Arthur: O Piloto III 🎡

Capítulo 83 :

Carla: Você sabe o que o Luan fez para mim e toda a minha família não sabe? — falou pausadamente e Anne assentiu prontamente. — Por que Diabos então não me ligou e contou?

Anne: Porque eu o amo. — sussurrou e Carla perdeu o chão de uma vez só. — E eu estou num fogo cruzado, sem saber para onde correr.

Carla: Você não fez isso comigo, Anne... — sentiu os olhos arderem pelas lágrimas de raiva. Como aquela louca estava fazendo uma coisa dessas? — Pelo amor de Deus, ele tentou matar meus dois filhos e a Thaís, você não lê jornais? Não entendeu o que eu te disse quando contei do acidente? Porque Diabos você decide virar as costas para sua família e aceitar aquele demônio de braços abertos, como se fosse um anjo? Pelo amor de Deus Anne.

Anne: Eu sei de tudo isso Carla. — elevou a voz e Carla arregalou os olhos ao ver ela gritando. — Eu menti para todos desde aquela época em que saia com ele, dizendo que foi um erro, que ele devia voltar para a família dele, mas não era assim Carla! Ele foi o primeiro homem que eu amei realmente, ele me fez feliz, me fez entender quem eu era, me fez sentir pela primeira vez que eu não era menor do que ninguém por ter sido largada e adotada por uma família perfeita, quando eu não era nem um pouco perfeita... Coisa que ninguém daqui foi capaz de fazer.

As lágrimas desciam por seu rosto de forma severa e doía mais olhar para o rosto de Carla transfigurado em face misturada de raiva com nojo.

Anne: E a maior dor da minha vida foi abrir mão dele para que tudo entrasse nos eixos novamente. Claro que foi bom, pois a minha vida mudou, eu te conheci, passei finalmente a fazer parte dessa família... E eu amo todos vocês, nunca duvide disso.

Carla: Estou vendo, se relacionando com o cara que tentou acabar com tudo isso. Era esse amor doentio que você estava falando? — cruzou os braços e debochou, fazendo Anne chorar ainda mais.

Anne: Quando tudo aquilo aconteceu eu fiquei petrificada Carlinha. Eu já tinha terminado com o Leandro, porque não aguentava mais estar com ele pensando em outra pessoa e então a campainha toca e o Luan aparece no meu apartamento.

Carla: Eu deveria chamar a polícia e prender você também... É mais louca do que ele.

Carla levantou do sofá, vendo Heitor já ressonando em seus braços com a intenção de se livrar daquela louca e ir contar tudo a Arthur e ele tomar as devidas providências. Anne foi atrás dela e a segurou pelo braço.

Anne: Carla... Você faria a mesma coisa pelo Arthur, não faria? — perguntou e a Carla pode ver o desespero nos olhos dela. — Você não abriria a porta da sua casa para o homem que você ama no momento que ele precisasse de você, por mais que esse momento fosse errado?

Carla: Sai de perto de mim Anne e some dessa festa, antes que seja presa aqui mesmo! — berrou para a irmã, que a segurava com força. — Eu posso amar o Arthur, mas eu nunca concordaria com isso! Nunca! Eu não sou criminosa, não tenho sangue de barata! Nunca aguentaria ver a dor da minha irmã perdendo os dois filhos e a melhor amiga por causa de um cara que nunca me deu o devido valor. Você não sabe o que eu passei! Nunca vai saber.

Carla berrou mais uma vez, atraindo a atenção de algumas pessoas que passavam ali por perto. Anne abaixou a cabeça e chorou mais um pouco.

Anne: E você acha que eu aguentei? — murmurou, olhando nos olhos dela. — Eu o abriguei sim na minha casa, porque era o lugar que ninguém iria procurar, mas eu também não tenho sangue de barata Carla. Você não sabe quem eu sou, nunca vai saber.

Ela frisou a última frase e balançou a cabeça para os lados, logo depois, tirou de dentro da bolsa um papel.

Anne: Meu endereço, é onde ele está... Pode entregar para a polícia. — esticou o papel branco para Carla.