Capítulo 31 :

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Maria Clara fechou os olhos e fez cara feia ao ver Lia e Victor se beijando e por mais que sentisse raiva e seu estômago se revirava, afinal de contas, era seu namorado que amava que estava ali, ela se deu por satisfeita. Victor realmente era bom naquilo.

Como já sabia do plano, saiu correndo para o carro dele e entrou no porta malas que previamente foi aberto. Não demorou nada para que eles saíssem do restaurante e entrassem no carro. Era cômico ver Victor sendo tão romântico a ponto de ser enjoativo, mas para Lia, aquela retardada fazia um efeito muito bom, ela estava completamente mole nos braços do seu namorado. Fizeram uma viagem de uma hora, onde ela via pelas placas dizendo San Remo, logo mais entraram em um estacionamento da onde Victor e Lia saíram abraçadinhos. Ela sabia o que tinha que fazer, esperar o comando de Victor para subir até o apartamento dela, enquanto ele a distraia... Com ele mesmo.

Victor: Décimo andar, apartamento trinta e dois. Porta aberta e banheiro ocupado. Tome cuidado espiã rosa, câmbio.

O walk talk soou e a fez rir e franzir a testa. Ok, aquilo estava sendo divertidíssimo.

Maria Clara: Estou subindo e lembre-se do combinado, nada de sexo, entendido comandante vermelho? — ela sorriu e desceu do porta malas do carro. — Amo você, não esqueça. — disse novamente e logo depois guardou o wal talk, para chamar o elevador.

O apartamento dela era até bem bonitinho para uma pobretona imigrante, havia uma sala bem grande, com uma varanda e em outra porta uma cozinha. No corredor, havia dois quartos e um banheiro que estava trancado. Seu coração apertou ao saber que Victor estava lá dentro com aquela mulher e ela ouvia os risos de ambos e o chuveiro ligado. Deus do céu, ela deveria ganhar algum prêmio por sua tolerância. Resolveu que era hora de fazer seu trabalho, antes que ela saísse do banheiro. Optou pela sala, procurando algum vestígio qualquer que incriminasse ela, ou Rafael de algo. Precisava de provas urgentemente, ou então, Thaís realmente se casaria com Rafael.

Abriu a estante e não havia nada demais que dvds, cds e livros. Vasculhou cada um deles e nada demais. Abriu as gavetas do aparador de jantar e não tinha nada que não fossem talheres e guardanapos. Resolveu ir até o quarto e ao passar no corredor, ouviu a voz dela chamando Victor. O que Diabos estava acontecendo ali dentro? Saiu correndo pelo corredor e a primeira porta que abriu, foi a do quarto do bebê, estava mal montado e faltando várias coisas. Fez uma busca rápida e não tinha nada demais ali. Por fim, partiu para onde sabia que haveria alguma coisa, o quarto dela.

Abriu a porta e a fechou atrás de si, mirando o ambiente claro, com uma cama de casal com um edredom vermelho no meio do quarto. Em frente tinha uma televisão e no fundo do quarto um grande guarda roupas. Partiu imediatamente para lá, revirando as roupas, procurando por fundo falsos. Não tinha nada! A porta se abriu e ela quase caiu do guarda roupa, onde vasculhava a parte de cima dele. Virou-se branca para trás e quase morreu de alívio quando viu Victor sozinho. Espera! Ele estava de roupão.

Victor: Achou alguma coisa? — perguntou afoito e ela olhava para ele raivosa. Estava com o cabelo completamente molhado e enrolado no roupão azul. — Clara?

Maria Clara: Você não está transando com ela né? — o fuzilou enquanto descia do armário.

Ele abriu um sorriso e seguiu para onde ela estava, abrindo a porta e tirando duas toalhas de banho. Logo depois, abriu o roupão e Maria Clara quase respirou de alívio quando o viu de cueca, estava molhada, mas ainda assim ele estava vestido.

Victor: Eu amo você sua bobona. — a puxou pela nuca e lhe deu um beijo rápido, mas que serviu para ficar com as pernas bambas. — Continue procurando, vou manter ela entretida por mais algum tempo. E digo mais, não teremos filhos, mulheres ficam horrorosas com aquela barriga gigante.

