Capítulo 15 :

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Aproximadamente uma hora depois, estavam todos reunidos em volta da mesa do café da manhã. Carla não conseguia parar de rir ao olhar a cara de Lucas querendo se enfiar debaixo da mesa de tanta vergonha quando Bella passou por ele. Sua sobrinha sentou-se em silêncio e comeu sem se fazer ser notada. Todos riam e falavam alto, exceto duas pessoas, Thaís, que estava morrendo de dor de cabeça pela noite mal dormida, onde ficou com insônia bem no meio da madrugada e Alice, que estava comendo de óculos escuros com a desculpa das olheiras, quando apenas Maria Clara sabia realmente o que estava acontecendo. Ficou acordada a noite inteira com Alice ouvindo os soluços constantes da amiga, ao ver que Bella nem ao menos tinha voltado para dormir no quarto.

A gritaria e o barulho só foi cortado com a campainha tocando e imediatamente a empregada se retirou para atender, continuaram o falatório com Rodolfo contando seus casos para lá de picantes para àquela hora da manhã.

Rodolfo: Caramba! Tem gente que aproveitou o natal em grande estilo, não é Júnior? — falou alto e todos olharam e se viraram para o lugar onde Rodolfo olhava.

A cena que Thaís viu, fez um gosto amargo subir por sua garganta. Ele estava com a mesma roupa de ontem, mas a camisa xadrez estava com todos os botões abertos, camisa rasgada e o peito dele estava com marcas de batom e manchas roxas que subiam até seu pescoço. O cabelo estava completamente revolto e a cara denunciava que ele tinha enchido a cara e passado a noite acordado, para finalizar, ele estava descalço. O sorriso que ele abriu, extremamente malicioso e sujo, fez o gosto piorar gradativamente. Victoria olhava para seu irmão horrorizada, assim como Carla.

Júnior: Bom dia família Picoli. – a voz lenta e rouca comprovou que ele estava ainda sob efeito do álcool. — Como vamos nessa linda manhã de Natal? — perguntou enquanto caminhava graciosamente até a mesa, onde tirou o copo de suco das mãos de Beatriz e o bebeu em um gole só. — Obrigado pela cortesia. — piscou para a senhora que estava completamente horrorizada. — Vamos princesa?

Ele virou a cabeça para Victoria que estava ao lado de Thaís, mas nem mesmo por um segundo, colocou os olhos nela. Victoria abriu a boca, mas se calou, completamente pasma com o estado de Júnior.

Júnior: Enquanto minha irmã se arruma, quero conversar com você Arthur. — virou o rosto para o outro lado da mesa, o chefe levantou prontamente da mesa e arrastou ele até o escritório.

Arthur: Ficou louco Júnior? Como apareceu desse modo aqui em casa? — cruzou os braços e Júnior riu, debochadamente.

Júnior: Você se importa comigo, Picoli? Deveria se preocupar é com a parte podre da sua família. — revirou os olhos e pegou um boneco de cobre e passou a brincar com ele entre os dedos. Arthur respirou fundo e em pensamentos concordou com ele. — Tenho que lhe falar algo.

Arthur: O que? — massageou os lados de sua cabeça, sentindo a dor clara do estresse.

Júnior: Estou me demitindo da Ferrari. — falou claro e simplesmente.

Arthur tombou para trás, se apoiando na beirada da mesa, fitou Júnior com os olhos brilhantes. O que aquele maluco estava dizendo?

Arthur: Você está bêbado Júnior. Tome um banho, vista uma roupa e depois venha conversar comigo. — balançou os ombros e estava disposto a sair pela porta, quando Júnior entrou na sua frente e o barrou.

Júnior: Posso ter bebido, mas não perco o controle. Sei muito bem o que estou fazendo. — cerrou os olhos e respirou fundo. — Não há nada no meu contrato que me proíba de pedir demissão.

Arthur: Você está louco? Por que quer fazer isso?

Júnior: Eu já sou rico, Arthur. Não preciso mais. — deu de ombros em tom esnobe.

Arthur: O Piloto III 🎡Onde histórias criam vida. Descubra agora