Arthur: O Piloto III 🎡

Capítulo 49 :

Thaís dava seu quinto bocejo após um dia entediante ao lado de Beatriz, tinha chegado na casa da mãe pela manhã e ela tinha lhe levado para almoçar e logo em seguida passou o dia todo fazendo comprar para os bebês. Ao final do dia, seu pé estava uma bola e ela lotou todo o porta malas de seu carro com as sacolas. Beatriz implorava para ela ficar para o jantar, mas deu uma desculpa qualquer falando que tinha marcado de ir à casa de Carla, sendo que nem sabia onde ela tinha se enfiado nos últimos dias e então entrou no carro após se despedir dos pais.

No caminho para sua casa, passou pela praça do cassino e olhou para o hotel onde ela sabia que Júnior estava hospedado e seu coração acelerou. Olhou para o lado e viu a reportagem de capa de uma revista dele saindo de uma balada famosa de Mônaco abraçado em duas modelos, era a milésima vez que olhava para aquela imagem, mas seu coração se apertava a cada vez. Talvez fosse meio masoquista, não sabia, mas ver ele com aquelas modelos fazia ela se sentir bem por ver ele bem. Nos últimos dias ele tinha sido mais amistoso desde a última conversa dos dois, almoçaram duas vezes, logo após de comprar o enxoval das meninas e ele fez uma visita breve dois dias atrás na casa, mas logo saiu pois tinha alguma festa para ir.

Parou o carro em frente do hotel e olhou para cima. Ele estava bem? Estava lá dentro? O manobrista bateu no vidro e ela em um ato intensamente impulsivo pegou sua bolsa e desceu do carro. Ao cair em si, a recepcionista já liberava sua entrada. No elevador, se arrependeu amargamente de estar fazendo aquela palhaçada, ele a mataria e voltaria a lhe tratar mal.

Júnior: É do serviço de quarto? — ao ouvir a voz dele do outro lado da porta, ela fechou os olhos. Puta merda... Era agora que ela ia ouvir até cansar. — Thaís?

A voz dele saiu tão baixa que ela até ficou feliz por ele não estar gritando. Seu olhar foi subindo até encontrar o rosto dele pálido, os olhos vermelhos e olheiras terríveis embaixo deles. Caramba, nunca tinha o visto assim.

Thaís: Júnior? — torceu o nariz e ele continuou a olhando, não entendendo nada. — O que aconteceu com você? — ao reparar o cachecol enrolado no pescoço dele ela concluiu que ou ele estava louco ou doente, porque fazia um calor infernal lá fora.

Júnior: Garganta inflamada. — apontou para a garganta.

Ela entendeu completamente o porquê da voz baixinha. Teve que se controlar para não pular em cima dele e cuidar dele até quando estivesse bem.

Júnior: E você, aconteceu alguma coisa? — ele olhou para baixo mirando a barriga pontuda dela.

Thaís negou com a cabeça e sentiu-se uma idiota por ter ido ali sem nenhuma desculpa.

Thaís: Não aconteceu nada, eu só passei por aqui e... Entrei. — fechou os olhos ao se dar conta do quanto era idiota aquela desculpa. Ele sorriu levemente.

Júnior: Desculpinha fajuta essa. — ergueu os olhos e ela abriu um sorriso e inclinou a cabeça para um lado e o mirou. Ele estava em um estado de dar dó.

Thaís: Você foi ao médico? — perguntou sabendo que ele daqui a pouco lhe enxotaria dali.

Júnior: O médico do hotel veio até aqui, ele me deu alguns remédios, mas eu nem tomei ainda. — explicou e ao final colocou as duas mãos na garganta e fechou os olhos fazendo uma carinha de dor.

Thaís fechou a boca e deu um passo à frente pronta para tocá-lo até se lembrar da conversa.

Júnior: Eu estou com muita dor... — abriu os olhos e aquilo soou para ela como uma explicação do porque tinha que ficar sozinho.