís: Arthur não vire uma menininha. — deu um tapa no ombro do irmão que soltou da filha e olhou para ela com um sorriso.

Arthur: Quem diria hein? Está parecendo gente. — não perdeu a chance de provocar um pouco ela que apenas revirou os olhos.

Ele a puxou pelo braço e deu um abraço apertado na irmã, que retribuiu com carinho. Ela mais do que ninguém sabia o quanto seu irmão era especial, sem ele não tinha ideia da onde iria parar, nem onde estaria nesse momento. Desde que ela se entendia por gente ele estava ali com ela, lhe apoiando nos momentos bons e maus.

Arthur: Desejo toda a felicidade do mundo para você. — murmurou no ouvido dela e a viu abrir um sorriso.

Thaís: Obrigada por sempre ter estado presente na minha vida, tá? Eu sei que eu nunca agradeci nada do que você fez por mim, mas quero que saiba que sou grata por cada coisinha. Você é o melhor irmão do mundo. — segurou o rosto dele, que também abriu um sorriso e beijou a testa dela.

Arthur: Faço porque te amo, irmã. — beijou a mão dela e então olhou para trás, vendo Carla e Clara dando os últimos retoques na maquiagem. — Já que não há outra saída, que venha o casamento. — balançou os ombros e segurou os ombros de sua filha que apenas sorriu e instantaneamente ficou com os olhos cheios de lágrimas.

Maria Clara: Não me deixe cair. — murmurou para o pai assim que desceu o último degrau da escada e ele a esperava com um sorriso no rosto. Entrelaçou seu braço ao dele e olhou para frente, encarando a cortina branca de um tecido leve que cobria a porta.

Arthur: Nunca, meu amor. — olhou para ele que deu um sorriso pequeno e olhou para baixo. — Preparada? — perguntou e a viu respirar fundo e em seguida erguer a cabeça.

Maria Clara: Sim, vamos lá. — olhou para trás procurando por sua tia Thaís que tinha acabado de descer a escada e levava um beijo de seu avô José na testa.

A cortina se abriu e a marcha nupcial começou a soar vinda da orquestra posicionada ao lado do altar. Maria Clara ergueu a cabeça e encarou céu estrelado a sua frente, reluzindo no mar os brilhos das estrelas,mas nada chamou mais sua atenção do que tinha há alguns metros dela, Victor parado em frente ao altar com uma fachada de madeira e decorado com rosas brancas penduradas no alto e fios de luzes iluminando e deixando tudo como ela e sua tia Thaís haviam sonhado. Os seiscentos convidados sentados em cadeiras de madeira escura estavam de pé no jardim dos dois lados da piscina, mas ela não conseguia ver quem eram, só enxergava Victor, que estava com um sorriso imenso no rosto.