Arthur: O Piloto III 🎡

Capítulo 107 :

As intermináveis horas de voo mais o fuso horário tinham acabado com o animo de qualquer um que viajou para a Coréia. Arthur seguiu diretamente para o hotel querendo descansar o mais rápido possível, enquanto Lucas seguiu para o autódromo para ajudar na montagem dos boxes e analisar mais o projeto do novo difusor.

Aquele era o grande projeto que todos na Ferrari estavam completamente agradecidos a Lucas, porque afinal, com ele finalmente a equipe teria chances de igual para igual com a McLaren para ganhar o campeonato e com todo o entusiasmo da equipe a notícia foi se espalhando pelo paddock, caindo nos ouvidos da McLaren que não aceitou aquela ideia vinda no final do campeonato apenas para atrapalhar e ainda sendo projetada pelo cara que virou as costas para eles. Isso era muito mais do que estavam dispostos a aceitar. Lucas deixou o escritório do motor home passando das onze da noite e vendo que ainda tinham alguns funcionários terminando a montagem, nem se preocupou em guardar, nem fechar nada.

Na sexta feira o dia começou cedo para todos naquele ritmo frenético de preparação para os treinos livres. Lucas conseguiu dormir tão bem que até perdeu a hora e teve que sair como um louco do hotel em direção ao autódromo. Quando chegou ele se deu conta que alguma coisa estava acontecendo, já que haviam repórteres e câmeras para todos os lados, três vezes mais do que o comum.

Ao passar ao lado de um link ao vivo, ele ouviu algo sobre o caso Ferrari contra a McLaren e em outro, bem mais perto do box da Ferrari, algo sobre um dispositivo fantástico criado pela McLaren. Não entendeu completamente nada e seguiu para o box, que para seu estranhamento total estava de portas fechadas e assim que ele conseguiu entrar pela porta de trás reparou na zona que estava tudo ali dentro. Os funcionários estavam nervosos e gritavam uns contra os outros. Ele conseguiu enxergar Victor de longe gesticulando e gritando com um dos engenheiros. Que droga que estava acontecendo ali?

Lucas: O que aconteceu aqui? — perguntou ao amigo que virou as costas para o engenheiro que logo se dissipou no meio das pessoas nervosas.

Victor o olhou de um jeito um tanto estranho, parecia que o queria poupar de algo.

Victor: Seu pai falou que assim que você chegasse seguisse para a sala de reuniões, estão todos lá em cima.

Lucas: Mas por que estão todos nervosos?

Victor: Alguém entrou aqui ontem de noite e levou todo o seu projeto, desde os arquivos digitais até o protótipo que já estava dentro do carro. E hoje a McLaren diz que está com um novo dispositivo que fará com que ela ganhe o campeonato. — ergueu os ombros e o soltou.

Lucas não soube o que falar, nunca imaginaria que alguém iria fazer aquilo. Era contra qualquer coisa dentro de um esporte. Deixou Victor ali e subiu para a sala de reuniões, encontrando desde seu pai até Piero Ferrari gesticulando e gritando em italiano o quanto estava furioso, junto dele, seu pai gritava com Bernie Ecclestone, o senhor que comandava toda a Fórmula 1. Ele estava calmo e impassível como sempre. Ele se acomodou em silêncio na única cadeira vaga e olhou para Júnior, que estava transtornado. Ele sabia que aquele projeto era a única coisa que garantiria o campeonato.

Bernie: Eu sinto muito, não tenho o que fazer. As imagens não nos dão nenhuma ideia de quem roubou, a coincidência da McLaren anunciar um novo projeto, não tem relação alguma com isso. Acabei de sair de uma reunião com eles e deixei claro que não quero mais brigas dentro do meu esporte, vocês entenderam?

Bernie mirou Arthur e Piero fixamente e os dois quiseram voar em cima do senhor. Alejandro  di Montezemolo levantou de sua cadeira e apontou a saída para Ecclestone.

Bernie: Não são tão bons como vivem falando? Pois então, refaçam o projeto.

Arthur: É impossível Bernie e você sabe disso. — bateu as duas mãos na mesa e levantou da cadeira. — Está protegendo a McLaren novamente, como fez daquela outra vez que estavam fazendo espionagem.