Maria Clara: Ok Victor, depois conversamos sobre nossa futura família. — revirou os olhos e ele saiu do quarto rindo.

Ela olhou em volta e partiu para o criado mudo ao lado da cama. Só havia mais livros e um... Vibrador? Porra! Soltou o objeto e limpou a mão em sua calça jeans com cara de nojo. Não era possível que aquela mulher não escondesse algo dentro daquela casa. Já sem esperanças, se moveu para sair do quarto e tropeçou no tapete ao lado da cama, caindo de joelhos no chão. Ao ver o espaço vazio debaixo da cama, ela enfiou a cabeça lá dentro.

Ela quase gritou ao ver uma caixa grande debaixo da cama com tantas coisas que ela mal podia acreditar. A primeira coisa que tirou, foi uma foto dela e de Rafael. Logo em seguida havia um exame de DNA que dizia em letras bem grandes o nome Rafael Viana de Carvalho  como pai legítimo do filho que ela esperava. Aquilo era demais! Continuou revirando e viu a escritura de compra deste apartamento dizendo que Rafael tinha comprado e passado para o nome dela.

Embaixo disso, seus olhos se estreitaram quando retirou da caixa uma série de fotos de Júnior. Que Droga era aquela? Ela conhecia Júnior? Suas mãos estavam trêmulas, mas conseguiu pegar um envelope, uma cópia do exame de DNA, mas que estava agora, escrito como pai, Erivelto Cerqueira Júnior.

Puta Merda.

Levantou do chão com a caixa debaixo dos braços e saiu correndo do apartamento, mais branca do que fantasma. No elevador, se sentou e continuou a tirar coisas que provavam que ela conhecia Júnior muito bem, não do jeito que ele imaginava, mas sim graças a Rafael. Na capa de uma revista de fofocas que também estava dentro da caixa, finalmente fez a entender o que estava acontecendo.

Lia era na verdade a mulher que esperava um filho de Júnior. A mulher pela qual fez com que sua tia Thaís e Júnior se separassem, quando na verdade, o pai do filho de Júnior era Rafael. Era a coisa mais louca que já tinha presenciado em sua vida. Rafael era um doente, com toda certeza do mundo.

Ainda trêmula, ela chegou até o carro de Victor e sentou-se no banco da frente, esperando por ele. Sua tia se casaria dali a dois dias e estava sendo vítima de um maníaco e uma louca sem noção, assim como Júnior, que há um mês, estava tirando férias na casa dos pais em Londres. Ele com toda certeza do mundo, era o mais prejudicado por tudo aquilo.

Dez minutos depois, Victor apareceu no carro com um sorriso no rosto. Entrou e sentou-se, para logo depois olhar para Maria Clara e levar um susto, ela estava incrivelmente pálida.

Victor: O que você descobriu? — perguntou olhando para a caixa que ela segurava no colo. Ela o olhou e não conseguia falar. — Tem algo que prove que ela e o Rafael se relacionam?

Maria Clara: Tem coisa muito pior... — abriu a tampa da caixa e pegou as variadas fotos de Júnior e Lia.

Victor pegou e olhou foto por foto, criando um vinco em sua testa pela dúvida de como Júnior tinha ido parar naquela história.

Maria Clara: Ela é a mulher que está grávida do Júnior. — explicou e ele a olhou com os olhos arregalados.

Ambos ficaram em silêncio e ela jurou que nunca viu Victor tão calado, ela tentava encaixar peça por peça daquele quebra cabeça de louco. Não era possível.

Victor: Eles estão mentindo para o Júnior? Ela fala que está grávida do Júnior, mas na verdade é do Rafael? — perguntou boquiaberto e Maria Clara assentiu e tirou as duas cópias diferentes do exame de DNA.

Maria Clara: Aí está a prova. — entregou a ele e Victor leu rapidamente, ficando tão branco como ela minutos antes. Ao terminar, olhou para Maria Clara.

Victor: Contamos a quem primeiro? Thaís ou Júnior?

Maria Clara: Na verdade, tenho um plano... — abriu um sorriso e mirou o namorado. — Vamos para Maranello. — cruzou os braços.

Ele a obedeceu prontamente, ligou o motor e logo estavam na estrada rumo a Maranello. 

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